A notícia da prisão de Elias Tyrant era o que mais se falava na vila, afinal, a prisão dele havia enchido o pequeno local de viaturas de polícia e até então, nem mesmo os advogados que prestavam serviço para a empresa de mineração não quiseram se envolver. Rose estava fechando sua floricultura quando viu Cedric surgir:
— Preciso conversar com você. - O mais velho falou ao passar pelos vasos de plantas.
— Sobre a prisão do Elias?
— Sim.
A jovem parou de recolher as plantas e se aproximou do cunhado:
— Diga.
— Então, Elias não quer convocar o avô para tocar os negócios. Aparentemente ele passará cinco anos em regime fechado e quer que você tome conta das coisas no lugar dele com a supervisão dele.
— Imaginei que ele faria isso. - Rose suspirou. - De qualquer forma, é uma ótima oportunidade para poder aprender sobre os negócios da família e para rastrear o paradeiro do meu avô.
— Conte comigo para o que precisar.
-***-
Lisa ergueu a cabeça e observou o rosto de Kelvin, que fitava o céu estrelado. Desde que a notícia da prisão de Elias havia se espalhado, o jovem de cabelos escuros andava pensativo:
— Dou uma moeda pelos seus pensamentos. - Ela falou despertando a atenção de Kelvin.
— Desculpe, continuo pensando no ocorrido de hoje e em como ficarão as coisas por aqui.
— Por quê?
— Existem muitas empresas que gostariam de adquirir essas minas de ferro, somos um dos maiores extratores ao nível mundial, o fato desse lugar não prosperar é porque a família Tyrant simplesmente não investiu em nada. - Kelvin a puxou para ficar colada em seu corpo. - Com a prisão de Elias e o avô dele desaparecido, só resta Rose.
— Como assim?
— Rose é uma Tyrant, assim como a irmã dela. Pelo que sei, Hortênsia não tem a menor vontade de voltar para esse fim de mundo, já a Rose gosta daqui e poderia fazer algo por nós.
— Achei que com essa prisão, você e seu irmão fossem assumir as coisas, já que trabalham para o Elias há tantos anos.
— Não é assim que funciona. - Kelvin se ergueu e sentou com as costas encostadas na árvore. - Provavelmente, Rose vai representar o Elias, o que será ótimo, já que poderemos respirar um pouco, só que isso também me preocupa.
— Por quê?
— É provável que eu a perca.
— Oi? - Lisa se ergueu indignada. - Por que esta preocupado com isso se já vai se separar dela?
— Eu nunca disse isso. - Kelvin a olhou sério. - Rose é herdeira de uma grande fortuna, como eu poderia deixá - la? Se você quer uma vida boa, sossegue.
— O que tem em mente para conseguir essa vida boa, posso saber?
— Vou esperar ela se casar com o Elias, aguardarei um tempo e com a confiança dela, eu me livro do gordo maldito, ela herda tudo e peço a ela para me dar uma das minas, pronto, estarei bem de vida e poderei me separar dela.
— Mas isso vai levar muito tempo. - Lisa falou dengosa.
— Paciência é uma virtude. - Ele sorriu e acariciou o rosto dela. - Vou te dar uma vida cheia de luxos, como merece.
-***-
Ritchie olhou para o papel que tinha notícias da sua irmã mais nova e sorriu, sua pequena estava aprendendo a se virar e aquilo aliviava o seu coração. Na tela do computador estava a foto de Elias com um texto informando que ele havia sido preso pelo estupro da cantora Stella, que até então estava desaparecida.
A notícia focava mais nos valores das minas de minério de ferro do que no crime em si. Afinal, o mundo era dominado pelo dinheiro e era por esse motivo que ele estava fazendo de tudo para crescer o seu patrimônio para os próximos anos, pelo bem da sua irmã mais nova e da sua futura esposa: Rose Lewis.
Os olhos azuis foram atraídos para rosa resinada que estava ao lado da tela do computador:
— Peço perdão a Stella, mas a minha irmã e a mulher que roubou meu coração, precisam da minha proteção, e eu prometo que vou protegê-las.
O loiro pegou uma pequena foto que havia sido tirada em sua festa de aniversário, onde Rose aparecia com um leve sorriso. Aquela mulher era tão linda e tão forte, que a cada minuto que se passava, ele se sentia mais atraído por ela. Talvez fosse o momento de aproveitar que Elias estava preso para poder se aproximar dela.
Ele pegou o telefone e discou para o pai que atendeu imediatamente:
— Diga. - Richard atendeu.
— Pai, você viu que Elias Tyrant foi preso?
— Sim.
— Então, não acha que é hora de eu me aproximar da Rose?
— Não acho e sinceramente, depois do que você aprontou, eu deveria te deixar apodrecer nesse fim de mundo onde esta. - O mais velho falou bravo. - Onde já se viu? Forjar a morte da própria irmã ao invés de encontrá - la. O que esta ganhando em não encontrá - la? Por que não me fala?
— Eu não sei onde a Karol esta. - Ritchie mentiu. - E quem sabe ela realmente pode estar morta? Afinal, o cara que vai se casar com ela é um assassino!
— A minha filha está viva! - Richard gritou. - E você trate de encontrá-la! Por hora, estarei fabricando uma sósia dela. Já achei até mesmo uma garota bem parecida.
— É o quê?
— Se a Karol não quer estar conosco, é só substituí-la por alguém que realmente queira.
— Pai! - A ligação foi encerrada e Ritchie sentiu um ódio enorme, o que fez ele jogar o aparelho longe. - Velho maldito!
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Atualizado até capítulo 101
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