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_ Não me faça te odiar Gilda _ Bernardo me afasta sem dó. _ Minha paciência tem limites _ ele volta a dirigir, coloco o cinto novamente.

Quando chegamos no prédio a Vitória se assusta ao ver o irmão.

_ Bernardo? _ Olha para mim. _ Não acredito que foi atrás dele Gilda.

_ Estou subindo _ ele entra para pegar o elevador, coloco o dedo na boca pedindo que ela fique em silencio, o acompanhamos.

Entro no apartamento sem que a minha mãe note, depois fico sabendo que o meu pai me deu cobertura. Ele impediu que ela fosse me chamar no meu quarto, sinto um grande alívio.

_ Você veio _ minha tia fala ao ver o filho, não entendo bem porque parece chateada com isso.

_ Sim _ ele responde, nem mesmo olha para mim.

Cumprimento a todos sorrindo, estou feliz por ter buscado o Bernardo, tirado ele de perto daquela vagabunda.

_ Oi Gilda, você está linda _ o Mathias diz quando para na minha frente.

_ Obrigado _ respondo. Porque o Bernardo não pode me tratar tão bem quanto ele?

_ Ainda está de castigo? _ Ele quer saber.

_ Para você ver como a minha vida é difícil _ falo, não perco mais tempo com ele, o Bernardo sai para a área da piscina, desvio do Mathias para ir atrás dele.

Sinto alguém me puxar, olho para trás, é a minha mãe, o seu rosto não está nada feliz. Ela me leva a força para o banheiro social, tranca a porta.

_ Gilda, que roupa é essa? _ Aponta para a saia que estou vestindo.

_ Não começa mãe.

_ Você vai subir agora e trocar, vestir algo decente _ manda.

_ Não vou, estamos dentro de casa, porque não posso usar uma saia mais curta? _ Se ela sonhar que eu busquei o Bernardo num clube do outro lado da cidade, estou morta.

_ Porque vestiu algo tão ousado? Foi pelo seu primo? Presta atenção, eu não quero que você fique perseguindo o Bernardo, isso é um absurdo. Entendeu?

_ Sim, estou com calor, vou ficar na área da piscina _ explico, levo mais alguns minutos para convencê-la a me deixar do jeito que estou.

Depois disso não aparece mais oportunidade para que eu fique a sós como Bernardo, isso me irrita bastante. Ninguém toca no ocorrido de uma semana atrás agem como se eu não tivesse feito nada de errado.Quanta hipocrisia!

Durante o almoço, quando estamos todos sentado a mesa, tenho uma ideia perfeita, me levanto com uma taça de vinho na mão.

_ Hoje quero fazer um brinde muito especial _ começo, todos me olham apreensivos, não sabem o que esperar de mim, sorrio tranquila. _ Desde quando era mais nova, sempre admirei muito uma pessoa que está aqui presente _ meus olhos grudam no Bernardo que permanece de cabeça baixa. _ Depois, o que eu sentia foi aumentando gradativamente, hoje posso afirmar que o amo de verdade _ meu pai tosse, olho para ele, faz um sinal para que eu pare, não recuo. _ Sei que sabem de quem estou falando, mas faço questão de dizer _ olho para todos a mesa, Mathias está com o rosto vermelho, parece segurar para não explodir de raiva. _ Esse brinde vai para o Bernardo, o homem que sempre vou amar, que no futuro será o meu marido e.....

_ Chega Gilda! _ A minha mãe me interrompe, sua voz retumba pelo ambiente, todos ficam calados. Porque ela sempre estraga tudo? _ Sobe agora para o seu quarto _ ordena, penso em discutir, reclamar que ainda nem comi nada, porém, minha prima se levanta, me puxa pela mão. Deixo a taça na mesa, Vitória me acompanha para o andar de cima.

Dentro do meu quarto, me sento na cama frustrada, se não fosse pela minha mãe, eu teria terminado a minha declaração para o Bernardo. Vitória está de pé, parada a minha frente, sorri o tempo todo enquanto me olha sem se compadecer pela minha dor.

_ Recuperou a sanidade? _ Ela pergunta com cautela, mostrando os dentes, zombando de mim.

_ Não estava louca!

_ Verdade? Então, conseguiu me enganar direitinho _ me sorri de lado. _ A declaração que deu lá embaixo foi uma das piores cenas que já vi, te juro que senti vergonha alheia.

_ Não tripudia, vai _ faço um muxoxo com a boca.

_ Queria saber o que se passa na sua cabeça para fazer tanta besteira em tão pouco tempo, achei que depois que transou com o meu irmão melhoraria o seu comportamento obsessivo. Ao contrário disso, só piorou _ analisa, senta na cadeira enfrente a minha escrivaninha de estudos.

_ Porque todo mundo acha que o que sinto por ele é obsessão?

_ Estamos errados? Olha as mentiras que inventa o tempo todo, Gilda você tem noção do que fez? Foi atrás dele no clube, ele me contou que você deu o maior vexame na frente dos amigos dele.

_ Não me segurei quando soube que o Bernardo preferiu sair com aquela mulher a vir ao nosso almoço de domingo _ esbravejo com raiva.

_ De onde tirou isso menina? Talvez eu precise te dar um choque térmico para te acordar _ a olho chateada.

_ Não aguentei ver ele com outra mulher _ confesso. _ Ele postou aquela foto, tive certeza de que estava com outra.

_ Está esquecendo que tinham mais três pessoas na mesa com ele?

_ Não me lembro direito _ retruco, quando entrei naquele bar, só tinha um alvo, aquela vagabunda. _ Nosso almoço de domingo é sagrado, ele não podia faltar.

_ Você entendeu tudo errado _ afirma, franzo as minhas sobrancelhas.

_ O que eu perdi?

_ Foi o meu pai quem pediu ao meu irmão para não vir aqui hoje, ele achou que o clima seria menos constrangedor para a sua mãe sem a presença do Bernardo _ murcho toda ao ouvir isso.

_ Porque ele não me disse isso? Deixou que eu falasse um monte na sua cabeça _ me sento na cama desolada. _ Ah Vitória! O que eu vou fazer agora? Ele está com ódio da minha cara, ameaçou contar que dormimos juntos para os nossos pais só para não olhar mais para mim.

_ Querida, o mal já está feito _ fala com autoridade. _ Só lhe resta esperar que ele se acalme, te garanto que em alguns dias tudo volta ao normal _ me aconselha.

_ Posso enviar um áudio pedindo desculpas para ele _ exponho os meus pensamentos.

_ Se fosse eu não faria isso! Ele não vai levar em conta nada do que disser agora, Gilda, me escuta pelo menos uma vez na sua vida, fica um tempo afastada do meu irmão.

_ Tudo bem _ concordo só para lhe agradar, sem chance eu ficar longe do Bernardo.

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