Entrei no carro e bati no volante, com raiva. Perdi meu tempo vindo aqui e ainda vi uma cena que não gostei.
Ok, eu mal conheço o Luke, tivemos apenas uma noite, eu não deveria estar com raiva por ver aquela chata abraçando ele.
Enfim, dei a partida no carro e fui direto para o jardim de infância.
“Ei, Helena, o que está fazendo aqui?”, minha tia pergunta, quando me vê chegando.
“Não deu certo o trabalho, vim buscar o Luan.”
“Iiih, parece que hora da verdade está chegando.”
“Pare, tia! Eu não pedi pra você ver meu futuro de novo, não, tá?! Essas coisas exotéricas são legais, mas a vida real é outra coisa.”
Quando eu era mais nova, até gostava de ver minha tia fazendo previsões do futuro, jogando tarô e lendo mãos… mas agora, eu só acredito no agora.
As crianças saem e já vejo correndo meu pequeno, ele é tão bonitinho, meu Deus!
“Mamãe! Mamãe, você veio me buscar? Mas você não ia trabalhar o dia todo?”
Me agacho e aperto as bochechas dele, meu filho é muito inteligente e é uma criança que está sempre me cobrando satisfações.
“Acabou não dando certo o trabalho e eu vim te buscar.”
“Você está triste, mamãe?”, ele pergunta com aquele rostinho preocupado, que me quebra.
“Não, a mamãe não está triste.”, me levanto e pego na mãozinha dele, “Vamos, eu vou te levar para tomar um sorvete.”
Voltamos para os subúrbios de Los Angeles, não é um lugar com muito luxo, como onde meus clientes moram, mas é um lugar animado.
Tem tudo perto, na minha rua tem restaurante, algumas lojinhas de um dólar, um praça com brinquedos para crianças e uma sorveteria.
Paramos para comprar sorvete e meu pequeno sorri animado, como toda criança adora doces.
“Ei moleque!? Está gostoso?”, pergunto cutucando ele.
“Hummm, está uma delícia!”, ele diz com a boca suja de sorvete, o que me faz sorrir. Eu acho que é difícil ser mãe solo, mas a recompensa é que esse moleque é muito fofo.
“Ah, que menino lindo!”, uma senhora aparece e aperta a bochecha dele.
“Não faz isso, por favor. Ele não gosta.”, digo protegendo meu filho, ele é fofo comigo e com a tia avó, mas com outras pessoas, costuma ser rabugentinho.
Confirmando o que eu disse, ele olha para senhora com as sobrancelhas unidas e fazendo cara feia, enquanto passa a mão na bochecha, limpando.
“Essa criança é muito má educada, eu só apertei a bochecha dele! Deveria dizer a mãe dele para educar melhor o filho.”
“Eu sou a mãe dele!”, digo pegando meu filho no colo, “E ele é muito educado, sim! A senhora é que deveria saber que não se deve ficar encostando nas crianças dos outros sem pedir permissão!”
“Você, mãe dele? Ele não tem nada a ver com você, garota! O seu filho é branco!”
“Eu não fiz a criança sozinha! Que preconceito! Só porque eu sou negra meu filho tem que ser negro também? Vê se pode!”
Ela fica sem reação por alguns momentos, mas como toda pessoa que não consegue admitir que está errado, diz, “É, ele deve ser teu filho mesmo! Uma garota da sua idade não sabe educar uma criança. O mundo está perdido, garotas tão novas tendo filhos colocando essas crianças sem educação no mundo!”
“Olha aqui, pode falar de mim o que quiser, mas não vem falando do meu filho, não! A senhora tem sorte que é mais velha, porque senão eu iria te dar uma lição!”
“Calma, sobrinha. Eu sou velha também, então eu posso!”, minha tia diz, toma a frente e derruba todo o seu sorvete na cabeça da senhora que fica sem reação.
“Eeee! A vovó é muito legal, mamãe!”, meu filho comemora e eu não sabia o que fazer. Eu queria educar minha criança, dizendo que é feio ficar rindo da desgraça dos outros, mas eu quero ensinar a ele que ações ruins, tem consequências ruins também.
“Vamos, minha sobrinha! Vamos embora daqui!”, minha tia diz, depois de ter espantado a preconceituosa.
Isso já aconteceu outras vezes, sabe? As pessoas sempre duvidam da minha maternidade porque o meu filho não se parece comigo, ele tem a pele branca e os olhos claros.
Isso quando não duvidam por causa da minha idade. O pior é quando as pessoas vem perguntando sobre o pai do bebê, essa é a pior parte.
O meu filho é pequeno e acho que não entende essas coisas, ele nunca me perguntou sobre o pai, mas isso é o que mais preocupa. Como vou explicar a ele que eu não sei quem é o pai dele?
Vamos para o nosso apartamento em um condomínio residencial.
Moramos em um apartamento pequeno, dois quartos, sala, cozinha e banheiro.
Tomei um banho, dei banho no Luan e fiz meus afazeres de casa. A noite fiquei deitada no sofá com o Luan, assistindo TV.
Na verdade só ele está assistindo os desenhos dele, porque eu estou muito pensativa, sabe? Eu olho para o meu menino e me pergunto se ele parece com o Luke. Será que eu deveria falar com ele sobre a criança? Será que ele vai pensar mal de mim, que eu estou querendo ganhar algum dinheiro dele? E aquela noiva chata dele?
Affe, é melhor deixar as coisas do jeito que estão.
Enquanto eu pensava, de repente a campainha toca. Achei estranho, Tia Zoraide está no quarto dela e a gente não tem nenhum amigo ou familiar que nos visita.
“Mamãe, eu vou atender!”, Luan diz, pulando do sofá.
Seguro ele antes que ele de mais algum passo.
“Espere aqui, tá? Deixe que eu vou atender.”
Pensei que talvez a tia tivesse pedido algum delivery e Luan não vai saber atender um entregador.
Abro a porta e… bato a porta de volta e olho para o meu filho, assustada. Meu Deus, o que o Luke está fazendo aqui?
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Atualizado até capítulo 69
Comments
Conceição Freire
ela tem que falar, e continuar essa mulher forte e corajosa
2025-03-21
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Rafa Lima
Luan Pq é Luke e Adam??
2025-03-01
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Vanusa Crispim Da Silva
eita 😧 o bicho vai pegar
2025-02-14
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