Havia chegado o dia do casamento, Ruel estava nervoso, já Lecina permanecia calma. O casamento que havia sido preparado às pressas, foi bem decorado, mas ainda parecia melancólico.
— Por acaso esse vestido de casamento era da sua mãe? — Ela percebeu que parecia um pouco antigo, mas era belo. Ainda assim, parecia simples demais para a realeza.
— Soube que meu pai escolheu para ela, mas acho que não era o que eu esperava. — Ruel nunca viu o vestido, ele estranhou a escolha do seu pai.
— Olha, não estou dizendo que isso aconteceu, mas sinceramente parece que seu pai nunca amou sua mãe... tipo, será que ele não tinha uma amante? — A conclusão de Lecina pegou Ruel de surpresa.
— Por que pensa assim? — Ele não conseguia imaginar a razão.
— Cara, o vestido é bonito, mas cafona. Quem em sã consciência se casaria com um negócio desses? Parece que foi intencionalmente feito para debocharem!
Então Ruel ofereceu uma opção de vestido para Lecina. Não era branco, mas sim vermelho vibrante.
— Bem melhor! — Ruel saiu do quarto e deixou que as empregadas terminassem as preparações, elas fizeram um coque alto para a demonstração, deixando o pescoço dela à mostra. Ruel não mencionou a Lecina que ao invés de um beijo, o casamento era selado com uma mordida curta. No momento da consumação do casamento, seria o momento que ele verdadeiramente a marcaria, tomando mais do seu sangue.
Enquanto ela se arrumava...
— Devemos fazer isso imediatamente! — Havia dois vampiros conversando.
— Acha que vai ser fácil matar aquela humana? Nem sequer conseguimos nos aproximar!
— Podemos fazer isso quando ela adentrar o salão!
Era um fato conhecido que os vampiros que duvidavam de Ruel não queriam que ele assumisse o trono. Com isso, só faltava alguns meses para que ele fosse destituído, sendo assim um rei temporário entraria no seu lugar, até que o verdadeiro “Herdeiro de Hayden”. Se Lecina fosse morta antes do casamento ser concretizado, Ruel seria considerado um traidor, já que todo o reino, até mesmo os anciões acreditariam que foi uma punição por ter um cargo que não lhe pertence.
De fato, Ruel tinha mais inimigos do que aliados...
...[...]...
Ruel foi para o final do imenso salão, esperando pela entrada de sua noiva. Ele estava usando um terno um pouco aberto, que destacava seu peitoral, tinha detalhes vermelhos, e algumas joias costuradas.
Ruel olhou de relance, e acabou notando Ivone perto de Úrsula. Ela estava usando um vestido vermelho extravagante. Havia uma regra que todos deveriam usar preto. Ruel sabia que todos pensariam que ele estava anunciando publicamente que ela era sua amante.
Ele saiu de onde estava às pressas e falou com o pai de Ivone:
— Leve-a embora imediatamente! Se pensa que isto tem relação a mim, está enganado. — O pai dela entendeu que aquilo foi planejado por Ivone, e a arrastou pelo braço para fora. Ivone gritou o nome de Ruel, mas ele ignorou e voltou ao seu lugar.
Ruel começou a estranhar a demora, e todos estavam sussurrando. Quando Ruel estava prestes a sair à procura de Lecina, ela empurrou aquela enorme porta, e caminhou em direção a ele, completamente coberta de sangue.
Olhares de surpresa e choque foram direcionados a Lecina, o destaque do sangue no seu rosto tornou a atmosfera mais intensa, as suas roupas estavam machadas, e suas pegadas marcando chão com o intenso vermelho.
Vinte minutos antes:
Depois de ficar pronta, Lecina ficou em choque com o tanto que a cor vermelha se destacou nela. Depois de uma boa olhada, as empregadas e os guardas designados a ela estavam acompanhando até o salão.
Só havia um problema, nem todos ali eram de confiança, e Lecina, rodeada de vampiros, esperava algum ataque surpresa em qualquer momento.
Foi então que uma das empregadas pisou no vestido dela, fazendo com que Lecina caísse.
— Senhorita, peço perdão! Me deixe te ajudar! — Ela estendeu a mão.
Lecina olhou atentamente, e então iria aceitar quando alguém tentou matá-la com uma espada pelas costas. Ela desviou imediatamente.
— Acho que vocês deveriam tentar me matar com uma mordida, eu comi e dormi bem, então não estou nada cansada! — Lecina era forte, e sabia se proteger bem, quando lutou contra o lobo, ela estava fraca e cansada.
Todos ali atacaram ela, e Lecina não hesitou em matar vampiros. Ela conseguiu tomar a espada do vampiro, e então matou todos que foram contra ela.
Ela precisaria destroçar o coração para que o vampiro morresse, e foi o que ela fez, um por um.
Lecina teve que procurar sozinha o salão, ela levou a espada consigo, deixando o rastro de sangue por onde passava. Por isso ela demorou mais do que esperava, quando ouviu vozes, ela percebeu que encontrou o local. Ela jogou sua espada longe, e empurrou a porta.
...[...]...
— Vamos conversar depois. — Ruel disse depois que Lecina chegou perto dele.
— Certo, vamos logo com isso! — O casamento era diferente, não havia cerimonialista, ou sequer falas ou promessas.
O casal deveria ficar em silêncio por dois minutos, olhando diretamente um para o outro. As pessoas observaram, também em silêncio.
Então, quando o tempo acabou, em plena lua cheia, ouviram-se de longe os rugidos de lobisomens, claro, sempre havia um perto das redondezas. Era o anúncio que já tinha chegado a hora.
— Lecina... — Ele se aproximou do pescoço dela.
— Ocultou propositalmente essa parte? — Ela entendeu rapidamente.
— Desculpe... — Ruel cheirou antes, sentindo o aroma delicioso do sangue dela. Nem mesmo estar coberta de sangue conseguiu ocultar cheiro tão doce.
Ruel tirou suas presas, e então mordeu Lecina.
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Atualizado até capítulo 103
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