Penitenciária Feminina de Ezeiza
6:00 hrs
- Vamos, acordem!, ou terei que usar a força, se não se levantarem em 5 minutos, grita Laura
Vão inspecionar o pavilhão,
Vamos, vamos!!!!, diz batendo palmas com força,
De vez em quando, chuta alguma para acordá-la, mas logo se levantam de mau humor,
Laura e as outras riem ao ver suas caras amassadas,
Seus cabelos despenteados e suas roupas desarrumadas,
Uma delas diz que devem se higienizar e se arrumar rápido antes que cheguem as guardas do outro turno ou serão castigadas,
Mas Rosa não as teme, ela por enquanto vai ignorá-las, mas se a provocarem, ela vai se vingar da pior maneira,
Alguns minutos depois...
Chegam as guardas e sorriem ao vê-las,
Uma delas diz,
- Cada vez mais feias, queridas, nunca vão ao cabeleireiro? Arrumem-se um pouco, penteiem os cabelos, maquiem-se, vamos lá, não se esqueçam que são mulheres apesar de estarem aqui,
Todas concordam,
- Lau, por favor, ensine-as a respeitar e a fazer suas tarefas diárias ou serão castigadas,
Todas devem obedecê-la e não quero ouvir reclamações, nem ataques contra ela ou haverá retaliação,
Já sabem, obedeçam e tudo ficará bem, não se esqueçam que passarão muito tempo aqui, então comportem-se como irmãs,
Então uma delas passa revista e ao terminar diz,
- Rosa Uribe, venha conosco
As guardas levam Rosa a uma sala, onde um homem sentado em uma escrivaninha a espera,
Ele diz a ela,
- Sente-se!, a promotoria pediu um relatório psiquiátrico seu,
Vou te fazer algumas perguntas,
- Vou te dar papel e lápis para você escrever
- Vamos começar,
Seu nome é Rosa Uribe?
Rosa olha para ele e fica pensando no que é melhor, responder ou não?,
Decide responder
- Sim
- Você tem 24 anos?,
- Sim
- É solteira?
- Sim
- Tem namorado ou companheiro?
- Não
- Você gosta de mulheres?,
- Não
O psiquiatra escreve algo em um papel
Então ele a olha e continua perguntando,
- Mora sozinha?,
- Sim
- Fale um pouco sobre você?,
Rosa suspira e pensa,
- Seu pai sabia muito sobre psiquiatria, ele a fazia ler muito sobre isso e também sobre filosofia,
E responde escrevendo,
- Tenho uma vida tranquila, onde além das minhas tarefas ajudo meus vizinhos nas deles, como fazer compras, cuidar de seus filhos ou animais de estimação, cortar a grama, dar-lhes algo que precisem naquele momento,
- Que tipo de coisas você dá a eles?, pergunta o psiquiatra
- Óleo, açúcar, farinha, arroz, roupas, se me pedem e eu tenho ou posso conseguir, dou a eles sem problemas, também não espero que me devolvam, sei que eles não estão em uma boa situação econômica,
O psiquiatra concorda e diz,
- Fale-me sobre seu pai, como ele era?,
Rosa sabe que essa pergunta pode lhe trazer muitos problemas, ela teme que descubram que foi abusada por ele durante muitos anos, isso
poderia piorar sua situação legal, então decide mentir,
- Meu pai era um herói, diz Rosa de repente,
Ele me ensinou que minha deficiência não seria um impedimento para mim, que eu deveria aprender a lutar nesta vida, que ele talvez não pudesse estar comigo todo o tempo que gostaria,
O psiquiatra a observa e percebe que, apesar de manter uma postura relaxada, ela está mentindo e isso o intriga,
Ele estava investigando o pai dela e sabe que ele era um maldito militar abusador, com sua própria gente e não seria surpresa que com sua própria família,
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Atualizado até capítulo 76
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