15 - Bem que eu queria

Não esperei eles responderem e fui logo acordar o Luan, ele reclamou, como todos os dias, mas acabou me deixando o vestir. Penteei seus cabelos e logo ele estava lindo como um homenzinho.

“Filho, nós temos visita, tá?”, já avisei a ele, para não pegar i menino de surpresa.

Chegamos na sala e a mesa já estava posta, Luan ficou um pouco arredio com aqueles dois homens estranhos o olhando.

“Filho, diz oi para a visita. Você já conhece eles, não é?”

Luan não responde e vai logo para a cadeirinha dele, ele fica olhando de cara feia para os dois estranhos.

Me sento ao lado dele e digo, “Ele é um pouquinho rabugento, às vezes, não se preocupem, quando ele se acostumar com vocês, vai reagir melhor.”

“Ele está certo, não tem que ficar sorrindo para qualquer um não.”

“É ele como você Luke, rabugento, se não se parecesse tanto comigo, eu até diria que você é o pai.”

“Ele não se parece com você?!”

“Se parece sim, não acha Helena?”, Adam olha para mim, jogando charme, ele passa os dedos pelos cabelos e após pega em seu queixo.

Pois é, Adam pelo jeito é o pior tipo que existe, aquele tipo de homem que é atraente e tem total consciência disso.

Me levantei imediatamente, pois não iria continuar com aquele assunto e após, fui pegar a mamadeira do Luan.

Dei para ele e Adam ficou olhando por alguns momentos e em seguida, pegou um copo de leite e começou a tomar, não consegui disfarçar que estava olhando. Era hipnotizante vê-lo tomando leite e após, passando a língua pelos lábios limpando o leite.

“Mamãe!”, Luan diz, desviando minha atenção.

“O que foi, filho?”

“Eu quero o mamá no copinho.”

“Ham?”, fiquei surpreendida e sem reação. Eu tentei várias vezes fazer Luan largar a mamadeira e agora do nada, ele quis tomar leite no copo. Será que foi porque ele viu o Adam tomando no copo?

Naquele momento eu percebi que talvez não seja ruim ter os dois aqui…

Dei o leite no copo para o menino e observei, ele tomou tudinho e não pediu a mamadeira de volta. Pelo jeito vou ter que chamar o Adam para vir aqui mais vezes.

Levamos a criança na escola e depois eu segui sozinha, tinha um novo cliente para conversar. Pelo jeito, aquela confusão da festa não atrapalhou meu trabalho, pois já recebi proposta nova.

Foi bem rápido, pois o cliente não era chato como a Lígia, eu só mostrei algumas amostras, algumas texturas e algumas fotos de ideias e o cliente já fechou e pediu que eu começasse a fazer o projeto.

Foi tão rápido que eu resolvi ir ao shopping passar o tempo, antes de ir buscar o Luan na escola.

Comprei um milk shake e fiquei olhando algumas vitrines, quando recebi uma mensagem do Adam.

Ele dizia que queria marcar um encontro comigo, para conversarmos, já que eu ainda não sabia quem escolher.

Olhei a mensagem, pensativa e resolvi aceitar, já que ele tem sido legal comigo.

Continuei olhando as vitrines e parei em frente a uma loja de lingerie, nesse momento lembrei que o Adam era bem safado, e ele é bem gostoso também, provavelmente ele iria tentar alguma coisa nesse encontro e eu não vou resistir.

Me dei conta que minha vida tem sido só o Luan e eu não tenho nem uma lingerie boa para esse tipo de encontro. Essa é a verdadeira realidade de uma mãe solteira, a gente lembra de comprar tudo de bom para o filho e acaba comprando qualquer coisa de liquidação para a gente.

Entro na loja e começo a escolher, e pensei em escolher uma lingerie bem pequena, até porque, eu não sou santinha, é a vida que me forçou a ser assim.

Olho bem para a lingerie e fico vermelha, tentando imaginar tudo, desde o trem, eu nunca mais transei, aliás, teve a transa com o Luke. Mas aquilo foi algo não planejado. 

 Enfim, pensando assim, vejo como a vida foi irônica comigo, antigamente eu queria me libertar sexualmente, experimentar todos os tipos de prazeres e acabei me tornando uma encalhada. Deve até estar cheio de teia de aranha na pepeca.

Acabo comprando a lingerie e vou no salão colocar a depilação em dia e fazer as unhas também. Meu Deus, será que o Luke vai ficar com raiva de mim? Eu nem fiz a unha pra ele e… ele bem que podia ir nesse encontro. 

“O quê? Não! Ah que pensamento mais safado, Helena! Você não está querendo repetir aquelas safadezas que você fez com eles antigamente, não, né?”

Respiro fundo, enquanto a manicure faz minha unha.

“Bem que eu queria…”

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