14. Inicio do plano

Após dias de brigas devido o suposto desaparecimento de Karol, Ritchie foi obrigado a se mudar para uma cidade litorânea para cuidar de uma pequena filial. Bem longe da sua casa, dos amigos e da sua equipe de segurança. O loiro não se arrependia de ter auxiliado a irmã a fugir para se proteger. Ele sabia bem do que Nicolas era capaz para manter a imagem impecável, isso incluia matar qualquer um que entrasse em seu caminho e bem, ele era uma pedra no caminho do Wesker, e isso nem era intencional.

O problema é que agora ele estava sozinho e não poderia contar com ninguém para seguir com seus próximos passos. O plano que estava arquitetando para poder derrubar a opinião idiota do pai levaria alguns anos e isso faria com que Karol tivesse que permanecer afastada. Ritchie andava distraído quando ouviu uma voz feminina o chamando, ao se virar na direção do chamado, ele encontrou o belo rosto de Stella com um lindo sorriso.

Ritchie atravessou a rua entre os carros e se aproximou da cantora que o abraçou:

— O que esta fazendo aqui? - Stella perguntou animada.

— De castigo. - Ritchie respondeu com um sorriso.

— Não acredito que um homem feito como você tenha que ficar de castigo.

— Pois é, não é a idade que define essas coisas. Mas o que faz aqui?

— Moro nessa cidade, lembra? - A cantora falou como se fosse óbvio.

— Oh, é mesmo!

— Estava indo para algum lugar?

— Estava procurando algum lugar para comer porcaria, estou ansioso.

— Vamos, eu te levo para um lugar legal. Acredito que você vai detestar ficar aqui, já que não tem muito o que fazer.

— Eu já estou enlouquecendo. - Ele riu. - Mas tenho que aproveitar para fazer algo até as aulas da faculdade retornarem.

— Então vai voltar para casa?

— Sim, mas ainda sob castigo.

— O que aprontou? - Os dois passaram a andar lado a lado.

— Ajudei na fuga da minha irmã.

— E por que ela fugiria?

— Esta sendo forçada a se casar.

— Ah, para, estamos na era medieval para isso acontecer?

Ritchie observou a cantora ao seu lado. Stella era de origem humilde e não entendia muito bem do seu mundo, e era esse fato que fazia ele gostar tanto dela. Era uma pena que ele teve que se afastar para manter a sua segurança:

— O noivo não é o dos melhores.

— Entendo. - Ela suspirou. - E você? Vai se casar também?

— Em algum momento. - O loiro respondeu pensativo.

— Imagino que ela vai ser uma mulher incrível.

— Não se preocupe com isso agora. - Ritchie enlaçou a cintura dela. - Será que podemos aproveitar um pouco?

— Sempre.

-***-

Passar algumas horas com Stella lhe deu um pouco de ânimo para planejar algo que pudesse salvar a sua irmã. Ele estava em seu escritório quando um dos seguranças entrou informando que um soldado de elite havia chegado para passar um tempo por ali antes de seguir viagem para o quartel-general.

Imaginando que fosse Seth, o loiro pediu para o soldado viesse até a sala dele, o que foi cumprido em poucos minutos. Logo um jovem ruivo, que parecia ter a mesma idade que ele, entrou no local:

— Senhor.

— Ah, você deve ser um dos novos que subiram de patente. - Ritchie não disfarçou a decepção.

— Desculpe, mas esperava outra pessoa? - O soldado perguntou sem pensar e logo se arrependeu por medo de ser chamado atenção.

— Sim, o Seth. - Ritchie respondeu displicente.

— Sinto informar, ele saiu da mesma missão que eu e tirou alguns dias de folga.

— Ele disse para onde foi? - O loiro perguntou eufórico, surpreendendo o soldado.

— Acredito que para o litoral. - O ruivo respondeu pensativo. - Acho que era alguma do Sol, o local;

Logo o loiro sorriu aliviado, já que aquilo poderia ser sinal de que Karol havia dado sinal de vida:

— Qual o seu nome?

— Gustav.

— Gustav, acha que consegue o endereço para onde o Seth foi?

— Bem, acho que se eu perguntar ele pode responder.

— Ótimo. Espere, eu não te conheço de algum lugar? - Ritchie observou o rapaz que sorriu sem graça.

— Provavelmente. Sou herdeiro da indústria das bebidas do momento. - Gustav riu sem graça;

— Ah… - O loiro processou a informação e logo a ficha caiu. - Era para você ser o meu cunhado e não o Nicolas. Por isso os Wesker saíram na frente, é porque você se tornou um soldado.

— Então… é que não estou muito a fim de me casar. Me desculpe por isso.

— Eu te entendo. Aceita uma bebida? Preciso relaxar.

Ritchie se afastou da escrivania cheia de papéis e se aproximou de uma mesa onde tinha diversas bebidas:

— Pode ser. - O soldado notou os papéis sobre a mesa. - Esta fazendo algum projeto? - Gustav estava mais a vontade.

— Estou pesquisando negócios e empresas de retorno rápido. - Ritchie serviu dois copos com uísque e entregou um para Gustav, que pegou e agradeceu.

— Então, acho que tenho uma solução para você. Estou participando de um projeto de uma pequena empresa de tecnologia, estamos crescendo gradualmente, e também ando me arriscando no mercado imobiliário, nos dois negócios estou aceitando sócios. Preciso impressionar meus pais para deixarem essa historia de casamento de lado.

— Gustav, acho que você é a peça que eu precisava no meu plano. - Ritchie sorriu satisfeito. - Me apresente as suas ideias.

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