Capítulo 17

Jane sentiu algo frio tocando seus lábios e abriu os olhos lentamente. Primeiro, se surpreendeu e então empurrou Jul, fazendo-a cair no chão. A manhã estava fria e o ar entrava tranquilamente no quarto.

— Por isso eu não queria que você dormisse comigo. — Jane disse e saiu do quarto, deixando Jul no chão, esta sorrindo feliz por não ter sido rejeitada. Ou era isso que Jul pensava.

Jane mergulhou na banheira e tocou o lábio, sentindo-se estranha, confusa. «Eu deveria ir conseguir um novo objeto», pensou enquanto relaxava o corpo. O banheiro tinha decorações nas cerâmicas em branco e preto, o chão era completamente branco, assim como a banheira. Jane usava o cabelo preso em um rabo de cavalo alto.

Podia sentir empatia?

Jane tinha ido a uma área da cidade onde havia apenas uma casa, onde viviam uma mulher e sua filha. O lugar era cercado de árvores, fazendo-a parecer uma casa perdida no meio da floresta, era de madeira e com telhado de zinco. Jane não perdeu tempo tentando saber os pecados daquela mulher, naquele dia ela tinha uma necessidade e se não adicionasse outro objeto à sua coleção, poderia enlouquecer.

Jane entrou pelos fundos da casa, primeiro observou curiosa o ambiente muito aconchegante e depois foi se divertir. Tirou do bolso uma arma muito afiada, com a ponta fina quase como uma agulha. Era da cor preta e o cabo de prata.

Jane abriu a porta do quarto e a mulher se assustou em sua cadeira enquanto tecia um lindo chapéu e então a mulher olhou para a arma na mão de Jane e se levantou apressadamente, ergueu as mãos e começou a implorar a Jane.

— Por favor, pode levar tudo, mas não me machuque.

Jane olhou para os olhos cinzentos da mulher e respondeu.

— Quero seus olhos. — A mulher ficou paralisada de medo e gritou por ajuda. — Uma pena, ninguém vai ouvir. — Jane se aproximou lentamente e quando estava prestes a cravar a arma afiada na mulher, uma voz a interrompeu.

— Quem é essa, mãe? — A menina tinha cerca de cinco ou seis anos. Tinha cabelo preto e lindos olhos azuis quase idênticos aos de Jane, usava shorts e uma camiseta de alças.

— Saia e espere lá embaixo. — Jane sorriu para a menina e então olhou friamente para a mulher e ela assentiu, fazendo sua filha se afastar da cena.

Depois que Jane conseguiu seus objetos, ela desceu e pegou a mão da menina e disse.

— Vamos tomar sorvete.

— Espere, tenho que pedir permissão à mamãe. — Ela disse.

— Na verdade, não acho que ela vai ficar brava com você se você vier comigo. — A menina franziu a testa, mas foi com Jane, enquanto a mão dela se sujava com o sangue de sua própria mãe.

As pessoas são muito ciumentas. Alguém me disse isso? Não me lembro.

Jul olhava para a menina que Jane havia trazido, com muito ódio. A menina era muito bonita, tinha a pele mais clara que a dela, lábios rosados e o rosto sem marcas. Ver aquela menina tão apegada a Jane lhe causava muita insegurança, se aquela menina continuasse no meio, ela logo perderia a atenção que Jane lhe dava, era isso que Jul pensava.

Além disso, era a primeira vez que via Jane tratando outra pessoa com gentileza, Jane deu banho na menina ela mesma e a vestiu com suas roupas de quando era criança e também escovou seus cabelos. Todo esse comportamento era muito estranho para Jul e a fez sentir um ciúme horrível pela aparência bonita e jovem da menina. Naquele momento, Jul estava arrependida de ter crescido.

— Ela quer tirar tudo de mim. — Jul caminhava de um lado para o outro no pátio da mansão, perto das rosas que ela havia mandado plantar. E olhando para elas por alguns segundos, ela explodiu em um acesso de fúria e as pisoteou todas.

Da janela do segundo andar, Jane observou toda a cena e simplesmente manteve uma expressão fria e então se virou.

Sério, o que é amor? Que pergunta estúpida, você acredita nisso?

— Você quer vir comigo? Vou ao esconderijo da Jane. — Isso chamou a atenção de uma jovem Melody, os olhos azuis da menina brilharam enquanto ela assentia. — Lá, Jane brincava comigo, quer saber do quê? — Ela segurou a mão de Melody e começou a se afastar da mansão com ela.

Jane, da janela, fez uma expressão confusa ao ver Jul se afastando com a menina.

E Jul continuou contando histórias de Jane e ela para Melody.

— Está vendo essas marcas? Jane as fez para me guiar até o esconderijo, eu costumava me perder. — Jul riu e Melody a acompanhou, embora não achasse graça. — Eu sempre fui a número um no coração de Jane, ela cuidou de mim e me deu presentes.

Melody fez uma expressão confusa ao sentir aquela mudança de ambiente. Na opinião de Melody, Jane não parecia alguém que cuidaria e amaria Jul. Era divertido, Melody zombava de Jul sutilmente, Jul se achava a parceira de Jane quando ela era apenas mais um objeto.

— Você está apaixonada pela Jane? Hahaha, Jane nunca vai te querer, você é feia e seu rosto está cortado em pedaços, você é um monstro. — Jul franziu a testa, irritada, e comentou.

— Jane gosta de colecionar objetos, muito fofos como os seus. — Ela apontou para os olhos da menina e Melody fez uma expressão assustada. — Vou te ensinar uma lição para que você nunca mais zombe de mim.

— O quê? Senhorita Jane, eu não disse nada! É você quem estava falando sozinha, eu nunca a ofenderia. — A menina se ajoelhou na frente de Jul e implorou por sua vida. A menina tremia de medo enquanto chorava. No entanto, Jul revirou os olhos, entediada, e sacou a faca que mantinha guardada. Elas estavam quase chegando ao esconderijo e a estúpida Melody tinha estragado tudo.

Como uma criança pode zombar de você?

— Você está roubando o que é meu, cale a boca! — Jul fez um corte da testa da menina até o queixo, na diagonal.

—Ahhh! — A menina gritou, segurando a parte ferida, e Jul sorriu com o sofrimento da criança. — Por favor, não!

Jul enfiou a faca nos olhos da menina, que apertava com força tentando tirar Jul de cima, enquanto gritava por ajuda. Jul arrancou os olhos de Melody com a faca e então bufou de raiva porque eles tinham saído esmagados. Ela observou como a cavidade sangrava muito, a menina estava respirando rapidamente enquanto continuava gemendo de dor. Que loucura.

— Eu te disse para não se mexer. — E Jul cravou a faca no peito de Melody, várias e várias vezes até deixar o corpo em um desastre e antes de retornar à mansão, ela pegou os globos oculares esmagados e os levou consigo.

— Bem-vinda… — O mordomo ficou petrificado ao ver a quantidade de sangue nas roupas de Jul e quando procurou Melody com o olhar, Jul mostrou a ele os globos oculares destruídos da menina enquanto sorria. Experimentar a êxtase de matar era outro nível.

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