Capítulo 17

Estela

Ao entrar nesse banheiro e ver produtos destinados a mim, que não estavam aqui mais cedo, ocupando metade

da bancada da pia, me segurei para não dizer: — Ei, vamos com calma!

Mas ele estava tão empenhado em me deixar confortável com toda essa espuma cheirosa na banheira, e essa água morna que abraçou minha pele quando entrei, que não tive coragem de contrariá-lo. O fato é que, me sinto

confortável aqui, e não é pela banheira, pelo colchão macio ou pelos cômodos espaçosos e bem decorados. Tem a ver com ele, é o Rodrigo que me traz a sensação de paz e alívio, não sei explicar direito, mas é comparado a sensação de chegar em casa, após um dia exaustivo, tirar os sapatos, arrancar o sutiã e se jogar no sofá.

Não faço ideia de quanto tempo faz que meu corpo está mergulhado nessa banheira, mas sei que preciso sair, ele me deixou aqui dizendo que ia pedir uma pizza, e meu estomago já está roncando. Me levanto, tirando o excesso de espuma do corpo e visto rapidamente um roupão preto felpudo para me aquecer, ao sentir o golpe de ar frio arrepiar minha pele.

Saio do banheiro, olhando ao redor do quarto, decorado nas cores, preto e cinza, como quase tudo nessa casa,

e sou atraída para fora pelo aroma inebriante de queijo derretido sobre molho de tomate.

— Como adivinhou que a pizza havia chegado? — Rodrigo pergunta, ainda de costas, arrumando pratos e talheres na bancada de mármore na cozinha. Passo por ele, sentando-me em um dos bancos a sua frente, e seus olhos se fecham brevemente, enquanto inspira lentamente.

— Não adivinhei, vim atraída pelo cheiro. — Seus olhos se abrem e ele assente, mordendo o lábio inferior.

— Sei como é isso. — Largando os talheres e se inclinando em minha direção, afundando seu nariz na curva do meu pescoço. — Tem certos aromas que são irresistíveis. — Sussurra em meu ouvido, inspirando novamente em meu pescoço, antes de beijar rapidamente meus lábios e se afastar.

— Fiquei surpresa com essa casa, imaginei você morando em algo menor, com mais perfil de solteiro. — Comento, enquanto ele enche nossas taças de vinho tinto.

— Dividia apartamento com dois amigos até o ano passado. Mas o Thor cresceu e precisava de espaço. — Me servindo uma fatia de pizza antes de sentar-se para comer. — Comprei essa casa pensando no futuro, queria um lugar espaçoso e seguro para os meus futuros filhos. — Pisca para mim, sorrindo de canto e eu tomo um longo gole do meu vinho.

Já fiz planos parecidos com os dele, já sonhei com um emprego estável, um marido que me amasse, uma casa legal, filhos, alguns cachorros… hoje apenas vivo um dia de cada vez, sem muita expectativa.

— O que foi? — Pergunto após devorar minha pizza, ao perceber que me olha demoradamente.

— É que… é a primeira vez que demonstra algum interesse pela minha vida. — Abaixo meu olhar para o meu prato vazio e me levanto, levando-o até a pia e abrindo a torneira para lavá-lo. Não gosto de deixá-lo pensar que não me interesso por ele, tem um monte de perguntas que adoraria fazer, nem mesmo sei qual sua profissão… mas, isso abriria um caminho para que ele fizesse o mesmo comigo, não quero ter que responder com mentiras, e tenho medo do seu julgamento se disser toda a verdade sobre mim.

— Por que sempre foge das nossas conversas? — Pergunta me abraçando por trás, com o queixo apoiado em meu ombro. Fecho a torneira e relaxo meu corpo, encostando minha cabeça a dele, de olhos fechados.

— Não estou fugindo. — Minto em voz baixa.

— Tenho a impressão de que quer continuar no raso, que tem medo de mergulhar comigo nisso. — Sinto o nó em minha garganta subir e descer. — Olhe para mim. — Pede girando meu corpo, me colocando de frente para

ele.

— Estou aqui, aberto e inteiro para você. Quero que saiba tudo ao meu respeito, e quero saber tudo sobre você, principalmente, o que aconteceu em sua vida, que te deixou com essa tristeza no olhar e com toda essa cautela

em relação a nós dois. — Minha visão embaça e uma lágrima escorre por meu rosto, sendo aparada por ele, que segura meu rosto com as mãos em formato de concha.

— Vou te contar tudo, prometo, só ainda não estou pronta para isso. — Minha voz sai embargada e mais algumas lágrimas escorrem por minhas bochechas.

— Está tudo bem. — Beijando minha testa e me envolvendo em seus braços, me apertando contra seu peito. — Não tenho pressa, e você está precisando de uma, boa noite de sono. — Erguendo-me em seus braços e

carregando-me até seu quarto.

Aguardo de pé próximo a sua cama, enquanto vasculha seu armário e tira dele uma camiseta preta.

— Veste isso, volto logo. — Sumindo para dentro do banheiro. Visto a camiseta, que mais parece um minivestido em meu corpo e me sento a beirada da cama, observando um porta retrato em sua mesa de cabeceira. Na fotografia o Rodrigo está deitado em um gramado, agarrado ao Thor, ainda filhote, os dois são as coisas mais fofas juntos.

Não demora muito e a porta do banheiro se abre, Rodrigo passa por ela com os cabelos úmidos bagunçados, usando apenas um short confortável. Sinto cada pedacinho do meu corpo se aquecer quando passa por mim, exalando sabonete, para apagar as luzes e ligar o ar-condicionado, antes de se deitar ao meu lado e dar batidinhas leves no colchão, para que eu faça o mesmo.

Deito-me ao seu lado com a certeza de vamos nos emaranhar no lençol, mas me engano. Tudo que ele faz é me virar de costas para ele, nos cobrir com um edredom, cheirando a amaciante, e me abraçar, afundando seu rosto em meus cabelos, antes de pegarmos no sono.

                                                                                ***********************

Acordo com o quarto ainda escuro, mas, sei que meus olhos estão sendo enganados pela cortina blackout da janela. Tento me espreguiçar, mas nem consigo me mover direito, com o braço do Rodrigo sobre meu corpo como um cinto de segurança.

Tento me desvencilhar de seu abraço e o ritmo de sua respiração muda. Seu braço fica um pouco mais leve e sua mão desce até minha coxa, trilhando um caminho sob a única peça que cobre meu corpo, sua camiseta, até minha barriga. Fecho meus olhos e me entrego a sensação de suas carícias, que sobem até meu seio, contornando minha aureola com a ponta dos dedos, quase sem tocá-la.

Arquejo sentindo sua ereção em meu traseiro e me esfrego contra ele, que emite um gemido baixo e rouco, descendo sua mão e tocando-me entre as pernas, massageando meu clitóris com o polegar. Seus lábios

percorrem meu pescoço e reprimo um gemido, contraindo meus músculos, quando seu dedo se movimenta um pouco mais rápido. Meu corpo inteiro vibra e sua respiração fica cada vez mais pesada, sinto seu peito subir e descer colado as minhas costas.

Me liberto de seus braços, afasto o edredom e empurro seu peito, para que suas costas encontrem o colchão. Me coloco entre suas pernas, de joelhos no colchão e distribuo beijos e lambidas, começando por seu pescoço, descendo por seu peitoral, vendo-o fechar os olhos, e sugando suavemente a pele do seu abdômen definido, fazendo-o inclinar sua cabeça para trás, quando abaixo seu short, me dando a visão de seu membro duro. Claro que eu não diria isso a Paty, mas ele é, sim, admiravelmente proporcional.

Seguro a base com uma das mãos e lambo toda a extensão, me demorando na ponta, vendo-o arquejar e murmurar algo que não consigo ouvir, mas parece um “palavrão”. Coloco-o em minha boca, até onde consigo, e chupo-o, me deliciando com a sensação de ouvir seus murmúrios e gemidos.

Ele arqueia seu corpo, alcançando meus cabelos e controla meus movimentos enquanto nos encaramos com chamas no olhar, até que ele perca totalmente o controle e se derrame em minha boca.

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