Capítulo 19

Jane estava comendo na sala de jantar com Jul, quando o telefone principal tocou. Jane se levantou e foi atender a chamada. Jul olhou curiosa da cozinha para Jane falando ao telefone, de onde ela estava não conseguia ouvir a conversa.

Jane voltou irritada e voltou a sentar-se para comer, Jul estava curiosa para saber o que tinha acontecido, porém não perguntou nada e continuaram comendo em silêncio total.

Após aquele breve momento constrangedor, Jane deu a Jul a arma com a qual a tinha ensinado a atirar antes.

—Vamos caçar? —Jane perguntou enquanto colocava o seguro em sua arma, acenou com a cabeça. —Coelhos? —Questionou Jane.

—Não, a uma coisa que gosta de tocar no que não lhe pertence. —Jul fez uma expressão confusa e depois sorriu ao entender.

—Amo você, Jane. —Disse Jul com um grande sorriso.

—Eu sei. —Jane respondeu friamente e começou a andar, Jul a seguiu sentindo suas bochechas quentes de vergonha.

Até que a morte nos separe?

Juliana estava sentada naquela poltrona perto da lareira, com o tempo os colchões daquela poltrona haviam se desgastado e ela sentia a dureza da madeira que estava embaixo das almofadas. Os pássaros cantavam e a manhã estava ensolarada.

Enquanto tricotava um pequeno chapéu, ela entoava uma canção de ninar. Erick entrou pela porta de mogno e esta rangeu devido à deterioração da mesma.

—Você já voltou? —Ela perguntou, erguendo os olhos de sua tarefa. Erick, com o rosto cansado, suspirou e aproximou-se dela.

—Ninguém pode sair da cidade agora e os únicos trabalhos que restam aqui são limpar e cuidar de porcos. —Juliana ficou imediatamente preocupada.

—O que vai acontecer com meu bebê? Procure algo, estamos muito sem dinheiro. —Erick segurou sua mão.

—Calma, farei todo o possível para que este pequeno cresça bem. Não se preocupe tanto. —Ele se levantou e avisou que ia tomar banho, despedindo-se dela com um beijo na testa.

E quando Erick subiu o primeiro degrau, a porta se abriu agressivamente e isso surpreendeu a ambos.

—Boa tarde, Sr. e Sra. Montés.

—O que você está fazendo aqui? —Juliana cobriu a barriga com a mão. —Vá embora!

Então, Jul entrou permitindo que seus pais a vissem. Juliana ia abrir a boca, mas Jul não permitiu.

—Vocês têm dez segundos para correr. —Foi a única coisa que Jul disse.

—O quê? —Erick parecia tão confuso quanto Juliana. E Jane sorriu de êxtase enquanto dizia.

—Que comece a caçada.

O que é justiça?

Juliana corria pelo gramado segurando sua barriga quase imperceptível. Ela não sabia onde Erick estava, já que eles se separaram ao serem perseguidos por aquelas loucas, famintas para esquartejar qualquer um e comê-lo.

Juliana respirava com dificuldade, não aguentava mais correr e estar descalça dificultava ser mais rápida, não, a verdade é que ela nunca havia corrido na vida, não se lembrava disso. Juliana ouvia o coração batendo forte nos ouvidos, sentia medo e não sabia para onde ir. Como era possível que Jul, sua garotinha, tivesse se tornado um monstro?

Seria culpa dela? Ela se perguntou enquanto fugia para salvar sua vida. Juliana tropeçou e caiu no chão, abrindo a testa em uma pedra, porém conseguiu proteger o bebê em seu ventre. Ela se levantou, segurando enquanto o sangue escorria por seu rosto e caía no chão. Ela tinha que ser mais rápida ou Jane a pegaria.

Jul caminhava devagar, gostava da caça e mais ainda quando a presa estava tão indefesa. Jul olhou para o chão vendo o sangue de sua mãe, que traçava uma linha reta de pontos. Jul deu um sorriso.

Juliana caiu novamente devido à sua falta de jeito e gemeu de dor, olhou ao redor assustada e então viu Jul vindo em sua direção com um largo sorriso estampado no rosto. A perna de Juliana estava dobrada e ela não conseguia se levantar.

—Jul, me perdoe. Mamãe, eu fiz tudo por você. —Jul se aproximou e se agachou na altura de sua mãe. —Você é egoísta, você é a única que importa. Destruir meu rosto também foi para o meu próprio bem? —Jul deu uma gargalhada. —Bem, eu também estou fazendo isso pelo seu próprio bem. —Jul sacou a faca com que havia matado Melody e sorriu antes de dizer. —Eu matei alguém, não, eu matei uma coisa e você fará parte da minha coleção.

—Não, não, não. Jul, me escute, por favor! Aaai! —Jul enfiou a faca em seu lado e começou a abaixar o objeto como se quisesse arrancar o rosto de sua mãe. —Não! —Juliana tentou afastá-la, mas Jul atirou em seus braços e continuou com sua tarefa enquanto Juliana se contorcia.

No final, ela arrancou o rosto de Juliana, deixando que o sangue salpicasse suas roupas e então atirou cinco vezes na barriga de Juliana, até que a pobre mulher morreu.

Jul colocou o rosto da mãe no bolso e guardou a faca e a arma. Ela ficou olhando o corpo por um momento e desejou que fosse inverno em vez de verão.

Depois disso, Jul chorou por ter matado a própria mãe, se sentiu horrível, mas as lembranças de como Juliana nunca a defendeu a fizeram reconsiderar e ela enxugou as lágrimas. Ela mereceu, Jul repetia para si mesma várias vezes, talvez justificando seu crime.

Erick estava prestes a chegar às casas das outras pessoas da cidade, no entanto, uma flecha atravessou sua perna e ele caiu batendo a cabeça em uma rocha.

«É uma pena, mas é hora de pagar por seus pecados.»

Jane segurou a perna com a flecha e começou a arrastar o homem pela terra, seu rosto sendo ferido pelas pedras no chão.

Então, Jane começou a cantar a canção de ninar que Juliana costumava cantar.

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