14

Acordo com a minha cabeça doendo, as lembranças da noite anterior vem aos poucos, abro os meus olhos. Eu não reconheço o quarto, no entanto, tenho a sensação de dejavu quando vejo que estou vestindo um roupão e o Mathias está deitado ao meu lado.

_ De novo não, senhor _ falo baixinho, ele abre os olhos, espreguiça.

_ Acordou? _ Sua voz, rouca pelo sono, soa tão sexy que solto um pequeno gemido. _ Bom dia panda.

_ Achei que tinha esquecido desse apelido ridículo _ resmungo.

_ Eu tinha, mas olhando para você agora, me lembrei _ sorri mostrando todos os dentes, o meu coração vacila uma batida.

_ Ah _ pego o travesseiro e escondo o meu rosto, a ressaca vem com tudo, tenho a impressão de que a minha cabeça vai partir no meio. As cenas da festa de ontem passam pela minha mente, quero gritar de frustração, nadei tanto e morri na praia. O Bernardo me deu um golpe que nunca imaginei levar, aquele babaca, quis esfregar na minha cara que encontrou outra mulher. Não importa o que eu tenha que fazer, ele vai voltar para mi de uma forma ou de outra, nosso futuro é juntos.

_ Panda, você ontem me pegou de surpresa, achei que tinha superado sua obsessão pelo meu irmão, mas, me enganei _ Mathias me repreende, já cansei de jogar na cara dele que esse assunto não é da sua conta, não entendo porque ele sempre se intromete.

_ Ele não é seu irmão _ respondo o de costume.

_ Não muda o foco, se declarou mais uma vez para o Bernardo, fez isso na frente da Flávia, olha a confusão que arrumou _ suas palavras são como navalhas decepando o meu coração, eu já devia estar acostumada, afinal, ele está sempre me criticando mesmo.

_ Mathias, não vem com sermão _ rosno.

_ Até onde está disposta a ir com suas atitudes Gilda? _ Jogo o travesseiro longe, me sento na cama, o encaro com raiva.

_ Porque se incomoda tanto? Vai cuidar da sua vida, volta para o exterior, arruma uma namorada, me deixa em paz _ esbravejo furiosa, odeio a maneira com que ele me repreende, me sinto tola e imatura ao mesmo tempo.

_ Você está sempre agindo de maneira patética _ contra ataca, se senta também, a colcha desce revelando seu peito musculoso sem camisa, me seguro para desviar os meus olhos. _ Quantas vezes tenho que te falar que o meu irmão não gosta de você?

_ Ele não é seu irmão _ bato na mesma tecla, travamos uma batalha com o olhar, eu furiosa, ele indignado.

_ Escuta bem o que vou te dizer garota, o Bernardo está apaixonado pela Flávia, então se prepare, eu aposto que em pouco tempo os dois estarão casados _ da o golpe fatal, arregalo os meus olhos, não tinha pensado nessa possibilidade.

_ Não há a menor chance disso acontecer _ nego. _ Eu e o Bernardo fomos feitos um para o outro, você pode não acreditar, mas, sou eu que vou casar com ele.

_ Não tenha tanta certeza, a verdade é que precisa tirar essa ideia maluca da sua cabeça _ segura um dos meus pulsos, sinto a pele queimar no local. _ Gilda sai desse conto de fadas que inventou onde você casa com o meu irmão, cresce, amadureça, encare a realidade, ele não gosta de você _ dói. Há como dói ouvir isso.

_ Mathias, eu me entreguei para ele _ grito revoltada, a melhor defesa é o ataque, ele solta o meu braço bruscamente. _ Você não entende? Eu dei a minha inocência para o Bernardo, não vou me esquecer disso nunca.

 _ Vou te levar em casa _ corta o assunto, agradeço mentalmente, quando que ele vai entender que a vida é minha? Esse homem precisa parar de se intrometer entre mim e o Bernardo.

_ Ótimo _ ele sai da cama primeiro, veste apenas uma sunga, perco o fôlego diante do seu corpo semi nú. Papai que tanquinho perfeito, quase começo a babar, não consigo tirar os meus olhos dessa maravilha a minha frente. Ele começa a se vestir de costas para mim, seu movimentos são ágeis, meus olhos grudam nas suas nádegas. Porque ele tem uma bunda tão perfeita? Eu fico observando toda a cena deliciada pela sua beleza física, ele fica proto, se vira, me pega comendo o seu corpo com os olhos.

_ O que está olhando? _ Fico vermelha.

_ Nada _ desvio os meus olhos.

_ Não vai se trocar?

_ Claro, já estou indo _ as palavras saem no automático, preciso clarear a minha cabeça, estou começando a imaginar coisas. Quando me levanto da cama, sinto uma tontura muito forte, fecho os meus olhos, Mathias me ampara com os seus braços fortes.

_ O que houve?

_ Nada _ tento me soltar dele, minhas pernas vacilam, ele me segura novamente.

_ Você não está bem, vou te levar no médico.

_ Não precisa, isso é resultado do tanto de álcool que ingeri ontem _ falo devagar, me recordo de outra coisa. _ Ah meu Deus!

_ O que foi?

_ Eu misturei remédio com bebida lá na festa _ respondo num fio de voz.

_ Você fez o que? Que remédio? Porque? _ O empurro, me sento na cama seguro a minha cabeça, ela parece que vai explodir de dor.

_ Fala baixo, quer me matar? _ Ele fica parado de pé a minha frente.

_ Desculpa panda, só estou preocupado. Você não me disse que estava tomando remédios.

_ Claro que não! Eu mal falei com você durante o tempo que morou fora do país, porque contaria algo assim? Não revelei nem para o Bernardo com quem eu sempre troco mensagens _ argumento, ele fica meio sem jeito, como se estivesse me escondendo alguma coisa.

_ Porque está tomando remédios?

_ Foi recomendação do psiquiatra com quem consultei _ explico sem entrar em detalhes, ele vai ficar louco se eu contar que ingiro os comprimidos do jeito que eu quero.

_ Você foi muito irresponsável ao tomar remédio e beber depois Gilda _ começa o sermão.

_ Pode parar por aí, já tenho pai e mãe, não preciso de você para me aconselhar _ dispenso.

_ Ah não? Vou te mostrar do que você precisa _ ele segura nos meus ombros, me deita de uma vez na cama, apoia o seu corpo por cima do meu, imobiliza os meus braços.

_ O que pensa que está fazendo? _ O meu corpo reage, sinto um prazer diferente, gostoso. O meu peito sobe e desce rápido, faz o roupão se abrir um pouco revelando o vão entre os meus seios, ele encara a pele descoberta, parece hipnotizado. _ O que você quer de mim?

_ O que você acha?

_ Para com isso Mathias.

_ O que foi Gilda? Essa é a segunda noite que dormimos juntos, posso tirar uma casquinha dessa vez _ o seu rosto se aproxima do meu, fico imóvel pelo brilho dos seus olhos.

_ Não estou achando graça Mathias _ retruco, ele está muito próximo, consigo sentir o calor da sua respiração.

_ Fica calada _ manda, obedeço imediatamente.

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