No início fico sem reação, os seus lábios são quentes e exigentes, me seduz a responder a altura, não resisto. Eu me entrego ao momento, com os meus pensamentos conturbados, sou envolvida pela loucura dessa carícia.
A sua língua pede passagem, correspondo ao beijo sem calcular direito o que isso significa, a sua mão solta os meus pulsos, ele me abraça com vontade, retribuo na mesma medida.
Entro num espiral de sensações diferentes, gostosas, elas me fazem gemer de prazer, o Mathias não para, pressiona o seu corpo no meu. Fica difícil respirar, não ligo, quero continuar com o que estamos fazendo, uma das suas mãos imobilizam a minha cabeça. Sua língua aprofunda mais na minha boca, exigindo, provocando, me seduzindo, nesse instante sinto sua excitação pressionar a minha barriga.
Se eu tivesse juízo, esse seria o momento certo para interromper essa loucura, no entanto, esfrego o meu corpo no dele de uma forma quase obscena.
Sua mão desce pelo meu pescoço, continua o caminho, me preparo sentir a sua carícia nos meus seios. O seu telefone toca, ele interrompe o beijo, tira as mãos de mim, se afasta, me encara, sua respiração está irregular, pega o aparelho no bolso, conversa em inglês.
" Alô. " _ escuta alguns minutos. " Estou ocupado, você pode ir embora primeiro. " _ desliga. Eu não tenho a menor ideia de quem é a pessoa do outro lado da linha.
A minha cabeça está confusa, não consigo acreditar que o Mathias realmente me beijou, continuo com as costas apoiadas na parede. O meu corpo está mole feito uma gelatina, tenho medo de perder o equilíbrio, estou ofegante sentindo labaredas de puro desejo sexual correndo nas minhas veias.
_ Mathias, porque me beijou? _ Questiono, ele dá três passos para longe de mim, se aproxima da cama, fica olhando para o Bernardo que continua isolado encima do leito. _ Foi para me punir? _ Insisto, preciso entender como chegamos nesse ponto. Ele estava quase me matando, cheio de raiva pelo que fiz, depois simplesmente me beija, muito confuso isso.
_ Pensa o que quiser Gilda _ nem mesmo me olha ao dizer essas palavras, carrega o meu primo e sai do quarto.
Solto o ar, relaxo os meus ombros, permaneço ali, andando pelo quarto vazio com a cabeça cheia de perguntas sem respostas.
Que loucura foi essa? Eu beijei o Mathias, o que é pior, gostei muito disso, reconheço que senti faíscas de prazer por todo o meu corpo.
Ao voltar para o salão de festas, encontro os meus pais, mas nem sinal do resto da família, rezo para que o Mathias nunca revele o que eu fiz.
_ Onde você estava Gilda? _ A minha mãe fala ao se aproximar, o meu pai está do seu lado.
_ No banheiro mãe _ minto.
_ Sei _ ela não parece acreditar.
_ Vamos embora minha filha, a festa já está no fim _ o meu pai me chama, concordo com a cabeça.
Em casa, após dar boa noite para eles, subo para o meu quarto, tiro o meu celular da bolsa, tem várias mensagens da Vitória, algumas do Vitor também.
" Sua vaca louca! " Meu irmão não perde tempo já começa me xingando. " Quero só ver na desculpa que vai dar para a mamãe quando ela ficar sabendo do que aprontou. Você está muito ferrada. "
" Conta para você ver, só não se esqueça de que conheci sua namorada. " _ Devolvo, sei que o idiota não vai abrir a boca, estou preocupada é com o Mathias, ele ficou muito bravo, tenho medo de que me delete. Eu me arrepio só de pensar que ele pode abrir o jogo no almoço de domingo na frente de toda a família.
Olho os áudios da Vitória.
" Gilda de Deus, você exagerou prima. Dopar o Bernardo? Como pensou em algo tão sem noção? Está lascada, não vai ter como te ajudar dessa vez. " _ Tenho vontade de chorar, é horrível sentir medo e eu estou simplesmente apavorada.
Impaciente, removo a minha maquiagem, escovo os dentes, visto um pijama, confiro as horas, são 4:30 da manhã, tomo dois comprimidos, apago.
Acordo com dois tapas nas costas, assustada pulo da cama, é o babaca do Vitor.
_ O que faz aqui? Não viu que eu estava dormindo? _ Começo a brigar.
_ Vim te contar pessoalmente o estrago que você arrumou para a vida do Bernardo _ meu coração dispara.
_ Como ele está? Está bem? Ele já acordou? _ Saio da cama, paro na sua frente.
_ Sim panda, ele está bem, me ligou mais cedo agradecendo por eu ter levado a Flávia para a sua casa depois da idiotice que você fez _ fico decepcionada.
_ Então, a magricela ainda está com o Bernardo?
_ Porque? Você achou mesmo que armar aquela cena iria separar os dois? O que você tem na cabeça? _ Ele bate o dedo indicador na minha testa.
_ A culpa é sua, deveria ter levado a Flávia para o aeroporto, jogado ela dentro de um avião _ resmungo.
_ Mesmo que eu fizesse isso, o Bernardo iria acordar e correr atrás dela, Gilda acorda. Não percebe que ele é apaixonado por ela?
_ Ele é meu!
_ Panda, você não tem a menor chance _ ele ri alto da cara triste que faço. _ Reza para que nossos pais não fiquem sabendo, receio que se isso acontecer, vão te internar de vez num manicômio.
_ Cala a boca, nem é para tanto _ refuto suas palavras mesmo sabendo que ele está certo.
_ Posso provar o que digo, é só eu ir agora contar para eles, quer apostar?
_ Vai, desce e conta, aproveita e explica que está faltando as aulas para namorar escondido, quando você sabe perfeitamente que a mamãe não quer te ver com qualquer uma _ jogo na sua cara, há muito que percebi que a nossa mãe almeja a esposa perfeita para esse babaca. Ela não fala claramente, porém, mostra isso pela forma com que está sempre elogiando algumas filhas de suas amigas. Ele faz menção de me bater, desiste quando fecho os meus pulsos.
_ Não tem como esconder o que você fez para sempre panda, cedo ou tarde a verdade vem a tona _ profetiza.
_ Toma conta da sua vida seu idiota _ vou até a porta, abro. _ Sai do meu quarto _ ele passa por mim rindo do meu mal humor, bato a porta nas suas costas. _ Babaca _ rosno, ando de um lado para o outro, o Vitor tem razão, os meus pais vão descobrir tudo, essa família só sabe fofocar, esse assunto vai se espalhar igual pólvora. Preciso arrumar uma maneira de conversar com eles antes que descubram tudo, preparar o terreno para quando a verdade aparecer. _ Merda!
Porque é tudo tão difícil? A única coisa que quero é ter o Bernardo para mim, me casar com ele e ser feliz para todo o sempre. Deus, não estou pedindo muito.
Passo o dia todo tentando encontrar uma maneira de tocar no assunto com a minha mãe, ela é mais difícil de convencer, se eu conseguir, escapo dessa sem maiores consequências.
As sete e meia da noite, desisto, não tem como contar a verdade, ela vai querer me matar, decido ir para o meu quarto arquitetar um bom plano.
Posso viajar para outra cidade, confessar o meu crime por telefone, deixar ela gritar bastante comigo, quando estiver mais calma, volto para casa.
Quando vou subir as escadas, a companhia toca, a Silvia não trabalha aqui nos fins de semana, aproveito para abrir a porta.
Pisco várias vezes sem acreditar em quem está na minha frente. Agora estou literalmente ferrada!
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Atualizado até capítulo 86
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