8

Acordo com a cabeça explodindo de dor, coloco a mão na minha testa, faço uma careta, mantenho os meus olhos fechados.

_ Aí _ gemo baixinho.

_ Está acordada? _ A voz do Mathias me trás de volta a realidade, pulo na cama me sento assustada. Ele está de pé em frente ao leito, parece ter tomado um banho há alguns segundos antes. Que merda foi que eu fiz agora?

_ Mathias? _ Olho em volta, não reconheço o quarto em que estou.

_ Eu mesmo _ ele me sorri, fica atraente.

_ Jesus! O que aconteceu aqui? _ O meu coração dispara com a possibilidade de termos feito alguma coisa, não consigo me lembrar de nada.

_ O que você acha? _ Se aproxima de mim, me encolho debaixo das cobertas.

_ Não sei _ se senta ao meu lado.

_ Tem certeza? _ Ele pressiona, minha cabeça dói mais, não acredito que fiz sexo com ele. Não! Eu me esforço para lembrar da noite anterior, nada, o que sei é que fiquei muito bêbada por culpa do Bernardo que simplesmente desapareceu.

_ Nos transamos? _ Questionou o que é crucial eu saber.

_ Vai dizer que não lembra? _ Merda! O encaro mais de perto, não sei se está mentindo. Céus!

_ Para de brincadeira Mathias, não tem graça _ entro num estado de preocupação extrema, olho para o meu corpo, estou usando um roupão.

_ Agora não precisa ficar se arrastando atrás do meu irmão, pode começar a me perseguir _ zomba, só posso estar sonhando.

_ Para com isso homem _ imploro. _ Me diz o que aconteceu aqui? Quero saber a verdade _ ele passa a mão pelos meus cabelos, me afasto, não me sinto bem com ele tão próximo.

_ Dormimos juntos _ solta de uma vez, abro e fecho a boca várias vezes.

_ Você diz dormi mesmo ou dormi de outro jeito _ ele levanta, para no meio do aposento, me olha com desdém.

_ Já respondi a sua pergunta Gilda, agora levanta, se arruma, preciso te levar em casa _ desperto de vez.

_ Onde estou?

_ Num motel!

_ O que? _ A sensação de dejavu se apossa de mim. Não! Não mesmo! Esse é o chato do Mathias, não o príncipe do meu Bernardo.

_ Não podia te levar para a sua casa e nem para a minha, você estava desmaiada de bêbada, iria preocupar os nossos pais. Sem contar que passou mal dentro depois que saiu do meu carro _ me explica. _ Como pode beber dessa forma a ponto de isolar na festa? Agradeça que eu fiquei de olho em você! _ Estava demorando começar as reclamações. _ Porque está sempre aprontando garota?

_ Não aja como se fosse a minha mãe seu tapado _ ataco. _ Ontem o Bernardo desapareceu na festa.

_ Gilda por favor _ ele revira os olhos. _ A que ponto você chegou hem? É jovem, com um futuro promissor pela frente, só falta acordar para ver que está fazendo um papel de menina tola _ ele liga o botão do mais maduro para cima de mim.

_ Mathias, para com o sermão, a minha cabeça está explodindo de dor, o meu estômago revirando. Porque me ajudou ontem se ia ficar jogando na minha cara?

_ Queria que eu te deixasse lá? Sozinha? _ Penso em tudo o que poderia ter acontecido comigo na noite anterior.

_ Claro que não _ nego, olho para mim novamente, fico sem jeito de fazer mais uma pergunta. _ Olha, foi você quem trocou a minha roupa? _ Nossos olhos se encontram, fico vermelha de vergonha, abaixo a cabeça.

_ Está vendo mais alguém aqui? _ O sarcasmo dele me atinge em cheio.

_ Grosso! _ Olho feroz para ele.

_ Quer ver o quanto? _ O duplo sentido dessa frase me faz surtar.

_ Mathias sai desse quarto agora! Some da minha frente! _ Grito.

_ Vou esperar que se arrume para te levar em casa _ avisa.

_ Não precisa, posso muito bem chamar um táxi.

_ Para de reclamar, vai tomar um banho, sua maquiagem está horrível, parece um panda com conjuntivite _ cubro o meu rosto com as mãos.

_ Ah _ bufo de raiva, corro para o banheiro, tranco a porta. Eu olho no espelho, estou horrorosa, parece que ganhei um murro em cada olho, faço uma careta. Eu cuido tão bem da minha pele, nunca durmo sem tirar a maquiagem, a que ponto cheguei. Lamento em pensamento.

Mathias bate na porta, abro de supetão.

_ O que você quer? _ Digo mau humorada.

_ Panda, você esqueceu de pegar as suas roupas _ ele não esconde o sorriso quando vê que não gosto do que escuto.

Ao entrar no apartamento, os meus pais não entendem porque estamos juntos, implorei para que o Mathias não subisse comigo. Sem chance, ele faz tudo para me contrariar, me acompanhou de propósito.

_ Porque vocês dois estão juntos? _ A minha mãe aponta o dedo de mim para ele.

_ Ele só me ofereceu uma carona mãe _ explico de cara fechada.

_ Isso mesmo tia, a panda queria vir logo, então, a trouxe _ envio um olhar mortal para ele. Aquele asno, porque continuar me chamando desse jeito? Ele mostra os dentes, esta feliz em me irritar.

_ Panda? _ O meu pai entra na conversa. _ Você que é a panda?

_ Que história é essa Gilda? _ A minha mãe quer saber.

_ Nada não mãe, o Mathias resolveu tirar a manhã de hoje para me infernizar, só isso _ sem me despedir dele, viro as costas, subo para o meu quarto. Eu quero é distância desse idiota!

Passo dias enviando mensagens para o Bernardo, sem sucesso, vou na sua casa algumas vezes, ele não está em casa. O estresse começa a me incomodar, sem que eu note, passo a puxar os meus cabelos na altura da nuca quando percebo que arranquei os fios desde a raiz.

Pesquiso na internet alguns produtos novos para tratamentos capilares, não posso ficar careca.

Os meus pais cobram que eu esforce mais nos estudos, ficam me comparando com o meu irmão. A minha mãe se gaba que o Vitor trabalha o dia todo e faz sua graduação a noite chegando em casa tarde, perdendo o jantar em família. Odeio ficar ouvindo isso.

Na quarta a noite, fico surpresa quando desço para o jantar, o Mathias está sentado no sofá da sala, nossos olhos se encontram.

_ O que faz aqui?

_ Boa noite panda. O seu pai me convidou para jantar _ fico sem saber como lidar com isso, não pensei que o veria em tão pouco tempo. Ainda não sei como lidar com o que aconteceu, nem gosto de me lembrar que dormimos juntos mesmo sem ter nada mais íntimo. Ainda tem esse apelido horrível que ele me deu.

A minha mãe chega, trata o Mathias toda educada, o meu pai serve uma taça de vinho para ele, uma cena que nunca aconteceu antes.

_ Filha vamos jantar, Silvia deixou tudo pronto _ Silvia é a nossa funcionária fixa, uma senhora de uns quarenta anos, acho. Observo o Mathias conversando sobre negócios com o meu pai, não quero ficar perto dele.

_ Vão vocês, eu perdi a fome _ não dou chance deles falarem nada, subo para o meu quarto, tranco a porta.

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Comments

Daniela Alfaia

Daniela Alfaia

morri de tanto rir com esse apelido PANDA kkkkkkk😂😂😂😂😂😂🤣🤣🤣🤣🤣🤣😋🤣

2024-03-20

2

Maria Joana Cunha Costa

Maria Joana Cunha Costa

panda conjuntivite kkkkkkkkkkkkkkkkkk

2024-02-01

1

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