Um Encontro de Destinos Prometidos

"No encontro de destinos traçados e corações incertos,

Unem-se esperanças, temores e desejos despertos.

Nervosismo preenche o ar, expectativas no olhar,

Dois caminhos se cruzam, prontos para se entrelaçar."

Giulia

Os raios de sol que invadem o quarto falham em despertar-me, mas a agitação de minha mãe ao lado da cama não.

-Dio... acorde Giulia, já são duas da tarde- ela diz, sacudindo meu ombro com determinação.

- Aí- resmungo, sentindo uma pontada súbita na cabeça, como se meu cérebro estivesse protestando contra o abrupto retorno à realidade.

Meus olhos encontram a figura de minha mãe, parada, imponente, ao lado da cama com as mãos firmemente plantadas nas ancas. O ar de urgência e a leve frustração em sua voz são um presságio claro de que este não é um dia comum.

- Vamos, filha, levante. Alessandro está vindo te conhecer - ela anuncia, e sinto meu coração dar um salto acrobático. Em um movimento fluido e assustado, eu me sento na cama.

-Agora?- Minha voz sai mais um sussurro surpreso do que uma pergunta.

- Sim, ele acabou de ligar, e bom, você se arrumar. Eu vou preparar um chá- minha mãe fala com aquele tom materno que mistura comando e carinho antes de sair do quarto.

Levanto-me de supetão, a tensão e a ansiedade se enrolam em meu estômago como uma cobra. Alessandro está vindo, e eu sequer sei como agir, o que dizer, como me portar diante dele. Nervosismo não começa a descrever o estado do meu ser.

Corro para o banheiro. A água do chuveiro é um consolo e um choque de realidade. Ela lava não só o sono, mas também a insegurança que ameaça me consumir. O tempo é escasso; o banho é rápido, mais funcional do que relaxante.

Envolvendo-me na toalha, me apresso ao armário. Meus olhos dançam freneticamente por entre as roupas. Preciso de algo que diga casual, mas preparada, simples, mas não desinteressada. Minhas mãos finalmente escolhem: um vestido de tecido leve, de cor rosa , com mangas delicadas que flutuam ao menor movimento. A saia parecida com a de um A-line cai logo abaixo dos joelhos, oferecendo uma mistura de modesta elegância e uma lufada de juventude.

Acompanho-o com uma pulseira de prata sutil e uns brincos pequenos, círculos prateados que refletem a luz com um brilho discreto. Os pés descalços logo são adornados com sapatilhas brancas de couro macio, simples, porém chiques.

Diante do espelho, me examino. Seco meu cabelo até que ele caia sobre os ombros em ondas naturais e apliquei uma maquiagem leve - só um toque de blush para dar cor às bochechas, rímel para destacar os olhos e um batom nude para completar o visual.

Respiro profundamente, tentando aquietar os batimentos do meu coração. A casa cheira à menta e camomila, o aroma se espalhando pelo ar e prometendo acalmar os nervos que eu mal consigo controlar. Ao sair do quarto, sinto a realidade da situação se assentar sobre mim - Alessandro Conti está vindo, e minha vida, como a conhecia até agora, está prestes a mudar para sempre.

Alessandro

O peso do inevitável assenta-se sobre mim enquanto dirijo pelas ruas alinhadas por árvores rumo à mansão dos Ricci. Cada movimento do carro me aproxima de um futuro traçado por linhas que não desenhei, linhas que entrelaçam dever e renúncia. A ideia de conhecer Giulia - minha futura esposa em um casamento que rejeita o amor como fundação - envolve meu pensamento de maneira incômoda.

Refletindo no silêncio do interior do carro, não posso evitar que a memória das lágrimas de Isabella, minha verdadeira amada, transperce minha consciência. O desespero em seu olhar quando lhe contei sobre meu destino matrimonial ecoa em minha mente, arrastando com ele a sua proposta arriscada. Isabella, disposta a permanecer comigo como minha amante – um segredo ardente que arderia no escuro. Ela é quem possui meu coragem verdadeiro, e enquanto eu acolher o cumprimento do meu papel como esposo de Giulia, sei que jamais a amarei.

A mansão Ricci surge diante de mim, imponente e elegante, com sua fachada exalando o perfume de status e história. Paro minha máquina concede de potência e luxo diante da portaria e me identifico. O porteiro inclina a cabeça e, sem hesitação, os portões se abrem, me convidando para um novo capítulo da minha vida.

Estaciono o carro e assim que desligo o motor, uma respiração mais profunda - o ato tão simples é carregado com a tensão do momento. A porta da mansão se abre, e Maria Ricci, a matriarca que logo chamarei de sogra, aparece, seu sorriso é um bem-vindo que não sei ainda se mereço.

- Boa tarde, Alessandro, é um prazer recebê-lo- ela saúda, e sua voz é calorosa.

Observo-a por um instante, a elegância natural e o gesto refinado de estender a mão.

- Boa tarde, Sra. Ricci, me desculpe avisar tão repentinamente que iria vir. Estava por perto e achei que seria uma boa oportunidade para conhecer minha futura esposa- respondo, ocultando a turbulência interna atrás de um sorriso cortês e um aperto de mão firme.

- Fico feliz que tenha vindo. Vamos entrar- ela dirige-se para dentro, assumindo o papel de anfitriã.

Sigo-a através das portas majestosas, os passos reverberando em piso de mármore enquanto contemplo o ambiente diante de mim – decoração impecável, arte refinada adorna as paredes, e uma escada grandiosa se apresenta como uma espinha dorsal desta estrutura de privilégio. A luz suave das luminárias cria um jogo de sombras e promessas, e me pergunto, em meio a toda essa beleza arquitetônica, qual seria o espaço para a autenticidade daquilo que eu realmente desejo.

A tensão cresce a cada passo que dou dentro desta mansão, sabendo que, embora as intenções sejam de formar laços, meus sentimentos estão irremediavelmente atados a uma mulher que não é aquela que estou prestes a encontrar.

A medida que somos conduzidos até a sala, sigo Maria Ricci com uma mistura de apreensão e curiosidade. Nos acomodamos juntos no sofá, prontos para desvendar os segredos e as expectativas que rodeiam este encontro. Maria inicia a conversa com um sorriso afetuoso, mas seus olhos revelam uma preocupação real.

Começamos a conversar e Maria, de maneira gentil, começa a me contar sobre Giulia. Ela fala sobre sua personalidade doce, sua paixão pela música e arte, sua dedicação aos estudos. No entanto, em meio aos elogios orgulhosos, Maria confessa os desafios financeiros que enfrentam como família. É um momento de vulnerabilidade compartilhada, e agora entendo melhor a pressão que Maria sente para garantir o bem-estar de Giulia.

Enquanto escuto as palavras de Maria, percebo um leve ruído vindo da escada. Meus olhos instantaneamente procuram a fonte do som, e então, meu olhar se fixa em uma figura que desce com elegância os degraus. Maria interrompe sua fala com um sorriso radiante.

- Aí está ela, essa é minha filha Giulia- Maria anuncia com orgulho.

Ela é deslumbrante.

Uma beleza que parece tão natural quanto a própria vida. Giulia desce a escada, exibindo um sorriso tímido, mas encantador. Seus olhos encontram os meus e ali a tensão que me acompanha desde que cheguei parece desaparecer.

Instintivamente, me levanto do sofá assim que Giulia se aproxima. Há uma aura magnética que permeia o ar conforme nos aproximamos para o cumprimento.

- Prazer em conhecê-lo, Sr. Conti- diz Giulia, estendendo a mão para cumprimentar-me.

- O prazer é todo meu. Pode me chamar apenas de Alessandro- respondo, aceitando o aperto de mão oferecido por ela.

No momento em que nossas mãos se encontram, uma corrente elétrica parece percorrer nosso toque, enviando um arrepio percorrendo minha espinha. Talvez seja apenas uma ilusão fugaz, mas neste instante não consigo desviar os olhos de Giulia. Ela é muito mais do que eu esperava

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