Capítulo 7

Juliana estava procurando desesperadamente em sua penteadeira, ela acreditava que certamente teria um pouco de creme antirrugas.

—Eu deveria ter comprado antes—, disse a si mesma em um sussurro.

A porta foi tocada e Juliana se assustou, deixando cair o frasco que continha o esmalte de unha, quebrando-o no processo. Era sua cor favorita, então ela se levantou irritada e foi abrir a porta.

—O que você quer? — Ela perguntou à filha um tanto irritada, na verdade, ultimamente ela nem queria ver o rosto da filha. Ela sentia inveja daquela aparência jovem, daquele rosto suave e daquele olhar inocente.

—Estou com fome e não há nada na cozinha que eu possa comer. —Juliana fez uma expressão cansada e então suspirou.

—Cozinhar é o básico. Ah, tudo bem, vou preparar algo. —Ela tranquilizou sua mente, sua consciência estava lhe dizendo que nada do que aconteceu era culpa de Jul, no entanto, Juliana continuava odiando sua filha, já que; ela havia tirado o amor de Erick.

Ela desceu até a cozinha e começou a cozinhar, e quando tudo estava preparado e servido nos pratos, um pensamento ridículo passou pela mente de Juliana enquanto ela olhava para o prato de sua filha. Seria apenas um pouco, era o que sua mente perturbada e insana lhe dizia.

Ela pegou o veneno de rato e colocou um pouco na comida de Jul, depois ajeitou a comida para que parecesse natural. E então ela levou a comida para a mesa para sua filha e com um sorriso observou enquanto Jul tomava a primeira colherada, depois uma segunda e depois uma terceira. Nesta última Jul começou a tossir e agarrar a garganta.

—O que você colocou na comida? —Essa pergunta alarmou Juliana e ela interpretou seu papel de boa mãe.

—O que eu colocaria? O que foi? Você está se sentindo mal? Vou preparar um chá e te levar para a cama. —Jul não respondeu e Juliana voltou para a cozinha.

Também estaria tudo bem se eu respondesse da mesma forma?

Jul havia saído e começado a vomitar tudo o que havia comido, depois limpou o rosto com um pouco de água da torneira.

E então ela foi para o esconderijo de Jane, antes mesmo de chegar, ela viu Jane caminhando pelas árvores marcadas e Jul sorriu por trás, com passos silenciosos ela se aproximou e tentou surpreender Jane, sem sucesso, ao invés disso, Jane se virou irritada e quase a esfaqueou.

—Ótimo, quase te matei. Nunca mais se aproxime de mim dessa forma—, Jul assentiu assustada. Ela não estava com medo do fato de Jane ter uma faca com ela, ou que ela quase a tivesse esfaqueado por engano, o que a assustou foi o olhar frio de Jane, mais frio do que o normal. Na verdade, ela não reconheceu Jane por alguns minutos.

—Você já matou alguém? —Jane estava prestes a estender a mão e tentar ajudá-la a se levantar, no entanto, ela baixou a mão ao ouvir aquela pergunta.

—Isso importa muito? Curiosa sobre mim? A resposta que você quer ouvir é não, e não, eu não matei ninguém. Só gosto de cortar animais em pedaços, quando eu me cansar deles, posso ir para coisas maiores. Por que estou te contando isso? —Jane fez uma expressão confusa, mas Jul estava feliz porque Jane havia lhe contado, e isso significava que ela confiava nela.

—Eu sou seu objeto, você pode me contar se quiser. —E embora Jul não gostasse de ser vista como um objeto, se era isso que Jane queria, ela faria. E para ficar perto de Jane, ela faria qualquer coisa, não importava o que. Não há manipulação aqui, apenas amor.

E quando eles voltaram para o esconderijo, Jul se cansou e desabou bem na frente do abrigo, Jane olhou para trás depois de ouvir o barulho e então ela entrou sem dar muita importância.

Cerca de uma hora e meia se passou e Jul não acordou, ao invés disso, seu corpo estava ficando mais pálido por causa da neve e Jane se levantou um pouco irritada e a arrastou para dentro, mas Jul continuou sem acordar.

—Por que eu deveria fazer isso?— Jane começou uma luta interna sobre ajudar ou não ajudar, e pela primeira vez viu Jul como um ser vivo, mas ainda assim continuaria a tratá-la como seu objeto precioso. E como pôde, carregou-a de costas, descansando às vezes, já que Jul era mais alta e pesada. —Eu me sinto tão horrível. —Ela comentou quando estava perto de sua casa. Aquela mansão sobre a qual muitos na cidade espalhavam boatos. Muitos gostariam de ter uma mansão dessas e se sentirem reis. Nem mesmo o prefeito da cidade poderia ter uma fortuna como os Tescas.

—Senhorita—, o jardineiro correu até Jane e pegou Jul, carregando-a da mesma forma que as princesas são carregadas nos contos de fadas. —Quem é essa garota? —O homem ousou perguntar sem olhar diretamente para Jane, ele sabia que isso irritava a garota.

—Não é da sua conta, e estou surpresa que você ainda esteja aqui. Da outra vez você chorou porque eu havia pisado em todas as flores que você cuidou com «amor». —O homem engoliu em seco e apenas assentiu. —Suponho que seja porque você não mora nesta cidade e nenhum outro trabalho paga tão bem quanto os Tescas, a menos que você vá para a cidade.

—Aquelas flores não eram minhas, não se preocupe, senhorita.

—Eu não me preocupo, eu sinto pena. —Jane entrou na casa e quem a recebeu foi outra mulher, já que a da outra vez havia pedido demissão devido à intensidade de Jane. E esta fazia parte da cidade e na verdade pertencia ao grupo de Martha, que sempre se reunia para fofocar sobre os outros.

—Ah, e você—, Jane se dirigiu à mulher. —Se eu ouvir um boato pela cidade e especificamente, sobre a filha de Juliana e eu, você fica sem língua, entendeu? —A mulher assentiu assustada. Ela havia aceitado aquele emprego porque a situação financeira para ela e o marido não estava das melhores e o salário do marido havia diminuído, então ela foi procurar trabalho com os mais ricos da cidade, mas nunca imaginou que teria que ser a nova babá de Jane. E acima de tudo, ver quem era Jane simplesmente a assustava, e como Juliana havia dito, Jane tinha uma aura maligna e que causava uma vibração ruim.

—Para onde eu a levo? —O jardineiro perguntou a Jane.

—Para o meu quarto e chame o médico rápido. —A primeira parte foi dirigida ao jardineiro e a segunda à governanta, que estava limpando um quadro na sala de estar.

—Senhorita, o médico está na cidade—, Jane estalou a língua e então disse.

—Ele não pode vir de carro? Diga a ele que Jane disse para ele aparecer rápido. —E a mulher pegou o telefone e discou o número do médico, depois de falar ela desligou e então comunicou a Jane.

—Ele estará aqui às três da manhã em ponto. —Jane assentiu e então se sentou no sofá. E dormiu até o dia seguinte, algo que a incomodava, fazia muito tempo que ela não dormia tanto e acontecia que em um momento em que ela não deveria dormir, ela dormiu.

—Onde está o médico? —Ela apareceu correndo para a cozinha, a governanta ficou surpresa, já que durante o tempo que trabalhou ali nunca tinha visto Jane com um rosto desesperado ou ansioso.

—Ele foi embora às seis.

—Jane, oi! —Naquele momento ela viu Jul, que estava sentada em uma cadeira com uma xícara de chá na mão.

A expressão de Jane voltou ao normal e ela se aproximou de onde Jul estava. Ela olhou para ela por vários minutos e então disse.

—Você não tem o direito de morrer, o único que pode acabar com sua vida sou eu. —Jul assentiu sorrindo. Embora a governanta estivesse um pouco apavorada com essas palavras, ela tentou manter o rosto firme.

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