13 - Protegida

Sabe quando dizem para tomar cuidado com o que fala para as crianças ou perto delas, pois é? E ele ainda repetiu o que eu disse e não as besteiras que estava pedindo para o Adam falar perto dele.

Eu não fiquei com raiva, fiquei com dó do meu pequeno, que não estava entendendo nada.

“Helena!? Por quê? Por que você está arruinando a minha festa?! Pega o seu filho e vá embora daqui agora!”, Lígia grita, descontrolada.

Eu me levanto e digo, “Olha, não é o que você está pensando, não! Mas por favor, fale mais baixo. Não assuste o meu filho. Se quiser, pode descontar toda a sua frustração em mim e me difamar pra todo mundo, mas deixe o meu filho fora disso, tá?!”

Eu já estava com o coração apertado, porque Luan não está entendendo nada. Vou até meu filho e o abraço, mostrando para ele que a mãe estava ali, o protegendo.

“Ah, já chega, viu?!”, Adam diz e fica na nossa frente, nos protegendo e graças a Deus ele tinha colocado a calça de volta. “Helena não estava fazendo nada, ela só estava vendo o sinal que eu tenho na perna. Eu mostrei para ela que eu tenho um sinal igual do menino e estava dizendo que ele é meu filho e eu quero assumir a paternidade da criança.”

“O quê? Como assim você é o pai do filho dela?”, Lígia diz, desconcertada e começa um burburinho de pessoas repassando a fofoca sobre nós.

“Sim, Helena é alguém que me relacionei no passado e…”, ele faz uma pausa e olha para mim, e continua dizendo “Ela é uma mulher que me marcou e eu sempre quis reencontrar. Então você não precisa se preocupar com o seu noivado porque Helena é minha. Vão embora todos e parem de perturbar o meu filho!”

Fiquei paralisada, eu nunca senti isso antes, a sensação de ser protegida. Me lembro que o Adam ficava me provocando no passado, parecendo até um pouco bobo, mas agora, ele foi tão homem que eu senti até orgulho dele.

As pessoas começam a sair aos poucos e Lígia e Luke ficam nos olhando.

“Vão embora! Podem continuar com a festinha de noivado de vocês!”, ele diz, com autoridade e após pega meu filho no colo e Luan não reclama, apenas esconde o rosto no pescoço dele. “Vamos, Helena, eu vou tirar vocês daqui, tá?”, ele diz se virando para mim.

“Não!”, Luke fala mais alto e surpreende a todos, algumas pessoas que saíram, até voltaram. Ele fica na frente de Adam, o impedindo de passar. “Eu não vou deixar você ir embora com o meu filho e com a minha mulher!”

“O quê?”, o burburinho volta e eu quase morro de vergonha, viu? Ele fala como se eu tivesse assumido algum relacionamento com ele.

Adam o encara por alguns segundos e após diz, “Então vem com a gente! É óbvio que você não se importa com a Lígia, não faz sentido esse noivado.”

Meu olhos se arregalam tanto que quase saltam das minhas órbitas.

Luke bufa, dá um tapa nas costas do Adam  e em seguida diz, “Já que você pegou a criança, eu vou levar a mulher!”

Ele vem em minha direção, eu dou passos para trás, com minhas mãos na frente.

“Não Luke! Não faz isso!”, eu protesto, mas não adianta nada em um segundo, ele já tinha conseguido me pegado no colo.

Meu Deus, eu estava muito assustada, impactada… não sei a palavra certa, eu estava em uma situação que nunca imaginei.

“Luke! Luke! Não faz isso! Solta ela!”, Lígia vem correndo e choramingando, puxando o braço de Luke.

“Pare, Lígia!”, ele diz a empurrando com o cotovelo, “Não dá mais pra continuar com essa merda de noivado, se quiser ficar com a casa, fique, eu estou indo embora!”

Adam vai caminhando na frente e Luke vai comigo atrás e todo mundo estava olhando, me matando de vergonha.

“Luke, eu posso andar. Por favor, me coloque no chão.”, digo falando baixo para só ele ouvir.

“Nem pensar, hum?”, ele diz e me aperta em seus braços, “Fique quietinha aí e aproveite o seu momento de brilhar. Duvido que alguém daqui conheça alguma mulher capaz de ter dois homens a defendendo, acabar com um noivado e ainda sair da festa sendo carregada pelo noivo. Não pense que estão te odiando, no máximo estão morrendo de inveja!”

Nesse momento percebi que não adiantava protestar, eu só deveria deixar tudo rolar para acabar logo.

E foi assim que acabei voltando para casa com dois homens e meu filho.

Nos sentamos no sofá da minha minúscula sala, eu sentada entre eles e em silêncio. Ainda estava tentando absorver o que acabou de acontecer. 

Olho para o Adam, que estava com o Luan no colo, adormecido. Ele pegou na mãozinha do menino e estava observando a marca dele. 

Tudo o que aconteceu ia e voltava na minha cabeça e eu só consigo pensar que agora estamos seguros, longe de toda aquela gritaria e confusão. Então pego na mão dos dois e digo, “Obrigada. Obrigada por protegerem o meu Luan.”

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