Acordo com a cabeça explodindo de dor, coloco a mão na minha testa, faço uma careta, mantenho os meus olhos fechados.
_ Aí _ gemo baixinho.
_ Está acordada? _ A voz do Mathias me trás de volta a realidade, pulo na cama me sento assustada. Ele está de pé em frente ao leito, parece ter tomado um banho há alguns segundos antes. Que merda foi que eu fiz agora?
_ Mathias? _ Olho em volta, não reconheço o quarto em que estou.
_ Eu mesmo _ ele me sorri, fica atraente.
_ Jesus! O que aconteceu aqui? _ O meu coração dispara com a possibilidade de termos feito alguma coisa, não consigo me lembrar de nada.
_ O que você acha? _ Se aproxima de mim, me encolho debaixo das cobertas.
_ Não sei _ se senta ao meu lado.
_ Tem certeza? _ Ele pressiona, minha cabeça dói mais, não acredito que fiz sexo com ele. Não! Eu me esforço para lembrar da noite anterior, nada, o que sei é que fiquei muito bêbada por culpa do Bernardo que simplesmente desapareceu.
_ Nos transamos? _ Questionou o que é crucial eu saber.
_ Vai dizer que não lembra? _ Merda! O encaro mais de perto, não sei se está mentindo. Céus!
_ Para de brincadeira Mathias, não tem graça _ entro num estado de preocupação extrema, olho para o meu corpo, estou usando um roupão.
_ Agora não precisa ficar se arrastando atrás do meu irmão, pode começar a me perseguir _ zomba, só posso estar sonhando.
_ Para com isso homem _ imploro. _ Me diz o que aconteceu aqui? Quero saber a verdade _ ele passa a mão pelos meus cabelos, me afasto, não me sinto bem com ele tão próximo.
_ Dormimos juntos _ solta de uma vez, abro e fecho a boca várias vezes.
_ Você diz dormi mesmo ou dormi de outro jeito _ ele levanta, para no meio do aposento, me olha com desdém.
_ Já respondi a sua pergunta Gilda, agora levanta, se arruma, preciso te levar em casa _ desperto de vez.
_ Onde estou?
_ Num motel!
_ O que? _ A sensação de dejavu se apossa de mim. Não! Não mesmo! Esse é o chato do Mathias, não o príncipe do meu Bernardo.
_ Não podia te levar para a sua casa e nem para a minha, você estava desmaiada de bêbada, iria preocupar os nossos pais. Sem contar que passou mal dentro depois que saiu do meu carro _ me explica. _ Como pode beber dessa forma a ponto de isolar na festa? Agradeça que eu fiquei de olho em você! _ Estava demorando começar as reclamações. _ Porque está sempre aprontando garota?
_ Não aja como se fosse a minha mãe seu tapado _ ataco. _ Ontem o Bernardo desapareceu na festa.
_ Gilda por favor _ ele revira os olhos. _ A que ponto você chegou hem? É jovem, com um futuro promissor pela frente, só falta acordar para ver que está fazendo um papel de menina tola _ ele liga o botão do mais maduro para cima de mim.
_ Mathias, para com o sermão, a minha cabeça está explodindo de dor, o meu estômago revirando. Porque me ajudou ontem se ia ficar jogando na minha cara?
_ Queria que eu te deixasse lá? Sozinha? _ Penso em tudo o que poderia ter acontecido comigo na noite anterior.
_ Claro que não _ nego, olho para mim novamente, fico sem jeito de fazer mais uma pergunta. _ Olha, foi você quem trocou a minha roupa? _ Nossos olhos se encontram, fico vermelha de vergonha, abaixo a cabeça.
_ Está vendo mais alguém aqui? _ O sarcasmo dele me atinge em cheio.
_ Grosso! _ Olho feroz para ele.
_ Quer ver o quanto? _ O duplo sentido dessa frase me faz surtar.
_ Mathias sai desse quarto agora! Some da minha frente! _ Grito.
_ Vou esperar que se arrume para te levar em casa _ avisa.
_ Não precisa, posso muito bem chamar um táxi.
_ Para de reclamar, vai tomar um banho, sua maquiagem está horrível, parece um panda com conjuntivite _ cubro o meu rosto com as mãos.
_ Ah _ bufo de raiva, corro para o banheiro, tranco a porta. Eu olho no espelho, estou horrorosa, parece que ganhei um murro em cada olho, faço uma careta. Eu cuido tão bem da minha pele, nunca durmo sem tirar a maquiagem, a que ponto cheguei. Lamento em pensamento.
Mathias bate na porta, abro de supetão.
_ O que você quer? _ Digo mau humorada.
_ Panda, você esqueceu de pegar as suas roupas _ ele não esconde o sorriso quando vê que não gosto do que escuto.
Ao entrar no apartamento, os meus pais não entendem porque estamos juntos, implorei para que o Mathias não subisse comigo. Sem chance, ele faz tudo para me contrariar, me acompanhou de propósito.
_ Porque vocês dois estão juntos? _ A minha mãe aponta o dedo de mim para ele.
_ Ele só me ofereceu uma carona mãe _ explico de cara fechada.
_ Isso mesmo tia, a panda queria vir logo, então, a trouxe _ envio um olhar mortal para ele. Aquele asno, porque continuar me chamando desse jeito? Ele mostra os dentes, esta feliz em me irritar.
_ Panda? _ O meu pai entra na conversa. _ Você que é a panda?
_ Que história é essa Gilda? _ A minha mãe quer saber.
_ Nada não mãe, o Mathias resolveu tirar a manhã de hoje para me infernizar, só isso _ sem me despedir dele, viro as costas, subo para o meu quarto. Eu quero é distância desse idiota!
Passo dias enviando mensagens para o Bernardo, sem sucesso, vou na sua casa algumas vezes, ele não está em casa. O estresse começa a me incomodar, sem que eu note, passo a puxar os meus cabelos na altura da nuca quando percebo que arranquei os fios desde a raiz.
Pesquiso na internet alguns produtos novos para tratamentos capilares, não posso ficar careca.
Os meus pais cobram que eu esforce mais nos estudos, ficam me comparando com o meu irmão. A minha mãe se gaba que o Vitor trabalha o dia todo e faz sua graduação a noite chegando em casa tarde, perdendo o jantar em família. Odeio ficar ouvindo isso.
Na quarta a noite, fico surpresa quando desço para o jantar, o Mathias está sentado no sofá da sala, nossos olhos se encontram.
_ O que faz aqui?
_ Boa noite panda. O seu pai me convidou para jantar _ fico sem saber como lidar com isso, não pensei que o veria em tão pouco tempo. Ainda não sei como lidar com o que aconteceu, nem gosto de me lembrar que dormimos juntos mesmo sem ter nada mais íntimo. Ainda tem esse apelido horrível que ele me deu.
A minha mãe chega, trata o Mathias toda educada, o meu pai serve uma taça de vinho para ele, uma cena que nunca aconteceu antes.
_ Filha vamos jantar, Silvia deixou tudo pronto _ Silvia é a nossa funcionária fixa, uma senhora de uns quarenta anos, acho. Observo o Mathias conversando sobre negócios com o meu pai, não quero ficar perto dele.
_ Vão vocês, eu perdi a fome _ não dou chance deles falarem nada, subo para o meu quarto, tranco a porta.
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Atualizado até capítulo 86
Comments
Daniela Alfaia
morri de tanto rir com esse apelido PANDA kkkkkkk😂😂😂😂😂😂🤣🤣🤣🤣🤣🤣😋🤣
2024-03-20
2
Maria Joana Cunha Costa
panda conjuntivite kkkkkkkkkkkkkkkkkk
2024-02-01
1