Ao lado da porta que leva para a sala de Berenice, Marina ouvia atentamente a mesma, que lhe explicava calmamente quais seriam suas funções na Editora. Enquanto elas conversavam, outros funcionários circulavam pelos corredores. Alguns, ouviam discretamente a conversava que acontecia entre elas duas.
Marina mantia um sorriso no rosto enquanto ouvia a sua mãe, enquanto isso, Aurora, ao lado de Berenice, mostrava a sua feição menos convidativa, deixando claro a sua insatisfação por ter Marina ali e por saber que vai ter que trabalhar ao seu lado
— Você se encarregará de buscar e trazer documentos importantes, atender ligações e anotar os recados para mim, Marjorie. Claro que no futuro, se você mostrar ser uma boa secretaria, esses serviços irão se multiplicar. E talvez você até receba uma promoção. — Ao deixar claro quais serão os serviços de Marina, Berenice segue com a mesma para o seu escritório.
— Você fique aqui, Aurora. Vá para o seu posto de trabalho, tá? — Ela dava fim aos passos de Aurora, que a seguia para o seu escritório.
— Ah, claro madrinha! Se precisar de alguma coisa, é só me chamar.
— Está bem. Mas duvido muito que eu vá precisar.
Aurora vai até a sua sala, que fica praticamente ao lado da de Berenice, se mostrando indignada e furiosa por ter Marina na Editora e pelos olhares que ela trocava com Henry antes delas adentrarem o prédio.
— Essa garota... Como a madrinha permitiu que aquela desqualificada entrasse na família dela? — Um flashback invade seus pensamentos, onde ela relembra dos olhares trocados por Marina e Henry. — Henry se mostrou tão incomodado por ela ter nos visto de mãos dadas. Será que... Não, não, ele não seria capaz de mostrar qualquer tipo de interesse em uma empregadinha daquelas.
Se sentando em sua mesa, ela volta aos seus pensamentos.
— Eu só não posso deixar que ela tire o tire de mim. O amor de Henry tem que ser meu.
(...)
— Obrigada, senhora! Garanto que irei ser a melhor secretária que a senhora poderia ter. Irei fazer meu trabalho direitinho do jeitinho que a senhora mandou. — A empolgação de Marina era impossível de não ser notada. Ela sorria alegremente. Foi exatamente a sua alegria que encantou Berenice.
— Sua alegria me cativa, sabia? — Ela se afasta da sua mesa, se aproximando de Marina que se mantia parada de costas para a porta. — Você mostra uma alergia pura e sincera, seu sorriso é aquele tipo de sorriso que encanta qualquer pessoa, minha querida. Foi isso que me encantou em você.
— Obrigada, senhora! Eu gosto de sorrir, de enxergar o mundo do meu jeito, mesmo que ele não seja um mar de rosas, não e mesmo? Se a gente não sorrir para a vida, ela irá fazer questão de nos derrubar. — As palavras saiam de sua boca enquanto Berenice mostrava atenção total em cada palavra.
— Você tem razão. Se o mundo todo pensasse assim como você, garanto que ele seria bem melhor.
Elas encerram a conversa logo após Berenice levá-la até a uma mesa que fica e ao lado de sua sala.
— Aqui você irá trabalhar. Seja bem-vinda e boa sorte, Marjorie! — Ela volta para seu escritório, deixando Marina em seu posto de trabalho.
A alegria que estou sentindo é impossível de se explicar com apenas algumas palavras. Eu estou não só trabalhando ao lado de minha mãe, mas conquistando seu carinho e sua confiança.
Eu estou finalmente me aproximando da mulher que me pôs no mundo.
Fico pensando em como seria a reação do Alê se ele se encontrasse com ela. Eu sei que ele vive dizendo que nunca irá a perdoar, mas tenho certeza que esse pensamento iria evaporar de sua cabeça quando ele a visse. Ele iria perguntar o porquê ela nos deixou, afinal, eu também vou fazer essa pergunta quando eu dizer para ela quem eu sou de verdade. E se as coisas continuarem do jeito que estão indo, não vai demorar muito para esse momento tão esperado acontecer.
(...)
Alessandro.
Esse homem está preso em meus pensamentos desde o momento em que ele me defendeu naquele restaurante. Eu me sinto tão bem só em pensar nele, em pensar no quanto ele foi gentil e corajoso por ter me defendido e me levado em segurança para casa.
Henry também me encheu de alegria quando me pediu perdão e me permitiu confiar nele novamente.
Eu contei tudo que aconteceu comigo e falei também de Alessandro, mas, não me atrevi a dizer o seu nome. Não sei porquê, mas no momento em que ele me perguntou do Alessandro, eu não me senti pronto para dizer o seu nome, mas enfim, essas coisas só a vida pode realmente explicar.
Eu estou nesse momento em aula. Eu não tenho amigos aqui na faculdade e por isso estou sempre sozinho. Eu me sinto bem sozinho, pelo menos aqui.
Eu não iria me senti livre para fazer as coisas que gosto de fazer, como por exemplo: Cantar quando o teatro está vazio, ler meus romances que eu tenho a honra de ser o primeiro a ler, já que são Romances escritos pela minha mãe.
— Sr. Almeida! — Fujo dos meus pensamentos com a voz do meu professor de português adentrando meus ouvidos.
— Vejo que você está prestando bastante antenção na aula. — Ele dizia ironicamente, enquanto todos guiavam seus olhos em minha direção. — Mais um pouco e teria dormido, só faltou babar encima da mesa.
Todos começaram a rir, me deixando ainda mais envergonhado. Eu amo a faculdade de letras que estou fazendo, mas odeio a minha turma. Desde que eu me assumi, todos passaram a agir diferente, me zoar, tirar sarro da minha cara. Eu tenho uma turma invejável, não é mesmo?
(...)
Eu estou no único lugar que me faz fugir do mundo, que me faz pensar em apenas no trabalho. Mas mesmo assim não consigo parar de pensar em Como vai ser ter a Aurora e a Marjorie trabalhando juntas, e ainda mais agora que ela tá achando que só quis usá-la.
A Marjorie é uma mulher tão delicada, humilde, alegre.
A única coisa que me deixa feliz agora é saber que ela não está trabalhando mais lá em casa, talvez assim eu possa vê-la sem precisar temer que os meus pais descubram. Claro, isso quando eu conseguir explicar para ela esse mal-entendido.
Eu não posso deixar que ela pense que eu sou um homem aproveitador que só quer usá-la. Eu quero me permitir amar verdadeiramente, de corpo e alma. Quero conhecer com ela o verdadeiro significado da palavra 'amor'.
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Atualizado até capítulo 28
Comments
Maria Alves
Com tempo tudo se resolveram porque tudo tem um tempo.Agora essa afilhada da com inveja e egoísmo vai atrapalhar a deles
porque a inveja mata.
2024-07-09
0
Vilma Duda
estou adorando cada capítulo .
2024-04-14
1