Capítulo 16

Jul estava muito feliz por ver Jane novamente. Não conseguiu nem dormir naquela noite de tão animada, ficou se revirando por horas na cama. O quarto onde estava hospedada era enorme e tinha lindas decorações com flores, havia algumas que ela mesma encomendou. Suas favoritas eram as rosas brancas, que lhe lembravam a aparência pura de Jane.

A aparência de Jane estava mais bonita, ela havia crescido e estava extremamente linda aos olhos de Jul. Ela desejava torná-la sua, possuir Jane e trancá-la para que ninguém mais a visse, somente ela. Jane estava mais alta que ela e tinha uma postura muito atraente, além disso, os olhos de Jane brilhavam mais azuis do que antes.

—Ah… Jane está tão linda. Será que devo me declarar de novo? — Jul chutou as cobertas como uma adolescente apaixonada. Pegou seu diário manchado de sangue e começou a escrever suas fantasias loucas com Jane.

No dia seguinte, Jul desceu para a cozinha com olheiras enormes, não havia dormido por pensar tanto em Jane, até a desenhou em seu diário.

— A senhorita está bem, Senhorita Jul? — Perguntou o mordomo. Ela apenas assentiu em resposta.

— Onde está a Jane? — Ela questionou o mordomo enquanto olhava ao redor.

— Ah, é verdade. A Senhorita Jane disse que a espera no lugar de sempre. — Jul sorriu e saiu correndo sem tomar café da manhã. Atravessou a floresta apressadamente e chegou exausta ao esconderijo, respirando descontroladamente. Ainda estava de pijama.

— Oh, você chegou mais cedo do que o esperado. Sempre como um cachorrinho. — Jul esboçou um sorriso e se aproximou de Jane, abraçando-a. Isso fez Jane fazer uma expressão confusa. — Agora você gosta de abraços? — Perguntou Jane e ela negou sobre o ombro de Jane e sussurrou em seu ouvido.

— Não, eu só gosto de sentir seu calor. — E então Jul se afastou de Jane e ficou surpresa ao ver o rosto de Jane completamente vermelho, assim como as orelhas e o pescoço. Então, Jul sorriu encantada e quis se aproximar novamente de Jane, mas Jane, que parecia petrificada, reagiu e colocou a faca sob o pescoço de Jul.

— Não se aproxime. Estou com vontade de te matar. — Jane olhou para Jul com desejo, desejo de matá-la? Era simplesmente desejo. Poderia ser qualquer coisa, mas Jane não se importava, ela só sabia que o pescoço de Jul ficaria lindo sendo cortado por sua faca.

— Pode me matar. — Jul estendeu as duas mãos e Jane rapidamente perdeu o interesse, abaixando a faca, que por estar pressionada contra a garganta de Jul, fez um pequeno corte.

— Eu gosto de você. — Confessou Jane e Jul ficou em estado de choque devido a essas três palavras. No entanto, Jane não parecia entender o peso dessas palavras simples. Ela se abaixou e começou a procurar algo em sua mochila e, quando se levantou, entregou uma pistola para Jul. Uma CZ P-09 de tamanho normal e com calibre 9x19.

Jul observou a arma contundente e a examinou por alguns segundos. Era linda.

— Vou te ensinar a atirar com isso, ou você prefere uma besta? — Jul ergueu os olhos e viu Jane começar a desenterrar armas do chão. Jul se perguntou quando ela havia colocado tudo aquilo lá. No entanto, Jane franziu a testa ao ver o estado das armas e apenas disse: — Bem, só vamos matar pássaros.

E passaram o dia inteiro juntas, Jul se divertiu muito, Jane segurava suas mãos ensinando-a a atirar e seus rostos estavam muito próximos, o que fez com que Jul não conseguisse se concentrar, mas Jane não ficou brava com ela e foi muito paciente. Era estranho, mas Jul adorava ver algo novo em Jane.

— Você pode sorrir, Jane? — Jane havia terminado de recolher as coisas e elas estavam voltando para a mansão, essa pergunta tirou Jane do sério e ela olhou para Jul com uma cara de nojo. — Ah… desculpe, pensei alto. — Jul se apressou em se desculpar ao ver a cara de desgosto que Jane fez.

— E depois dizem que sou eu a estranha. — Já estava na hora, pensou Jane depois de ouvir o pedido de desculpas de Jul.

— Bem, os semelhantes se atraem. — Jane curvou os lábios para o lado e então sorriu, mostrando a Jul seu lindo sorriso, tão bonito quanto Jul se lembrava.

— Não, eles se repelem. — Jane passou por ela e deu um tapinha em seu ombro. — Vamos, estou com fome.

Jul fez uma expressão triste e então seguiu Jane. Ela estava um pouco chateada porque Jane não entendia seus sentimentos. Por que era tão difícil?

Na mansão, ela se sentou do outro lado da mesa em frente a Jane. As empregadas serviram o jantar e Jul olhou para seu prato com um enorme pedaço de carne. Porco à noite?, ela pensou. No entanto, ela não hesitou muito e cortou um pedaço, sentindo a faca atravessar a carne suavemente.

Jul deu a primeira mordida e mastigou, sentindo a carne se desfazer em sua boca, tinha um sabor peculiar e forte. É carne bovina?, ela se perguntou novamente. Mas uma coisa era certa, aquela carne estava deliciosa.

Depois do jantar, ela foi tomar banho e vestiu um vestido de tecido transparente. Saiu do quarto e foi sorrateiramente até o de Jane, querendo entrar sem ser notada, mas o impacto de algo se cravando na porta bem ao lado de seu rosto a surpreendeu.

— Oh… você não estava dormindo. — Jul não sabia onde se meter. Estava envergonhada, muito envergonhada.

— O que você está fazendo aqui? — Jane se levantou e se aproximou, então Jul tentou abrir a porta e escapar, mas Jane a deteve segurando a parte de trás de sua mão. Ela se sentiu encurralada de costas enquanto a respiração de Jane podia ser ouvida perto de seu pescoço. — O que você está fazendo? — Jane sussurrou em seu ouvido e Jul deu um pulo. Então, Jane caiu na gargalhada e Jul sentiu ainda mais vergonha. Mas ela se esqueceu da brincadeira de Jane ao perceber que era a primeira vez que a ouvia rir tão genuinamente.

— Você está rindo de mim? — Jul perguntou irritada e Jane se pressionou mais contra ela e se aproximou novamente de seu ouvido.

— E se eu estiver? — Jul tentou escapar daquele aperto, mas Jane segurou seus dois braços e os prendeu na porta. Jul sentiu seu coração bater tão forte que pensou que Jane seria capaz de ouvir o estrondo daquele órgão.

Jane olhou para a forma de Jul, seu olhar percorreu das costas até o traseiro de Jul e, naquele momento, Jane estalou a língua e a soltou.

— Volte para o seu quarto. — Ela ordenou, mas Jul ignorou e correu para a enorme cama de Jane, pulando no colchão. — Jul… hah. — Jane voltou para a cama e se deitou ao lado de Jul, que rapidamente a abraçou. Jane não a rejeitou e apenas fechou os olhos, cansada.

Baixar agora

Gostou dessa história? Baixe o APP para manter seu histórico de leitura
Baixar agora

Benefícios

Novos usuários que baixam o APP podem ler 10 capítulos gratuitamente

Receber
NovelToon
Um passo para um novo mundo!
Para mais, baixe o APP de MangaToon!