Laços e Desconexões

"Sob os jardins de estrelas, onde sonhos dançam,

Um encontro de destinos, onde o amor se alcança.

Na mansão de colunas altivas, a história se lança,

Entre sorrisos e abraços, a paixão se balança.

Em salões de elegância, a família se reúne,

Com risos e piadas, a alegria resplandece.

Mas o destino tece suas tramas, e uma chamada insiste,

A ansiedade cresce, enquanto o tempo desaparece.

No jardim, entre lanternas e velas acesas,

Confidências são trocadas, como promessas.

A cumplicidade floresce, sob a luz da beleza,

Enquanto a noite avança, sem pressa.

No entanto, a incerteza paira, como uma sombra,

A preocupação ecoa, no peito que se assombra.

Mas entre risadas e histórias, a esperança se esconde,

Em cada gesto, em cada palavra, um vínculo se responde."

Giulia

Ao chegarmos à imponente mansão, Alessandro, gentil como sempre, abre a porta do carro para mim. Seu cavalheirismo não passa despercebido, e uma mistura de surpresa e admiração reflete em meus olhos.

 - Espero que ele não quebre meu coração- penso comigo mesma, tentando afastar pensamentos ansiosos.

A casa revela grandiosidade, suas colunas majestosas e jardins meticulosamente cuidados compõem o cenário. Enquanto caminhamos em direção à entrada, sinto a mão firme de Alessandro na minha, proporcionando um conforto sutil. A porta se abre, revelando um hall de entrada que exala elegância.Minha ansiedade aumenta quando uma mulher de impecável elegância surge. Rosa, a mãe de Alessandro, avança com um sorriso caloroso, abraçando seu filho com carinho e, em seguida, dirigindo sua atenção a mim. "Giulia, que bom te conhecer. Nossa, você é muito linda," elogia com doçura, envolvendo-me em um abraço afetuoso.

- Muito obrigada, Sra...- começo, meu sorriso se alargando timidamente

- Meu nome é Rosa. Vamos entrar, meus filhos estão ansiosos para conhecê-la- convida ela, emanando uma empolgação genuína.Deslizamos pelos corredores luxuosos da casa, absorvendo a opulência que nos cerca. Ao adentrarmos uma sala de estar esplêndida

A atmosfera na sala é repleta de calor e elegância, mas a tranquila formalidade é quebrada por Alessandro, exibindo seu humor habitual.

- Você deve achar que está entrando em um conto de fadas com toda essa recepção, da minha mãe- ele comenta com um sorriso travesso.

- Você sempre com essas piadas. Giulia, ignore esse menino- ela diz, rindo

-Não se preocupe, eu vou me acostumar - digo rindo

Meus olhos passeiam pela sala até que a atenção é capturada por um homem alto, de corpo torneado, olhos castanhos e cabelos pretos. Ao seu lado, uma jovem de cabelos longos e pretos, com olhos curiosos

- Esses são meus irmãos mais novos, Fabrizio e Laura- Alessandro apresenta, sorrindo enquanto seus olhos encontram os meus.

Cumprimento Fabrizio com um sorriso, recebendo uma resposta calorosa e um aperto de mão firme. Sua simpatia evidencia a hospitalidade da família de Alessandro. Em seguida, volto minha atenção para Laura, cujos olhos curiosos já examinam cada detalhe de minha expressão.

- Prazer em conhecê-los- digo a ambos, sentindo uma conexão imediata com a alegria que irradiam.Laura, em um gesto espontâneo, me puxa para um abraço rápido.

- Senti uma boa energia em você. Acredito que vamos ser boas amigas !- ela exclama animada, e seu entusiasmo contagia o ambiente.

Alessandro, observando a interação, sorri.

- Laura sempre foi a mais sociável da família.

Conversamos descontraidamente, compartilhando risadas e histórias. Fabrizio, com seu jeito descontraído, faz piadas que nos fazem rir, enquanto Laura revela seu interesse em artes, encontrando uma conexão imediata comigo. A leveza da interação faz com que eu me sinta acolhida, como se fizesse parte daquela família.

Rosa, a mãe de Alessandro, interrompe nossa conversa animada.

- Está na hora do jantar, meus amores! Vamos todos para a mesa.- A energia animada da sala se transforma à medida que nos dirigimos para a sala de jantar.

Na sala de jantar, os aromas deliciosos misturam-se, criando uma atmosfera acolhedora. Rosa, com seu sorriso caloroso, indica nossos lugares na mesa elegantemente posta.

Sentamo-nos, e a conversa descontraída continua. No entanto, Fabrizio e Alessandro, sempre com um toque de humor, não perdem a chance de fazer brincadeiras.

- Olha só, mãe caprichou no jantar hoje. Será que é porque temos uma convidada especial?- Fabrizio diz, piscando para mim.

- Parece que Giulia trouxe toda essa variedade de pratos. Acho que não temos direito a isso sempre.-Alessandro, seguindo a brincadeira do irmão, acrescenta

Laura, com um sorriso travesso, não perde a oportunidade de provocar os irmãos.

- Vocês dois comem igual elefantes. Talvez se parassem de devorar tudo, a mãe faria pratos mais elaborados para vocês também.

- Comer é um dom, Laura. Não podemos desperdiçar.- Alessandro, divertindo-se com a situação, responde com um sorriso.

A atmosfera leve e descontraída preenche a sala, e o jantar se desenrola em meio a risadas e conversas animadas. Percebo como a dinâmica entre eles é cheia de amor e humor, e isso faz com que eu me sinta cada vez mais integrada a essa família

Enquanto saboreávamos os últimos momentos do jantar, uma atmosfera de harmonia pairava na sala de jantar

Contudo, o clima muda abruptamente quando o celular de Alessandro começa a tocar insistentemente. Ele franze o cenho, visivelmente perturbado ao observar o número na tela. Com uma expressão séria, recusa a ligação, mas o telefone volta a tocar incessantemente.

- Apenas um momento, por favor - ele pede, levantando-se da mesa para atender a ligação. A inquietação paira no ar enquanto todos observamos Alessandro, e minha curiosidade aumenta ao notar a preocupação em seu rosto.Alessandro afasta-se para uma área mais discreta, e o som abafado de sua conversa telefônica se perde no ambiente

O semblante tenso de Alessandro ao retornar à sala de jantar não passa despercebido. Seus olhos, normalmente confiantes, agora carregam a preocupação de algo urgente. Ele quebra o silêncio

- Vou precisar sair.

- O que aconteceu, filho?- Rosa pergunta

- Problemas no trabalho... Luca me ligou, preciso encontrá-lo- Alessandro responde com um suspiro pesado.

As sobrancelhas de Fabrizio se franzem

- A essas horas?

- Sim, me desculpe por isso. Prometo te recompensar depois. Vou deixar o motorista avisado para te levar para casa quando quiser- Alessandro dirige-se a mim antes de sair apressado, deixando para trás um rastro de inquietação no ambiente.

A incerteza preenche o espaço enquanto o som de seus passos se afasta. O que deveria ter sido uma noite agradável agora é eclipsado pela imprevisibilidade que se desenha diante de mim.

Rosa, em uma tentativa de descontrair o clima tenso, sorri gentilmente e comenta

- Às vezes, a vida nos surpreende . Espero que entenda, Giulia.

O ambiente parece um pouco mais leve

- Que tal irmos até o jardim? queria conversar um pouco e conhecer melhor minha futura cunhada !- Laura convida animada.

Intrigada, aceito o convite de Laura

No jardim, Laura revela uma área especial iluminada por lanternas delicadas e velas que criam uma atmosfera mágica. Uma fonte no centro reflete a luz suavemente, enchendo o ambiente com uma serenidade reconfortante.

Laura e eu nos sentamos em bancos ornamentados enquanto admiramos o espetáculo noturno ao nosso redor. As flores exalam um perfume doce, e o som suave da água da fonte complementa a calma do momento.

A conversa entre Laura e eu flui naturalmente, e ela expressa sua admiração pelo irmão mais velho.

- Alessandro pode parecer sério à primeira vista, mas ele é um bom homem. Preocupa-se profundamente com as pessoas que ama- Laura compartilha.

- Ele saiu tão apressado... estou um pouco inquieta. Espero que não seja nada grave no trabalho.

Laura me tranquiliza, tentando dissipar suas preocupações.

- Alessandro é resiliente. Se há algo que ele pode enfrentar com determinação, é o trabalho. Tenho certeza de que logo ele estará de volta.

O tempo passa enquanto Laura e eu compartilhamos nossas histórias, sonhos e desejos. Entre risadas e confidências, a cumplicidade entre nós cresce, proporcionando uma conexão que vai além do vínculo familiar.No entanto, Alessandro não retorna como esperado, e a inquietação de Giulia aumenta a cada minuto. Decido que é hora de ir embora, agradecendo sinceramente a hospitalidade de Rosa e da família de Alessandro.Ao me despedir de Fabrizio, o irmão do meio de Alessandro, se prontifica a me levar para casa.

- Não se preocupe, Giulia. Eu mesmo te levo- diz ele com um sorriso amigável.

- Tem certeza, eu não quero incomodar- hesito

 - Não é incômodo, fico feliz em fazer esse favor.- Fabrizio insiste

Um sorriso involuntário escapa de meus lábios, aceitando gentilmente a oferta de Fabrizio. Juntos, caminhamos até o carro, e Fabrizio, com sua simpatia e descontração, torna o trajeto agradável.

No caminho até minha casa, Fabrizio compartilha histórias engraçadas e algumas peculiaridades sobre sua vida e relação com Alessandro. A atmosfera leve e descontraída faz com que o tempo passe rapidamente.

Ao chegarmos à minha casa, agradeço a Fabrizio pela carona, sentindo-me grata por ter conhecido mais um membro da intrigante família de Alessandro. Fabrizio despede-se com um sorriso caloroso, e enquanto observo o carro se afastar, uma sensação de apreço por sua amizade floresce em meu coração.

Ao entrar em casa, percebo que tudo está escuro, indicando que meus pais provavelmente já estão dormindo. Decido ligar para Alessandro para saber se está tudo bem, verdadeiramente preocupada com sua saída apressada.

O celular toca e, do outro lado, uma voz feminina atende.

- Alô?

- Estava ligando para meu noivo, mas acho que disquei errado... Me desculpe- digo um pouco sem graça.

- Tudo bem, não... Não se preocupe- a voz da mulher soa um tanto confusa. Desconfiada, ligo novamente. Desta vez, quem atende é Alessandro.

- Oi, Giulia, está tudo bem?- ele pergunta, mas percebo a tensão em sua voz.

- Sim, só liguei para saber como você está e se conseguiu resolver o problema do trabalho, mas foi uma mulher que atendeu o telefone- digo, desconfiada.

- Foi minha secretária. Tive que sair e deixei o celular com ela, caso alguém ligasse- Alessandro explica.

- Você não podia ter levado o celular?- questiono, mantendo minha desconfiança.

- Eu não levo o celular para o banheiro, Giulia-;ele diz, e sua resposta não me convence completamente.

- Entendi- murmuro, mas ainda sinto uma inquietação em relação à situação.

- Você já está em casa?- Alessandro pergunta.

- Sim, Fabrizio me trouxe- respondo.

- Ele fez isso? Lembro de ter avisado a um motorista para ficar à sua disposição- Alessandro diz, agora parecendo um pouco irritado.

- Fabrizio se ofereceu para me trazer, e não pude recusar a gentileza- explico

-Entendi, me desculpe novamente por hoje. Gostaria de ter ficado mais tempo com você e poder te levar para casa- ele diz.

- Fique tranquilo, entendo que tem suas responsabilidades- respondo.

- Preciso desligar, posso te ligar amanhã para conversarmos?- Alessandro pergunta.

- Claro, estarei esperando- digo, encerrando a chamada com um leve nó de preocupação em meu peito.

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