14° Capítulo

                   

Ficar presa no elevador com Henry foi com certeza a pior coisa que poderia ter acontecido. Eu não posso deixar que os meus sentimentos se façam presente nesse momento, mas é quase impossível não o abraçar,o beijar, demostrar todo o amor que sinto por ele.

Talvez o destino esteja tentando fazer com que eu me entregue a ele, que eu me permita viver isso que eu estou sentindo por ele, mas, eu não posso fazer isso. Eu não posso deixar esse sentimento destruir a única chance que eu tenho de me aproximar da minha mãe.

— Não temos nada para conversar, Henry. O que tínhamos para falar, já falamos há três meses atrás, naquela praia. – Me aproximo da porta do elevador, me mantendo de costas para Henry. Sinto sua respiração no meu pescoço, mas me mantenho forte.

—Eu não acreditei em nada que você falou. Nem você mesma acreditou. Eu sei que você me ama, assim como eu amo você, Marjorie!— Seus lábios tocam a minha pele, me causando um arrepio. Me afasto, evitando que ele continue a beijar o meu pescoço.

— Você não entende. Eu... nós não temos nada haver um com o outro. Você é um homem de família boa, rico. Eu sou uma empregada doméstica que virou secretaria da sua mãe.

De tudo isso que tá acontecendo, Henry é com certeza uma das melhores coisas no meio disso tudo. Ele me conquistou pelo seu jeito doce, arrogante também, mas um homem de bom coração. O tipo de homem que me faria a mulher mais feliz do mundo, mas que no momento não pode adentrar em minha vida de jeito nenhum.

(...)

Alexandre e Miguel estão sentados no sofá da sala do apartamento que Miguel fez questão de conseguir para eles poderem ter os seus encontros amorosos.

— Eu conversei com minha família e falei que iria levar um "amigo" para jantar. Eu espero que você vá mesmo. — Ele diz, deitando no colo de Alexandre, que acaricia seus cabelos.

— Depois desse jantar eu vou contar para a minha irmã sobre nós dois. Ela vive me perguntando com quem eu estou saindo.

— Tenho certeza que ela é uma querida, assim como o irmão gato dela. — seus lábios vão de encontro aos de Alexandre, que acaricia o seu corpo.

O beijo fica mais quente, as mãos de Alexandre vão de encontro as suas costas, lhe puxando para mais perto.

— Espera. — Miguel se afasta do beijo.

— Por que você sempre evita que a gente vá mais para frente, hein? Você tem medo de transar comigo, é isso?

— Não, não é isso. Na verdade, eu nunca... Eu nunca transei, Alexandre. — Miguel abaixa a cabeça, deixando Alexandre surpreso.

— Mas por quê não me contou isso antes? Estamos juntos a três meses, Miguel.

— Eu não sei. Fiquei com medo da sua reação, ué! Sei lá.

— Eu vou respeitar seu tempo, tá? Eu te entendo e não vou dizer que isso é clichê e blá blá blá. O corpo é seu e você decide quando estará pronto pra ter a sua primeira vez.

O silêncio toma conta do ambiente, mas logo é quebrado por Miguel, que agradece por Alexandre ter lhe compreendido, o beijando em seguida.

(...)

                  

Já se passaram mais de meia hora e não sei se vou aguentar ficar mais tempo ao lado do Henry sem beija-lo. Ele insiste em dizer que eu menti sobre não gostar dele, diz que eu menti por algum motivo. Realmente tem o motivo, mas não posso contar para ele. Não agora.

Sinto sua mão segurar o meu braço, mas antes que eu pudesse ter qualquer reação, ele me puxa para o beijo. Um beijo doce, calmo e cheio de amor. Sinto como se tudo tivesse parado e só existisse nós dois. Me permito sentir aquele momento. Minhas mãos vão ao encontro de seu rosto enquanto às dele me puxam para mais perto.

— Por acaso estamos atrapalhando alguma coisa? — Me afasto do beijo e guio meus olhos em direção a porta do elevador. Aurora e "dona Berenice" nos olham surpresas, sem reação. Me afasto de Henry, me retirando do elevador.

— Tinha faltado energia, mas pelo visto vocês dois gostaram disso, né? — Aurora diz, me fuzilando com os olhos ao me aproximar de minha mãe.

— Eu nem vou perguntar o que foi que eu vi aqui. Marjorie, querida, vamos no shopping comigo agora? O Miguel convidou um amigo dele para jantar hoje lá em casa e eu não quero fazer feio.

— Claro, senhora, vamos! — Nós nos retiramos do prédio, deixando Henry e Aurora a sós no elevador.

— Posso saber o que... — Henry a interrompe, se retirando do elevador.

— Foi um beijo. Um beijo que com certeza foi o melhor beijo que eu já tive na minha vida. — Henry passa por Aurora, que o segue até seu carro.

— Você e aquela Mulher? Pelo amor de Deus, né!

— Vai entrar ou não?

Aurora entra no carro, sem parar de falar, enquanto Henry dá a partida sem mostrar nenhuma interesse em suas palavras.

(...)

 

Assim que chegamos na loja de roupas do shopping, minha mãe me pergunta sobre o beijo que rolou no elevador. Me mantenho em silêncio por alguns segundos, pensando numa resposta.

— Aquele beijo não deveria ter acontecido, senhora. O seu filho tem uma boa lábia.— Digo, enquanto ela olha alguns vestidos.

— Uhum. O Henrique sempre foi assim mesmo. Aquele ali quando quer uma mulher, não cansa até conseguir. Mas te digo uma coisa. — Ela guia sua atenção a mim. — Você é diferente, Marjorie. É capaz dele acabar se apaixonando por você. Você é uma menina maravilhosa e qualquer homem se encantaria por você.

— Gentileza sua dizer essa coisas. Eu sou uma mulher como qualquer outra. Seu filho nunca iria se apaixonar por uma mulher igual a mim não. — O que saí pela minha boca, é o oposto do que tá nos meus pensamentos.

— Okay, okay. Não irei insistir. Mas se isso acontecesse, iria fazer gosto. Assim, a Aurora nunca escondeu o que sente por ele. Mas ele sempre deixou claro que dela ele só quer amizade.

Depois do shopping fomos ao salão de beleza. Minha mãe conseguiu ficar mais linda do que já era. Também fiz cabelo, unhas e ela comprou algumas coisas para mim.

Às horas se passaram e finalmente já era noite e eu já estava em casa. Me arrumei para o jantar da família Almeida.

O Miguel se tornou um amigo muito especial e ele me falou desse amigo misterioso dele que hoje iremos finalmente conhecer nesse jantar.

Coloco um lindo e longo vestido azul marinho. Deixo meus cabelos soltos. Um salto médio da cor do vestido. Roupa que ganhei da minha mãe.

Ao sair do quarto, vou até a porta do quarto do meu irmão, que está trancada.

— Maninho, vou sair, tá? Beijo! — Grito, e ele não demora a me responder.

— Beijos, maninha! Não demora, hein?

(...)

Assim que chego na casa dos Almeida, sou recebida por Miguel, que me abraça e me acompanha até o sofá onde está reunida o resto da família.

— Que bom que você veio, Marjorie! — Minha mãe me abraça, se sentando ao meu lado, enquanto Miguel se senta do outro. Teodoro e Henry estão sentados no outro sofá, ao lado de Aurora, que o abraça, na intenção de me irritar.

— O jantar já está pronto. — Selma diz, entrando na sala, e sem notar minha presença, ela volta para cozinha e em seguida todos nós vamos também, nos reunindo na mesa.

— E esse seu amigo, filho? Ele vai vim mesmo, né?  — Teodoro pergunta, se sentando na ponta da mesa, ficando entre Henry e Miguel. Eu me sento ao lado de de Miguel, enquanto Aurora comemora mentalmente por estar ao lado de Henry. Minha mãe senta na outra ponta da mesa.

Os olhos de Henry se guiam em minha direção, mas logo se quebram quando Aurora percebe e chuta a minha canela.

— Aí! — Grito, chamando a atenção de todos para mim.

— Aí, desculpe, Mar! Eu acabei pisando sem querer no seu pé.— Ela diz, olhando para mim. Essa mulher ainda vai me pagar.

O som da campanhia é ouvido e Selma vai logo atender.

— Até que enfim você chegou!— Miguel diz se levando de sua cadeira, indo até o seu amigo.

— Desculpem a demora. Espero não ter perdido o jantar. — Todos riem, enquanto Henry se mantém sério, olhando para o rapaz, enquanto eu me mantenho calada, e finalmente me viro, guiando meus olhos em direção ao... Alexandre?

— O seu amigo é o Alexandre, Miguel? — Henry diz, se levantando da cadeira.

Ao me virar, fico pasma ao ver meu irmão ali. Seus olhos haviam acabado de se encontrar com os de nossa mãe, que se levantou da mesa e, assim como ele, manteve seus olhos fixos nele. Não sabia o que fazer naquele momento. Alexandre estava ali, cara a cara com a nossa mãe.

Pude perceber a sua tensão, o seu medo e sua falta de reação ao vê-la. 

Miguel me fala desse amigo dele desde que ele o conheceu. Ele me falou que eles estavam namorando, e por isso marcou esse jantar, justamente para ele poder apresentar o namorado para a família. Mas parece que esse jantar promete muito mais do que só um pedido de namoro.

Alexandre, meu irmão, é namorado de Miguel Almeida, enteado da nossa mãe e meu mais novo amigo.

Meu Deus, que bafafá, Brasil!

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Comments

Maria Alves

Maria Alves

Estou amando ❤️❤️❤️🌹💖💖💖💖💖💕💕💕💕💕💕💕👏🏾👏🏾👏🏾👏🏾👏🏾

2024-07-09

0

Marlon Monteiro

Marlon Monteiro

caramba 🤣🤣 eu queria ser uma pulguinha pra estar neste jantar

2024-05-03

0

Ligiane Caldas

Ligiane Caldas

Eita!!! Esse jantar promete 👏👏👏

2024-05-02

0

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