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Uma semana depois, estou no shopping, vim assistir um filme com a Vitória, preciso espairecer ou vou ficar doida pelo modo como o Bernardo está me ignorando.

_ Não acredito que me convenceu a sair no meio da semana _ a minha prima reclama.

_ Eu só tenho você Vitória _ dramatizo. _ O gelo que o Bernardo está me dando vai me enlouquecer.

_ Gilda, parte para outra, há mais homens no fundo, sabia?

_ Já disse que vou me casar com o seu irmão _ eu me revolto

_ Tá, tá. Vamos logo, já são sete horas da noite, não quero chegar em casa muito tarde _ concordo.

Para a minha surpresa, vejo o meu irmão assistindo ao mesmo filme que a gente, está abraçadinho com uma garota na fileira a nossa frente. Cutuco a Vitória, mostro para ela aquela cena romântica, sorrimos juntas. Como o Vitor é safado, e minha mãe achando que ele está estudando.

_ Não era para ele está na faculdade? _ minha prima questiona, após isso, se desdobra para ver direito quem é a mulher.

_ Com certeza, mas parece que o filho preferido da minha mãe resolveu cabular as aulas, depois, sou eu quem dá trabalho _ resmungo, os meus pais nem desconfiam de que o Vitor não é perfeito.

_ Foi com essa garota que ele estava na minha festa de aniversário _ ela me conta, olhamos para os dois que agora estão se beijando com vontade.

_ Ele parece estar acostumado a faltar as aulas _ comento, observando como o Vitor está a vontade. De repente, tenho mais uma ideia maravilhosa.

Quando o filme acaba, faço a Vitória ficar comigo na saída do cinema, não vou perder uma oportunidade dessa, espero o Vitor ansiosa. Ele sai abraçado com a coitada que não o conhece direito, do contrário estaria correndo léguas, quando me vê, para. Eu sorrio, balanço a mão para que saiba que o peguei no pulo, nos aproximamos.

_ Olá Vitor, não vai nos apresentar a sua namorada _ falo logo, sem enrolação, ele pede a garota desculpa e nos empurra para longe.

_ Gilda e Vitória, o que fazem aqui?

_ Pelo que vejo, viemos assistir ao mesmo filme que você _ minha prima explica.

_ Não tem vergonha de faltar as aulas da sua graduação para namorar? _ Ataco. _ A mamãe vai ficar super decepcionada com você meu irmão _ faço uma voz de desalento.

_ Gilda não conta para ela, nem para o nosso pai _ pede.

_ Claro que não vou contar.

_ Eu estou falando sério Gilda _ reforça.

_ Vitor, não precisa implorar, vou ficar com a boca fechada _ ele respira aliviado. _ Contanto que você faça o Bernardo voltar a falar comigo _ exponho essa chantagem sem dó.

_ Sua cobra _ ele xinga.

_ Tudo bem se não quiser me ajudar, estou saindo, tenho certeza de que nossos pais vão adorar saber que você está namorando na hora em que devia estudar _ ameaço, lhe viro as costas. _ Vamos embora Vitória, preciso ter uma conversa séria quando chegar em casa.

_ Tudo bem sua peste _ ele cede, sorrio, o encaro.

_ Obrigado irmão _ saio de lá feliz da vida.

Duas semana depois da maldita festa, estou no meu quarto fazendo alguns trabalhos da escola, preciso manter as minhas notas bem altas, não quero criar mais problemas com os meus pais.

Não tive contato com o Bernardo, isso está me irritando muito, o safado ignora as minhas mensagens, me bloqueou nas redes sociais. O que não resolveu nada criei um perfil falso, coloquei a foto de uma atriz estrangeira pouco conhecida, ele me aceitou rapidinho.

Estou pressionado o Vitor para dar um jeito nisso logo, ele disse que está tentando, mas que o Bernardo não quer escutar nem o meu nome depois do que aprontei no clube.

_ Gilda, desce para jantar _ minha mãe grita.

_ Estou indo _ quando chego lá embaixo, dou de cara com o Mathias na sala de visitas novamente. _ O que está fazendo aqui?

_ Veja como fala Gilda, eu te dei educação _ a minha mãe ralha, comprimo a boca, ele sorri, não vejo graça.

_ Tudo bem tia, já estou acostumado com os coices que panda dá _ bufo de raiva, passo por ele, esbarrando de propósito no seu corpo.

_ Estou com fome _ reclamo, não vou faltar a mais um jantar por culpa dele que resolveu tirar a minha paz.

_ Você sempre está _ a minha mãe resmunga, no caminho para a copa encontro com o meu pai. _ Oi pai _ o abraço, ele retribui.

_ Oi meu amor. Como vai a minha filhinha hoje? Passou bem o dia? _ Eu me entrego aos seus carinhos, estou carente sem contato com o meu primo.

_ O Bernardo continua me ignorando pai _ reclamo.

_ Não fica triste meu amor, marca com as suas amigas para elas virem aqui passar o final de semana. Podem jogar, ver um filme aproveitar a piscina, talvez irem ao shopping, o que acha? _ Penso que a ideia não é ruim, porém, vou ligar para a minha prima, as minhas amigas são todas chatas, sentem inveja por eu ter o Bernardo comigo.

_ Estou com pouco dinheiro _ minto, quero ganhar mais.

_ Mais tarde te transfiro uma boa quantia _ sorrio.

_ Esta bem _ concordo alegre.

Durante o jantar recebo olhares irônicos o tempo todo do Mathias, finjo não notar. Esse projeto de homem está querendo me tirar do sério, como calada, eles conversam sobre o novo projeto que está em andamento no trabalho.

Em dado momento os meus olhos param nas mãos do Mathias, foco nos seus dedos compridos, a maneira perfeita com que usa o talher. Sinto algo estranho, franzo a testa, não sei o que está acontecendo comigo.

_ Perdeu alguma coisa _ levanto o olhar, ele está me encarando, pisco os meus olhos várias vezes para me situar da realidade.

_ Sim, a vontade de comer, sua presença tirou todo o meu apetite _ esqueço completamente que os meus pais estão a mesa.

_ Gilda! Mas, que grosseria é essa com o seu primo?

_ Tudo bem tia, parece que hoje panda está de mal humor _ ele me sorri mostrando os dentes perfeitos, reviro os olhos aborrecida.

_ Mãe, fala com o Mathias para parar de me chamar desse apelido ridículo _ peço.

_ Eu acho fofo querida _ ela sai em sua defesa.

_ Pai? _ Apelo para quem sempre fica ao meu lado, ele me olha sorrindo.

_ Não se importa tanto com isso filha, o seu primo só está brincando com você _ o Mathias me sorri irônico, bufo de raiva.

Mais tarde como forma de me desculpar por ter sido grossa com ele, a minha mãe me obriga a leva-lo até a saída.

Obedeço a contra gosto, seguimos juntos, quando chegamos, ele para, coloca as mãos nos bolsos, fica me encarando de um jeito malandro, abro a porta.

_ Já pode sair _ vou logo mandando embora.

_ Estou indo panda.

_ Para de me chamar assim.

_ Porque?

_ Quero me esquecer daquele dia _ confesso, ele se aproxima de mim, ficamos de frente, bem perto um do outro.

_ Eu me lembro exatamente de tudo o que vi _ desce os olhos pelo meu corpo.

_ Canalha! _ Xingo, faço um movimento para me afastar, ele segura firme a minha cintura, meu corpo responde estremecendo, fico de boca aberta com isso.

_ Você é linda Gilda _ ele me elogia, beija a minha bochecha e sai. Permaneço ali, pareço uma estátua, o meu coração bate descompassado, a pele onde recebi o beijo queima intensamente.

_ O que esse idiota está tentando fazer comigo? _ Retruco sozinha ainda na mesma posição.

_ Porque está parada aí desse jeito menina? _ A voz da minha mãe me tira dos meus devaneios, fecho a porta.

_ Não é nada _ respondo baixo, decido esquecer o que aconteceu.

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