15. Algo errado

Já havia se passado mais de um ano desde o incidente com Elias e até que ele havia dado uma boa folga para ele. Como ela havia conseguido terminar os estudos, agora pensava se deveria seguir a irmã para conseguir fazer uma especialização ou tentaria algo na cidade mais próxima pelo Kelvin.

Felizmente, ela já tinha um bom dinheiro para seguir com seus objetivos e bem, ainda havia mais uma opção, o seu casamento com Kelvin. Desde que ela havia retornado, a história de casamento havia sido esquecida pelo rapaz, mas ela ainda nutria esperanças de que em algum momento aquilo pudesse se realizar.

Rose estava mudando um vaso de planta do lugar quando um jornal antigo surgiu do local antigo do objeto. Com cuidado, ela pegou as folhas amareladas e desdobrou por curiosidade, foi então que ela se lembrou que acabou jogando o jornal ali por susto, quando foi surpreendida pelo namorado. Nas folhas amareladas tinha a imagem do rapaz que havia a beijado na festa.

Ele estava atrás de um homem mais velho e ao lado de uma bela jovem, que devido à semelhança, poderia ser irmã dele. Ao que parecia, eles estavam em um evento e a foto foi tirada de forma aleatória, mas era possível reconhecê - lo entre as pessoas:

— O que esta olhando? - Lisa entrou na loja com um sorriso animado.

— Um jornal velho. - Rose dobrou as folhas e jogou no lixo. - Achei que não vinha hoje.

— Eu disse que vinha te ajudar.

— Obrigada.

— Ele melhorou depois da conversa?

— Nada, amiga. - Rose suspirou. - Ele anda estranho, distante. Quando pergunto ele disfarça e diz que esta tudo bem, que me ama, mas sei que tem algo errado.

— Será que é algo haver com o trabalho?

— Não sei, perguntei ao Cedric se havia mudado algo no trabalho e ele também disse que não.

— Estranho isso. De qualquer maneira, depois da surpresa de hoje, tenho certeza de que vocês dois vão ficar bem novamente. - Lisa incentivou. - Agora vá, deixe a loja comigo.

— Obrigada amiga!

Rose deu um beijo no rosto de Lisa e saiu animada. Ela iria até a cidade para comprar um presente para Kelvin, já que era aniversário dele e também estaria bem arrumada para dar a ele uma noite de prazer intenso. Sua intenção era acender a chama do seu namoro para ter a certeza de que estava tomando a decisão correta.

-***-

Lisa esperou Rose sair da loja e caminhou até o cesto de lixo onde a amiga havia jogado o jornal. Ela pegou o objeto e observou as páginas até que viu a grande foto de uma família importante. Naquela foto havia o rapaz do escândalo de anos antes. Um sorriso sinistro surgiu no rosto da morena, que se apressou em esconder o jornal na bolsa que havia trazido.

Ela escreveu um bilhete para Kelvin e pediu para o irmão mais novo entregar para o segurança. Já estava certo que os dois passariam aquela noite juntos, eles iriam ao cinema comemorar o aniversário dele, ela só não entendia o porquê dele não se separar de vez de Rose, talvez ela tivesse que tomar uma atitude mais drástica antes do próximo evento que Elias levaria Rose, e pelo que ela sabia, seria o evento.

-***-

Rose terminou de cozinhar e arrumou a mesa com carinho. Tudo estava da maneira que Kelvin gostava. Até mesmo o bolo de chocolate, que era o preferido do namorado, ela havia feito questão de fazer. Ansiosa, ela saiu no portão para aguardá - lo e então ela pode ver os trabalhadores voltando para suas casas. Alguns conhecidos a cumprimentavam com um olhar diferente, que ela não soube identificar.

Já estava bem escuro quando ela viu o carro de Cedric surgir na estrada de pedra. A esperança fez ela acreditar que talvez Kelvin tivesse pegado o carro do irmão para vir encontrá-la mais rápido após um contra-tempo, mas assim que o carro se aproximou ela viu a silhueta do cunhado, que estacionou ao lado dela:

— O que faz aqui fora? - Cedric perguntou preocupado.

— Esperando o Kelvin. Aconteceu alguma coisa? Ele não veio até agora.

— Kelvin saiu até mais cedo hoje. - Então Cedric notou que havia algo errado. - Talvez ele tenha pegou alguma demanda quando saiu.

— Sim, pode ter ocorrido algum imprevisto. - Rose segurou as mãos forte para conter a frustração.

— Aqui, haverá uma festa dentro de alguns meses. - Cedric entregou um envelope para ela. - Elias quer que você o acompanhe.

— Tudo bem.

— Rose, seus estudos já terminaram, sua irmã esta longe, por que não vai embora e foge do Elias?

— Estou ponderando sobre isso. - Rose suspirou.

— Do que precisa para ir? - Cedric perguntou sério.

— Coragem. - Ela sorriu sem graça. - Vou nessa festa e vou me comportar.

— Elias quer anunciar o casamento de vocês dois, é provável que ele te pressione para terminar o seu namoro.

— Após a festa vou decidir sobre isso também.

— Talvez seja a oportunidade de você conhecer o patriarca.

— Sim, por isso que estou seguindo o jogo do Elias, só me dói machucar o Kelvin dessa forma.

— Se ele se importasse mesmo com você, teria te tirado daqui. - Cedric acariciou os cabelos dela e voltou para dentro do carro. - Entre, esta ficando frio aqui fora.

— Vou entrar. - Ela sorriu e viu o cunhado dar partida no carro e sair estrada afora.

A jovem entrou e fechou o portão. Ela estava chateada por Kelvin desaparecer depois dela tanto pedir para que ele viesse jantar com ela, mas no momento ele não era tão importante quanto a sua vingança contra Elias.

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