A ansiedade tomava conta de Marina naquele momento. Ela estava parada, em frente a casa que agora vive a sua mãe. A noite passada foi um sonho, dormiu feito um anjo. Agora sim parece que está em realmente em um sonho. O sonho que ela sempre quis estar.
Um vestido longo, da cor verde, sem qualquer detalhe. Seu chinelo de couro e os seus curtos cabelos amarrados em rabo de cavalo. Era assim que Marina se vestia, confiante e nervosa, afinal, não é todo dia que você encontra a mãe que você só sabe como é, graças a uma fotografia.
—Bom dia! — Um sorriso simpático e cativante esbanjava em seu rosto para a mulher que acabara de atender a porta. Uniformizada e com um olhar profundo e nenhum pouco amigável, ela analisava Marina dos pés a cabeça. Talvez procurando algo para julgar.
—O que deseja? — Sua voz soava autoritária. Cada palavra que saia da sua boca, parecia um sacrifício. Era nítido a sua grosseria.
— Eu vim por causa do emprego de doméstica que estão oferecendo.
—Ela guia uma de suas mãos até o seu cabelo, colocando a mexa que acabara de fugir novamente atrás da orelha.
—Sou nova na cidade e...— Ela é interrompida pela empregada da família Almeida.
— Aguarde aqui, vou chamar os patrões. — Sem esperar por uma resposta, ela fecha a porta na cara de Marina, que aguarda meio sem jeito do lado de fora. Será agora que ela irá conhecer a sua mãe?
Seus pensamentos são interrompidos pelo rangido da porta que acabara de ser aberta novamente, dessa vez, por um homem alto, de cabelos grisalhos e com um ar de superioridade.
— Entre, por favor! — Sua educação admirável encantou Marina. Diferente da mulher que a atendeu, ele demostrou educação e simpatia. Um homem de classe.
— Então, Você está aqui pelo emprego?— Ele pergunta, se sentando no sofá, ao lado Marina, que mesmo usando um vestido tão longo, demostrava classe. Alguns podem pensar: Uma moradora de uma vila de pescadores com certeza jamais mostraria classe ou educação, jamais saberia como agir diante de pessoas tão elegantes. Mas Marina provava o contrário.
— Sim, senhor. Eu preciso desse emprego. Eu ficaria muito feliz se conseguisse, e seria muito grata, é claro. — Com o mesmo sorriso no rosto, Marina o analisava dos pés a cabeça de forma discreta, enquanto ele parecia fazer o mesmo, mas sua indiscrição não passava despercebido.
— Aliás, me chamo Teodoro. Teodoro Almeida. — Um aperto de mão que causou em Marina um certo estranhamento. Ela estava ao lado do homem que causou o fim do casamento de seus pais. Óbvio que ela não iria se sentir nenhum pouco confortável.
— Prazer em Conhecê-lo Senhor almeida. Me chamo... — Uma pausa de poucos segundos, mas que parecia horas. Talvez o medo de não conseguir dar continuidade ao seu plano ou por medo de ser descoberta. Estava se colocando em risco, mas sua força de vontade era maior, o desejo de encontrar a sua mãe falava mais forte. — Me chamo Marjorie Del Rey, sua criada. — Sua forma de agir e de se pronunciar causava algo em Teodoro, talvez empatia. Ele não tem perfil de homem que causa fim de casamentos. Mas quem vê cara, não vê coração.
Após um bom tempo conversando e após mostrar todos os seus documentos, Marina ganha a chance de se mostrar competente. Amanhã você irá iniciar o seu trabalho de Empregada doméstica. Apenas um teste, mas para ela, já estava ganho. Afinal, se considera uma ótima profissional.
(•••)
Ao chegar em casa, o coração de Marina quase saí pela boca. Seu irmão, sentado no sofá lhe encarava como se fosse lhe matar ali mesmo.
— Você enlouqueceu, Marina?! O que se passa na sua cabeça, hein garota? — Com um pulo, Alexandre se aproxima de sua irmã, que não exita em mostrar surpresa por vê-lo.
Será que seu plano iria por água a baixo agora com a presença indesejada de seu irmão?
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Atualizado até capítulo 28
Comments
Maria Alves
Para mim está parecendo uma história diferente
2024-07-08
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