Fiquei um tempo assim, olhando para o meu filho, que me olhava de volta, não entendo nada, coitadinho.
“É alguém mal, mamãe? Eu vou proteger você, vem pra cá!”, ele pergunta e eu acabo percebendo que eu estava assustando ele.
“Não é ninguém mal, não filho. Volte lá para o sofá, vai?!”, ele hesita um pouco, mas acaba me obedecendo. Com isso, eu olho pelo olho mágico e o Luke ainda estava lá, no mesmo lugar e ainda estava olhando de volta, como se estivesse me vendo observar ele pelo olho mágico.
Respiro fundo, abro a porta e a fecho atrás de mim.
“Sr Falcon, o que faz aqui?”
“Me chame de Luke.”, ele diz com aquela cara de bravo dele, o que me traz uma familiaridade que eu não deveria ter. Já faz tanto tempo desde a primeira vez que nos vemos.
Percebi como estava difícil de respirar com ele tão perto. O ar estava pesado e ele ainda chegou mais perto, me fazendo sentir o cheiro dele meu olhar involuntariamente foi para os seus lábios. Percebi que a química do passado ainda existia e não havia mudado em nada.
Engulo em seco, tentando respirar normalmente e digo,“Não importa como devo te chamar. Como descobriu onde eu moro e o que veio fazer aqui? Acho que nós não temos nada para conversar!”
“Não temos nada para conversar?”, ele diz franzindo a sobrancelha e eu fico paralisada. Brigo internamente comigo mesma, eu não tenho que dar nenhuma satisfação a ele, porque estou reagindo assim. “Vai ficar aí parada e não vai me convidar para entrar?”
“O quê?! Não! Não! Olha, eu mal te conheço, porque acha que eu vou te convidar para entrar?”
“Ok, então vamos conversar lá fora! Vamos?”
“Não! Olha, eu… o que você quer conversar comigo? E eu não vou sair assim?”
Ele me olha de cima a abaixo, o que me faz arrepiar e eu percebo que acabei de piorar a situação para uma mais constrangedora. Eu estava vestindo um shortinho de malha e uma camiseta, roupas bem confortáveis para ficar em casa, não na frente de um desconhecido, ou para sair na rua.
“Qual o problema com você?”
Ele disse e mentalmente ganhei um banho de água fria, viu? Eu devo estar delirando mentalmente em achar que ele veio aqui conversar sobre o que aconteceu no passado. Ele deve estar querendo tomar alguma satisfação quanto a noiva chata dele. Para ele eu sou tão insignificante que não importa a roupa que estou vestindo, eu sou um nada para ele.
Meus ânimos se acalmam e eu digo com frieza, “Sr Falcon, vou me vestir e já volto.”
Fecho a porta na cara dele novamente e vou até meu filho.
“Luan, vai para o quarto da vovó? Você pode assistir tv com ela lá.”
Ela é a tia avó dele, mas Luan não sabe qual a diferença, ele chama ela de vovó, já que a avó de verdade dele, caga para ele, nunca nem procurou saber como ele estava.
“Tia, fica com o Luan um pouco?”, peço entrando no quarto dela.
“Vá logo, Helena! Me dê esse menino aqui! E oh! Dê uma de difícil, hein?”
Ela pisca para mim e eu reviro meus olhos e vou para o meu quarto.
Pego algumas roupas e fico em dúvida em qual vestir. Visto uma calça jeans, porque não quero parecer muito arrumada. Mas achei que a calça estava muito apertada, então poderia parecer que eu estava querendo seduzir. Então pego uma camisa de botões e abotoo todos os botões. Me olho no espelho e agora penso que eu pareço arrumada.
Me sento na cama, desanimada olho para os meus sapatos, decidindo o que calçar e acabo decidindo que vou com um chinelo de dedo. Pronto! Nada como estragar um visual com um chinelo de dedo. Não tem nada que deixa menos sexy e menos arrumada.
Tá pensando o quê? Eu não baixar a guarda não! Nem fiz a unha, quero que ele pense que não estou nem aí pra ele.
Prendo meu cabelo de qualquer jeito e vou para a porta encontra-lo, ele me olha de cima a baixo, me analisando e após diz, “Eu espero, você pode voltar e calçar algo.”
Coloco a mão na minha cintura e digo, “Não quero. Vou assim mesmo!”, me viro e vou andando na frente.
Levo ele até um restaurante que tem na esquina. Não é um lugar chique, é um restaurante de bairro. Espero que seja uma conversa rápida.
Ele está bem vestido, com o cabelo com gel, penteado para o lado, vestindo um terno bem alinhado e um sapato de couro. Todos olham para ele, como se fosse um estranho no ninho, mas ele nem se importa, só me olha com aquele ar de superioridade que me deixava irritada e ao mesmo tempo atraída por ele.
“O que vai querer comer?”, finalmente Luke me pergunta.
“Não estou com fome.”
Ele bufa, chama o garçom e diz, “Traz uma pizza individual para mim e para minha convidada que nunca sabe o que quer. E para beber, trás a melhor garrafa de vinho que vocês tem por aqui.”
“Eu sei o que quero e se fosse eu, não pedia o vinho daqui não.”
“E se eu fosse você, o que pediria?”
“Traz duas cervejas, tá?”
O garçom anota os pedidos e sai. Continuamos nos encaramos em silêncio, até que eu digo. “Você veio aqui me obrigar a decorar a casa para sua noiva?”
“Volte e eu pago.”
“Nem pagando! Já disse, se eu fizer o que ela quer, vocês serão meus últimos clientes. Eu sobrevivo do meu trabalho, viu?”
“Faça do seu jeito. Não precisa fazer nada do que ela pediu.”
“Só se me pagar a mais! Eu não vou me meter em confusão por pouco.”
“Te pago três vezes mais.”
Dou um sorriso de escárnio, é incrível como esses homens fazem de tudo para agradar essas mulheres melosas e pedantes.
“Olha, talvez eu não aceite mesmo assim. Eu não quero confusão para o meu lado.”
“Porque está tão arredia?”, ele bufa e após diz, “Olha, você vai fazer o que quiser naquela casa e ninguém vai te importunar! E se você não aceitar, eu tenho outros meios de fazer você aceitar. Eu já sei onde é sua casa, a lojinha da sua tia e o jardim de infância do seu filho. O que acha?”
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Atualizado até capítulo 69
Comments
Conceição Freire
ué ele fez chantagem a ela
que raiva
2025-03-21
0
Djora Jacinto Silva
essa história tá muito boa tou gostando
2025-03-29
0
Bernadete Barros Rocha
Como sempre babaca afff
2025-02-13
2