Alexandre se manteve de pé, caminhando de um lado para outro. Demostrava aflição e ainda estava tentando assimilar tudo que havia acontecido. Enquanto eu, me mantive sentada no sofá a sua frente, o olhando, esperando escapar alguma palavra de sua boca, o que não demorou muito a acontecer.
— Você sabia? Você sabia disso tudo, não sabia?— Ele me perguntou, se mantendo finalmente parado, olhando para mim.
— Claro que não! Se eu soubesse que o cara que você estava saindo era o Miguel, eu jamais teria deixado você ir naquele jantar. — Digo, me levantando do sofá.
Não consigo tirar da minha cabeça a reação da nossa mãe. Ela reconheceu o Alexandre e isso explica a reação dela ao vê-lo. Será que ela irá nos procurar?
No momento em que vi Alexandre ali, naquela sala de jantar, me surgiu um calafrio na espinha. O medo tomou conta e também a alegria, não posso negar. Ele disse que jamais iria olhar nos olhos da mulher que segundo ele, nos abandonou. Mas ele não só olhou nos alhos dela, como também está namorando o enteado dela. Agora ele vai ter que aceitar isso. Vai ter que suportar vê-la, pelo Miguel.
Passamos a noite conversando sobre isso. Ao amanhecer, tomamos café e logo em seguida ele saí para encontrar Miguel que havia ligado para ele mais cedo e marcado de encontrá-lo em um lugar que Alexandre não quis me contar onde é.
Ver o Alexandre finalmente sorrindo e ao lado de alguém legal me faz tão bem que nada pode reverter isso.
Enquanto todos estão se divertindo na praia nesse calor de domingo, eu prefiro ficar em casa, vendo filme com uma tigela de pipoca nas mãos.
Ao ouvir a campanhia, vou até a porta e fico surpresa por ver quem é. Aurora, na minha humilde residência.
— Posso entrar?— Ela pergunta, já invadindo a casa.
— Você já entrou. — Digo, fechando a porta.
A última pessoa que eu queria vê hoje era a Aurora, mas pelo jeito ela fez questão de estragar o meu desejo. Já até imagino o que ela pode ter vindo fazer aqui, mas prefiro ouvir isso da sua boca, ouvir as suas palavras.
— O que você tá fazendo aqui, Aurora? — Me aproximo, ficando frente a frente com ela, que me olha com ódio nos olhos.
— Eu vim pedir para você se afastar de vez da família Almeida. Pede demissão, sei lá. Eu não quero que você fique perto do meu homem! — Suas palavras saiam com um mais puro ódio. Às vezes penso que ela tem algum problema psicológico.
— Eu não vou fazer isso. Eu não tenho culpa se o Henrique me acha atraente para ele e você não. E outra, quem fica atrás de mim, é ele e não ao contrário. Por tanto, se quer que alguém se afaste, peça para ele fazer isso. — Vou até a porta, a abrindo e convidando para ela se retirar.
— Eu sei que você só está naquela casa por puro interesse.— Ela se aproxima de mim. — Mas saiba que eu não vou deixar você fazer isso. Você deve ter um comparsa para isso, né? Deve ser aquele seu irmão viadinho que está envolvido com o Miguel.
Cada palavra que sai da sua boca, aumenta ainda mais a minha vontade de lhe esbofetear. Mas sei que se eu fizer isso, estarei me rebaixando ao nível dela. Por isso, me mantenho firme e de cabeça erguida.
— Para o seu governo, o Miguel e o meu irmão se amam de verdade. Diferente de você que está sofrendo com a falência de seus pais. Acha que eu não sei que os luxos da patricinha estão as custas dos padrinhos dela? Você é a única aproveitadora por aqui.— Digo, botando para fora tudo que estava entalado na minha garganta. Sem dizer uma só palavra, ela se retira da minha casa, soltando fogo pela ventas.
— Era só o que me faltava. — Fecho a porta e volto para o sofá, continuando a assitir o meu filme e aproveitar o meu domingo. Não é uma patricinha mimada que vai estragar o meu bom humor.
(...)
— Eu fiquei tão surpreso com a revelação de você ser irmão da Marjorie, que se tornou a minha melhor amiga. — Miguel diz, se aproximando de Alexandre, que aprecia a vista da varanda do apartamento em que estão.
— Imagina eu. Mas não foi isso que me deixou surpreso não. — Voltando a sua atenção para Miguel, Alexandre o abraça por trás.
— Foi você ter reencontrando o meu irmão. Ele me disse que vocês se conheceram em um restaurante, e que aliás, vocês se deram muito bem.
— O seu irmão é gente boa.
Descobri que o homem que eu amo é enteado da mulher que abandonou a mim e a minha irmã foi um baque. Mas eu o amo, não posso deixar ele só porque eu não gosto da madrasta dele. Assim como o Henrique, que se mostrou um cara legal.
Será que a Marina está certa sobre a nossa mãe?
Fujo dos pensamentos quando Miguel me beija, declarando o seu amor por mim pela terceira vez só hoje. Eu o amo de verdade e seria capaz de tudo para fazê-lo feliz. Até mesmo, enfrentar a Berenice.
— Amor, você sabia que o meu irmão é apaixonado pela sua irmã? — Ele me diz, não me causando nenhuma surpresa. Ontem foi impossível não perceber as trocas de olhares entre os dois.
— Sabia sim. Mas parece que a minha irmã não está muito interessada nele não. Ela teria me contado se tivesse.
— Por isso eu pensei em dá uma mãozinha. — Miguel me conta a brilhante ideia que teve, que parece ser bem bolada. A minha irmãzinha merece ser feliz e tirar essa ideia de descobrir o porquê da nossa mãe ter nos abandonado da cabeça.
Está claro que o Henry a ama, e eu vou ajudá-lo. Está na hora de fazer algo legal para a minha caçula.
(...)
**Algumas horas depois**...
Sentada na mesa do escritório de sua casa, Berenice lê um dos seus primeiros romances escritos, quando Teodoro entra, tirando a sua atenção ao beijar o seu pescoço e fechar o livro.
— Você vive lendo, amor, nunca tem tempo para o seu maridão aqui. — Ele diz, puxando ela da cadeira e a colocando de pé a sua frente.
— Eu não consigo parar de pensar nos meus... — Ele a interrompe.
— Amor, isso já faz tanto tempo. Eu sei que você sofre pelo que aconteceu, mas o que você pode fazer? T
— Eu só queria rever os meus filhos, Teodoro. Meu Alê e a minha caçula Marina. Meus bebês. — Lágrimas começam a escorrer de seus olhos e Teodoro faz questão de seca-las, abraçando Berenice em seguida.
O que aconteceu ontem fortaleceu ainda mais a minha vontade de encontrar os meus filhos. A semelhança daquele Alexandre com o meu Alexandre é incrível! Talvez tenha alguma chance dele ser sim o meu filho. Só tem um jeito de descobrir se ele é realmente o meu filho. Tá na hora de eu agir por mim mesma.
(...)
Ao cair da noite, Marina assiste o céu estrelado pela janela de seu quarto, mas o momento é e interrompido pelo seu telefone que insiste em tocar, mesmo ela negando em atender.
— Oi, Alexandre! Espero que você esteja voltado pra...— Ela é interrompida por Miguel do outro lado da linha.
— Não é o Alexandre, sou eu, o Miguel. Marjorie, o seu irmão está passando mal e eu não sei o que fazer, você precisa vir e rápido!
O desespero toma conta de Marina Um calafrio atinge o seu corpo. Assim que Miguel passa o endereço ela vai às pressas para o local.
Ao chegar no hotel, Marina vai até o apartamento e entra, encontrado absolutamente ninguém.
As luzes apagadas e uma música toca ao fundo. Sentindo-se o cheiro delicioso do doce aroma das velas, ela voi até o quarto. Ao entrar, ela se depara com a cama cheia de pétalas de rosas vermelhas formando o nome " Namora comigo?". O sorriso surge instantaneamente em seu rosto. Uma pequena caixa de som ao lado da cama tocando a música que tocava no carro de Henry no dia em que eles deram o primeiro beijo. A música 'Rewrite the stars'
As mãos de Henry se entrelaçam em sua cintura, fazendo-a virar rapidamente, encontrando os seus lábios próximos aos dela.
— Então, Marjorie? Você aceita esse playboy apaixonado como o seu eterno namorado? Olha, até rimou! — Ele diz, sorrindo entre dentes.
Ela se mantém calada, sem reação, apenas admirando a linda surpresa e se perguntando como o Miguel e o Alexandre foram capazes de mentir descaradamente dessa forma.
No momento Marina se guia apenas pelos meus sentimentos, respondendo a pergunta de Henry com um beijo. Um beijo que começou suave, leve e aos poucos ficou intenso e quente.
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Atualizado até capítulo 28
Comments
Maria Alves
💞💞💞💞💞💞🥰🥰💞💞🥰🥰🥰🥰😘😘😘🥰
2024-07-09
0
Marlon Monteiro
ta demorando demais descobrir os filhos e contar a verdade
2024-05-03
1