Uma Cama para Dois

...¥¥¥...

— Jeon, Jeon…

Jimin engasgou numa nova leva de lágrimas porque seu peito parecia se dividir em duas partes, rasgando seu coração de modo cruel e extremamente doloroso. Não poderia imaginar que, quando o rejeitou duramente, se sentiria muito mais rejeitado conforme a distância entre eles se instaurou.

— O quê fazer?

De rompante, Jimin não soube o porquê, mas ficou na ponta dos pés, fechou seus braços ao redor do pescoço de Jeon e gemeu angustiado próximo aos lábios alheios. Sequer pensou na proximidade ao qual os colocou, ou no quanto o sentiu relaxar aos seus toques. Queria ter mais do calor do príncipe contra seus dedos frios, almejava roçar sua face contra a dele, e não hesitou por realizar seus desejos recém descobertos.

— Eu não sei o que fazer...

Inesperadamente, Jimin chamou o seu nome com angústia, os lábios colados ao canto dos lábios vermelhos como vinho. O chamava calorosa e ansiosamente, perdido entre os feromônios de alfa atiçando os uivos chorosos do seu lobo ômega. Em contrapartida, o príncipe foi pego com o ímpeto desejo de retribuir o calor do ômega totalmente agarrado a sua pele, e por pouco não rosnou como fera sedenta no instante em que as mãos pálidas e firmes alcançaram os cabelos da sua nuca. Por um segundo, os olhos negros pesaram ao ponto de se fecharem quando um beijo surpreendentemente singelo foi pressionado no canto da sua boca. Jimin o beijou, realmente, e seguia perdido dentro daqueles instintos, fora de qualquer razão.

— Você não está no seu juízo perfeito.

Ele também estava por um fio de dar fim a qualquer razão que o fizesse ir contra o ômega clamando por seu lobo alfa, como se não houvesse mais ali dois homens, mas animais buscando exclamar os seus instintos selvagens.

Porém, antes que fizesse algo que viesse a se arrepender, Jeon acordou de seu estado perturbado,  enlaçou a cintura entre seus braços e virou o rosto no instante em que os lábios fartos se viraram de frente para os seus.

— É realmente impossível odiá-lo, Sr. Park.

Em seguida, ele o ergueu minimamente e levou-o para fora do banheiro:

— Precisa trocar estas roupas molhadas e descansar enquanto busco uma solução – o colocou sentado na cama, pegando para ele seu roupão que certamente seria o dobro do tamanho do ômega. — Por hora, terá de servir. Troque-se aqui mesmo, e eu vou me trocar depois daquela porta, na pequena biblioteca. Em seguida, deite-se e se cubra para se aquecer. Mandarei que a Sra. Cecil traga roupas novas.

— Este roupão é seu – de repente, lúcido e envergonhado, Jimin analisou a seda com estampas em vermelho e dourado, fascinado com seu brilho sutil. — Agora mesmo não consigo precisar se o seu cheiro está nele, ou se está aqui o meu.

— Tudo voltará ao normal – inseguro por deixá-lo ali, tão perdido, Jeon deu um passo para trás e desviou o olhar turvo para o chão. — Volto num instante.

Jimin apenas assentiu cabisbaixo e desabotoou a camisa e calças. Neste momento, Jeon foi até o armário menor e encontrou um conjunto de roupas formais. E, por fim, sozinho um momento, o ômega se repreendeu duramente por seu modo inapropriado enquanto passou o outro braço pela longa manga do roupão brilhante. Perturbado e com medo dos seus próprios instintos, Jimin entrou nas cobertas e se odiou pelo rumo que as coisas tomaram, ainda mais por tocar os próprios lábios e umedecer as pontas dos dedos: ele o beijou, realmente deixou seu primeiro beijo no canto da boca do príncipe; não porque foi obrigado, como antes, mas porque seu lobo pediu por aquilo.

— Não sou isso – assustado, Jimin se encolheu debaixo das cobertas e tomou repulsa por estar na própria pele. — Como eu odeio ser assim.

Na pequena biblioteca, Jeon se trocou rapidamente e agitou os cabelos negros com as mãos, não tinha tempo para vaidades quando só refletia sobre as palavras de Jimin.

"Está reproduzindo tudo o que ouviu por toda a sua vida" pensou ao mesmo tempo em que calçava os sapatos, e estranhou que não estivesse tão alheio àquela questão. Na verdade, seu lobo chorou como um cão abandonado quando foi rejeitado, e ele não sofreu por uma mulher, mas por outro homem. Vai ver, os relatos dos romances franceses de Kim Taehyung diminuíram drasticamente o seu senso de julgamento; ou vai ver Park Jimin era absurdamente belo e irresistível aos seus olhos, no fim das contas.

— Que diabos, estou por um fio de adorá-lo como um Deus.

Exasperado, Jeon foi até a cama encontrou e Jimin com o roupão de seda inglesa, mas também sentado de frente para ninguém menos que a Sra. Cecil, de pé após a cama.

Ele detestou a intromissão:

— Ousou entrar no meu quarto sem a minha permissão?

A mulher o confrontou hesitante, mas com fúria nos olhos:

— Eu não estava enganada, príncipe. Desrespeitou este ômega, se aproveitou da ingenuidade dele e o arrastou para uma vida de constrangimento e desgraça. Oh, não, não; que dia terrível para se viver!

— Então vá morrer em outro lugar, mulher – impaciente com a intromissão, Jeon foi até a porta e apontou para fora. — Mas antes, traga roupas limpas e comida. E ninguém mais deve saber o que ocorreu aqui.

— O senhor o desonrou, é o que vejo!

— Espera mesmo que eu explique algo a você? Oh, pois bem. Onde viemos parar?! Não toquei no seu protegido, apenas o lavei depois que ele passou mal ao rejeitar uma marca que eu jamais quis lhe dar.

— Oh, e ainda o descarta!

— Não foi o que eu quis dizer, não mesmo. Garanto-lhe que vou resolver toda essa bagunça o mais breve possível – Jeon procurou os olhos de Jimin, mas este havia se escondido por debaixo das cobertas douradas outra vez. — Sra. Cecil, pare de bufar como um touro e faça o que eu disse para fazer. Roupas limpas, comida e segredo.

Com muito custo a Sra. Cecil se retirou do quarto e deixou Jimin e Jeon sozinhos outra vez. Mas ambos não falaram um com o outro até que ela voltasse com o que foi pedido. As roupas escolhidas eram de algodão e linho, realmente confortáveis para o descanso.

No entanto, Jimin rejeitava o prato de sopa de legumes:

— Dê-me o suco – ele pediu e tomou mais da metade, e sua vista se fixou nas costas do príncipe, que se encontrava com as mãos nos bolsos diante da grande janela. Em nenhum momento Jeon voltou a encará-lo desde que a mulher se fora, e aquilo o deixou novamente inseguro — Sra. Cecil, ajude-me a chegar ao meu quarto agora. Por favor, quero ficar sozinho.

Em contrapartida, o peito de Jeon queimou de repente, voltava a sentir-se rejeitado como alfa e aquilo chegou a ferir seu orgulho. A marca que o ligou ao outro poderia estar interferindo em seus anseios e temores? Oh, não lhe pareceu ser tão e somente aquilo. Por fim, ele havia caído em entendimento a respeito do seu rancor, e temeu o rumo que as circunstâncias tomavam. Não podia obrigar Jimin a ficar onde se sentia inseguro, embora desejasse se entender com ele o mais breve possível.

De todo modo, preferiu se manter distante da conversa entre os dois enquanto procurava manter os olhos para além da propriedade.

Pena sua atenção não desviar das palavras da Sra. Cecil:

— Sr. Park, imagino o quanto isto tudo seja repulsivo, claro que sim. Um erro desta maneira é inimaginável! Sabe-se bem que dois homens jamais poderiam herdar uma conexão harmoniosa de almas. Não, não, extremamente equivocado. Oh, e o que seria do senhor, caso gerasse filhotes?

Jimin segurou-se para não gritar de medo:

— Oh, não, não. De maneira nenhuma, Sra. Cecil!

— No entanto, sentirá febre e mal estar se for afastado de repente do seu… oh, bem. As ômegas não conseguem passar uma noite sem os alfas depois que ambos se marcam.

— Ambos? – Jimin sobressaltou no mesmo lugar, de repente, vendo esperanças reais ao ouvi-la. — Eu não marquei o príncipe, Sra. Cecil. Sinceramente, não sabia que também deveria morder a minha alfa.

— Seu alfa – Jeon fez questão de corrigi-lo, mas estranhou como aquilo soou e pigarreou. — Este é o caso afinal. De todo modo, em meio às suas falácias, a senhora está certa neste ponto. Temos metade de uma ligação, foi o que pensei quando afirmei que podemos reverter isso.

Ele esperou qualquer pergunta de ambos, mas o silêncio esquisito voltou a incomodá-lo:

— Vou falar em segredo com o Dr. Namjoon e pedirei que ele venha vê-lo.

— A-aquele alfa? – Jimin não gostou da ideia pois passou dias difíceis sozinho na sala do doutor, temia-o ainda que fosse tranquilizado pelas enfermeiras do consultório. — Eu não quero ficar sozinho. A Sra. Cecil não sairá de perto de mim!

— Tenha certeza que não, meu querido. Daqui eu não saio, não mesmo.

— Sra. Cecil – Jeon a chamou até a janela onde estava. — Obviamente, não posso ir muito longe, caso contrário, Jimin ficará doente. Também não posso chamar o Dr. Namjoon aqui sem que os outros o vejam e se perguntem o que está acontecendo. De nós três, acredito que a senhora se encontra mais alinhada às ideias.

A Sra. Cecil estranhou-o:

— Oh, por Deus. Sente-me mau? É bem provável que esteja desorientado diante deste incidente. Posso fazer com que o Dr. Namjoon venha até nós de modo discreto, porém, sempre há riscos.

— Faça isso – sem esconder seu cansaço repentino, Jeon foi até o divã e se deitou um tanto pálido e com sede. — E faça também a gentileza de não demorar tanto.

A Sra. Cecil não se moveu como o esperado, alternava o olhar preocupado entre o príncipe e Jimin. Este último havia se descoberto o mínimo possível para conseguir observar com espanto aquela cena.

Jeon realmente não parecia estar nada bem, e o ômega também se sentiu mau em consequência daquilo.

— Devem ficar próximos – foi a orientação da Sra. Cecil, mas nenhum deles respondeu-a porque estavam perdidos em pensamentos que resolvessem seus problemas atuais. — Precisam me ouvir, senhores. O que lhes peço é de causar estranheza, de fato. Mas vão acabar dando muito mais trabalho ao Dr. Namjoon.

— Não se meta! – Jeon soou rude e não se importou, desejava apenas dormir um pouco. — Apenas vá de uma vez por todas daqui.

...¥¥¥...

Naquele quarto, a aura havia se tornado gélida logo que a Sra. Cecil se foi. E o começo da tarde se estendeu sem que Jimin dissesse qualquer coisa para o príncipe dormindo no divã. No entanto, ele ainda o observava com curiosidade e insegurança.

Por isso, as cobertas foram deixadas de lado de repente, e os pés de Jimin tocaram o chão. Era estranho que Jeon não se movesse naquelas boas horas que se passaram, até mesmo o ômega não conseguiu descansar, apenas se magoou um tanto mais por ali. Àquela altura não restava outra maneira se não verificar o que estava errado com ele.

— Como se sente? – ele perguntou num sussurro, mas não teve respostas. — J-Jeon.

Inquieto, se aproximou do divã e observou o antebraço por cima dos olhos, os lábios sempre corados desta vez sem cor alguma, assim como as bochechas magras e pálidas. O abdômen coberto pela camisa formal subia e descia junto a respiração vagarosa. Jimin desejou tocá-lo.

— Deveria acordar – nervoso, ele deu mais alguns passos no chão frio e se achou louco por sentar no mesmo divã que Jeon dormia, mais ainda por cutucar a mão que estava sobre o peitoral deste. — Está tudo bem?

— Volte para a cama.

— Oh, bem – incerto sobre fazer aquilo, Jimin voltou sua atenção para a mão que cutucou. — Seus dedos… seus dedos estão arroxeados. Está sentindo muito frio, não é? Isto não pode ser comum para um alfa. Minha omma disse-me certa vez que alfas jamais sentem frio, nem mesmo no inverno.

Inesperadamente, Jeon se agradou da gentil voz do ômega naquele momento.

Em silêncio ele suportava a dor comprimindo seus músculos e nervos e não conseguia entender o motivo para estar assim. Se encontrava fraco, abatido e com muito frio. Mas ouvir Jimin falar tão próximo foi um alívio de certa maneira. Era como ouvir a suave brisa das manhãs de outono, ele pensou.

— O que mais… – sua frase foi interrompida quando uma forte pontada se fez sentir em seu peito, direto no coração, o fazendo engasgar e apertar os olhos com força, mas Jeon respirou fundo e prosseguiu. — Conte-me mais, sim? Sua omma deve saber muito sobre alfas, teve tantos filhos homens.

— Ela sabe o bastante – Jimin assentiu ainda que não fosse observado. Às pressas, tratou de correr até a cama e pegou uma das cobertas douradas para cobrí-lo. Obviamente, não poderia deixá-lo tremendo de frio. — Hm, para espantar o frio, senhor. Oh, deseja saber a respeito de minha família, pois sim. Meus irmãos nasceram fortes e são bons com números. Minha omma os ensinou de início, no entanto, eles aprenderam muito mais na feira onde vendemos nabos, batatas e cenouras. Deve-se considerar também que tivemos certos problemas com as professoras do vilarejo.

— Mesmo?

— Sim, foi mesmo — de repente, Jimin se animou por ser ouvido e fez ao máximo para moderar seu tom, de modo que não incomodasse o descanso do outro. Sua atenção se manteve fixa nos cabelos negros caídos na lateral do pescoço do príncipe. — Não posso me lembrar daqueles dias porque eu era o mais novo, mas ouvi que as professoras volta e meia mandavam-nos para casa. O mais velho dos meus irmãos jamais admitiu ser ensinado por ninguém, muito menos por ômegas. Também não encontrou sua parceira, talvez porque ele seja… seja um tanto agressivo com as damas. Oh, bem, minha omma é a única ômega que o põe tranquilo e obediente. É uma mulher realmente forte.

— Qual o nome deste irmão mais velho?

— Park Joemin.

— Esclareça algo para mim, por favor – Jeon descobriu seus olhos e encarou Jimin enquanto este corou ao ser pego observando-o. — Se aquele alfa é agressivo com ômegas desde jovem, e somente sua omma pode pará-lo, deve-se supor que ele agredia você?

De súbito, os olhos de Jimin refletiram vulnerabilidade e espanto diante de um lapso de lembranças terríveis por toda a sua vida. Sentiu que não deveria tocar naquele assunto considerado passado.

— Não tenho os mesmos poderes de minha omma – ele ponderou e virou a face para ver o príncipe observando-o por fim. — Mas acredito que também sou um ômega realmente forte.

Então Jeon compreendeu mais uma parte da dolorosa vida de Jimin. Não apenas o pai o agredia por ser como era, mas também seu irmão.

— Tenho certeza disso – ele o encorajou sem hesitar e recebeu de volta, e com espanto, um mínimo sorriso traçado nos lábios fartos e rosados. — Com todo respeito, dou-lhe também a certeza de que jamais estive diante de traços tão belos. Será que todos os homens ômega são como você, Jimin?

— Não diga bobagens – envergonhado, Jimin fingiu não se importar com o elogio e se distraiu com os botões baixos de sua camisa de linho. — Os que nasceram iguais a mim não tem com o que se alegrar. Deveríamos ser alfas como todos os homens são. Sinceramente, quando olho-me no espelho não vejo qualquer beleza, observo alguém que eu não conheço, uma figura contorcida e constantemente assustada.

— Realmente pensa desta maneira? Como pode ser quando você se mostra para mim com coragem, astúcia e segurança? Não faz o menor sentido.

— Tento ao máximo defender-me dos seus engenhos, príncipe Jeon.

— Sabe agora que me arrependo de cada um deles – Jeon foi claro e direto, atraindo a atenção de Jimin outra vez. — Mas gosto quando você me confronta, é a forma mais ágil que arranjei para conhecê-lo verdadeiramente, Jimin. Muito embora eu não compreenda-o neste momento.

— D-desculpe?

Rouco e sonolento, Jeon tocou-o gentilmente no queixo, admirando as bochechas ganharem o tom rosado imediatamente:

— O Jimin que passei a conhecer não soa triste; costuma erguer o queixo e firmar a postura quando me repreende. Oh, por Deus, e você… você não hesitou em mostrar suas presas para um alfa que poderia mandar que cortassem sua cabeça. E agora tão próximo que consigo tocá-lo, nada está fora do lugar. Sua imagem é brilhante e quente, tão nítida quanto as cores que pintam o céu quando o Sol se põe ao fim do dia.

— Príncipe – constrangido com o olhar acolhedor que recebeu, Jimin revirou os olhos e sentiu todos os pêlos se arrepiarem diante dos feromônios de alfa um tanto mais presentes no ar. — Ah, por favor...

— Adorável – encantado, Jeon tentou obter foco em sua vista turva e observou-o receptivo aos seus toques na face. — Por que você me parece tão adorável?

— Não d-diga isso – aturdido, Jimin segurou o pulso junto a sua face e se repreendeu por não conseguir afastá-lo. Na verdade, algo em seu peito queimou, fazendo com que os olhos fechassem. De repente, se sentia seguro. — É costume elogiar damas com este termo, mas não homens. Está errado, príncipe.

— Estou cansado dos costumes, Sr. Park - respondeu Jeon, contente ao vê-lo o segurando calorosamente outra vez. Era bela a forma que o ômega se mostrava dócil de repente. — Apenas veja-se como eu mesmo o vejo, do contrário, vou mandar que quebrem seu maldito espelho em milhares de pedaços porque ele está mentindo para você.

— Mas eu… oh, Jeon!

Bombardeado das mais diversas e inquietantes emoções, Jimin se debruçou sobre o príncipe quando sangue desceu das narinas deste.

— Socorro, o príncipe precisa de ajuda!

Jeon realmente passou a sangrar e se contorcer angustiado, a palidez se fez mais intensa. Em desespero, Jimin usou a longa barra de sua camisa para pressioná-la contra o sangramento e gritou assustado quando a porta se abriu abruptamente.

A Sra. Cecil entrou junto do Dr. Namjoon encapuzado, e vinha com eles Hoseok. Encontraram Jimin trêmulo sentado ao lado de Jeon, manchado de sangue e pedindo socorro diversas vezes.

Num instante, afastaram o ômega do divã com pouco esforço para que a situação crítica fosse controlada no quarto de estudos do príncipe.

A razão para o mau estar que o fez sangrar logo foi descoberta.

Mais cedo, quando Jimin acordou de um pesadelo onde a marca em seu pulso era o motivo de sua desgraça, ele foi até o banheiro e encontrou uma navalha nova na estante. Conseguiu fazer três cortes em seu pulso marcado pelo alfa, mas a dor foi tão forte que o grito ficou engasgado na garganta e o objeto caiu de sua mão. Foi drástico, doloroso e perigoso o que fez a si mesmo, Jimin sabia daquilo, mas não imaginou que o príncipe é quem lidaria com as consequências.

— Eu não sabia – ele murmurou assustado quando a Sra. Cecil removeu a fina faixa de tecido e exclamou horrorizada ao ver as feias feridas em cima da marca. — P-perdoem-me, por favor. Fiquei assustado por estar ligado a outro homem, tive medo do que fariam comigo! Não pensei q-que o príncipe se importaria.

— Poderia tê-lo matado!  – Hoseok respondeu rude e irritado entre a Sra. Cecil e Jimin. — Não se rejeita a marca de almas com uma navalha, homem ômega. Isto é bárbaro, brutal e merece ser levado ao Rei!

Antes que Jimin fosse pego e retirado dali, ele correu até o divã e se jogou de joelhos ao lado do Dr. Namjoon:

— Como ele está? Diga-me que vai ficar bem!

— Acalme-se – com cautela, o doutor removeu o restante do sangue e mostrou a Jimin um vidrinho frágil e vazio. — É um coquetel de vitaminas com rápida absorção quando ingerido. O príncipe está desacordado neste momento, mas ele logo acordará se sentindo um tanto melhor.

Com fortes fungadas, Jimin mostrou seu pulso marcado e ferido a ele:

— Fui marcado… fui marcado como o ômega do príncipe no calor de uma discussão. Ele contou-me que não foi sua intenção, estava tentando evitar que eu cometesse tal engano quando minhas presas saíram.

— Suas presas saíram?!

— Fomos guiados por nossos medos e acabamos nesta situação, doutor – Jimin sentiu a marca queimar quando Namjoon o tocou para limpar os ferimentos. — Fiz o que fiz porque trarei muito mais desonra a minha família se descobrirem algo assim. Precipitei-me ao acordar de um pesadelo terrível e corri até o banheiro para retirar a marca. Mas agora… agora arrependo-me por ter feito isso. Ah, está doendo tanto!

— Não se preocupe – o Dr. Namjoon revirou a maleta e tirou dela um frasco contendo uma pomada cicatrizante, passava-a nas feridas e marca de cor amarronzada. — A cor da marca mudará cada vez mais, Sr. Park. Isto se dá porque a ligação que ambos têm é mínima, não poderia se manter diante de tão forte rejeição. Posso imaginar seu desespero, mas não havia motivos para fazer tanto contra isso. Em uma semana a marca desapareceria, tendo em vista que o senhor não marcou o príncipe como ele o fez.

— Que estupidez – Jimin se martirizou pelo acontecido, sua testa foi de encontro ao estofado de couro onde o príncipe estava. — Eu realmente sinto muito e estou pronto para ser levado ao Rei.

O Dr. Namjoon se ergueu e chamou a atenção de Jimin quando pediu a Hoseok que ajudasse-o a por Jeon na cama:

— Não há tempo para lamúrias e sentenças ainda. Deve ajudar o príncipe, Sr. Park. Oh, temos pressa com isso. A Sra. Cecil o ajudará a trocar essas roupas manchadas de sangue e acredito que aquele roupão servirá para o caso. Por gentileza, Sr. Hoseok, vamos apoiar a cabeça do príncipe com todo o cuidado enquanto isso. Oh, é inacreditável que isto esteja acontecendo, pois não? Sempre venho até o príncipe e o encontro com ótimo porte, tem músculos de aço. No entanto, não, não. Deixemos isso de lado neste momento, é claro que teremos uma boa razão para esta circunstância incomum. Logo teremos boas notícias e… Oh, o Sr. Park pode nos ajudar finalmente! Venha aqui, por favor, sim? Você apenas adiantou alguns dias, na verdade, muitos deles. Creio que em apenas dois dias a marca desaparecerá do seu pulso.

— Dois… o senhor se refere a dois dias inteiros? – Jimin perdeu o fôlego ao se imaginar por mais aquele tempo em tal situação conflitante. Via ainda com espanto a mulher lavar o príncipe com pano úmido e sua loção de costume. Ele seguia desacordado. — Eu deveria ter arrancado o pulso fora!

De rompante, Jimin grunhiu choroso ao ter a orelha apertada duramente pela Sr. Cecil, que veio até ele a duras pisadas, pois a mulher se encontrava horrorizada com seu mal jeito:

— Sr. Park, será mesmo que não aprendeu a lição? Comporte-se de uma vez por todas!

— Com licença – Namjoon interrompeu a pequena discussão, apressado todo. — O senhor ainda é o… o ômega de um alfa que precisa de atenção. Por Deus, custo a crer no que acabo de dizer! De todo modo, não temos tempo a perder com ladainhas, não mesmo. Deite-se.

— Perdão? D-deitar-me aí? – Jimin foi levado a se deitar ao lado de Jeon, enquanto este era coberto por Hoseok mal humorado. — Não creio que seja uma boa ideia, senhor. Dividir a cama é…!

A Sra. Cecil o ignorou e ajudou o Dr. Namjoon a enfaixar o pulso de Jimin inquieto na cama:

— Oh, por favor, meu querido. Fique quieto e deixe o homem trabalhar. Está se afastando tanto que acabará caindo! Não é hora para constrangimentos.

— Isto n-não tem cabimento – corado, Jimin grunhiu num tom mínimo ao ser levado a deitar-se de lado e descansar seu pulso no peitoral de Jeon. Sua voz soou mínima ao ponto de pouco ser ouvida, tamanho era o seu pavor caso o outro acordasse. — Oh, p-por Deus. Mas o que significa tudo isso?! Não, não e não. Sem cabimento também, é uma desonra total. E-ele terá repulsa quando acordar e nos ver nesta situação humilhante, imoral e totalmente vergonhosa. Por Deus, ouçam-me ao menos uma vez. Eu não sou o que eles disseram. Tudo isto está errado!

— Por Deus, como eu o detesto! – Hoseok rugiu, impaciente com o ômega de olhos apertados que tremeu de medo. — Não teve receio de se mutilar com uma navalha, mas se enche de orgulho quando é a única opção de ajuda do príncipe? Cale-se e faça o que o doutor está mandando, isto é uma ordem, garoto.

Hoseok segurou-se para não tirar a espada da bainha e forçar Jimin a ficar na cama:

— O mínimo que deve fazer é amenizar o mal que causou, Sr. Park. Logo, exijo que use seus feromônios de ômega, que faça alguma coisa para que o príncipe se sinta melhor.

— Senhor, p-por favor…

— Imediatamente!

— Mas que diabos, sumam da minha vista! – subitamente, Jeon havia acordado, e com péssimo humor.

Ele dispensava-os rude e prontamente, indiferente aos murmúrios dos que estavam surpresos ao seu redor. E tão logo quanto ordenou, movimentos se fizeram ouvir pelo quarto, mas o pulso em seu peitoral foi seguro quando Jimin tentou se afastar.

Os longos dedos de Jeon seguraram os menores, e seu rosto foi virado para ver Jimin com os olhos úmidos e assustados bem ao seu lado na cama:

— Você está bem?

— S-sim.

— Jimin, por favor – cansado como nunca antes, Jeon não afastou seus dedos do outro toque, sentiu-se confortável naquela posição. — Só preciso de um minuto, apenas isto.

— Sim, príncipe – nervoso, Jimin engoliu o choro com todo esforço, embora ainda estivesse assustado.

Facilmente, Jeon se apercebeu do seu temor:

— Peço que não se importe com os modos de Hoseok. Ele é um bom amigo com suas preocupações ao meu respeito, o que não significa que deixarei de repreendê-lo depois mais por gritar com você. Mas agora estou tão cansado, realmente exausto deste dia. Ah, mil demônios. Meus ossos doem.

— Por minha causa.

— De modo algum – Jeon teve medo das sensações que dominaram seu corpo quando os olhos cheios de Jimin não suportaram mais segurar as lágrimas. — Não tenha medo, nem chore por isso. Compreendo seu desespero e lamento que tenha se machucado por minha causa.

— O-ouviu sobre o que fiz.

— Sim, vagamente, é claro.

— Perdoe-me, senhor!

— Jimin, não chore – preocupado com o pranto e seguidos pedidos de perdão por parte do ômega, Jeon o puxou para mais perto e fechou seus braços ao redor dele. Céus, ele não conseguia refrear a vontade de tocá-lo! — Meus feromônios não podem mais acalmá-lo? Ah, estou decepcionado comigo mesmo.

Jimin negou-se àquela questão:

— Seus feromônios me assustam quando junto dos meus, aqui dentro de mim – ele tocou o próprio peito e desejou sair de sua própria pele. — É muito mais doloroso do que minha mente imaginou.

— De fato, é totalmente loucura estar ligado a mim – um tanto magoado, mas compreensivo, Jeon não deu importância para sua própria dor e o afastou de seu peito.

— Não, não – angustiado, Jimin era incapaz de reprimir seu choro. — Não quis feri-lo com o que disse, posso jurar por minha vida que está agora nas mãos do Sr. Hoseok.

— Sua vida está nas suas mãos, e de mais ninguém – confiante, Jeon o fez encará-lo para que visse a franqueza em seus olhos. — Quero que entenda isso, Jimin: Sou o único responsável pelo que aconteceu até aqui, e não deixarei que toquem em você, nem mesmo que se atrevam a tratá-lo mal.

— Agora mesmo sou eu quem não o reconheço – Jimin respondeu.

A marca em seu pulso latejava tão forte quanto batia seu coração que disparou de medo:

— Parece-me que mudou completamente, como se esta fosse a imagem que o senhor vê em seu próprio espelho, mas que não a mostra para muitos.

Jeon sentiu-se contente ao ouvir aquilo, e satisfeito que Jimin não chorava tanto quanto antes:

— Não mudei em nada. Temos diversas facetas, algumas melhores que outras.

— Pois sim – receoso, Jimin desejou comprovar o que dizia o príncipe. — Peço que seja sincero; a princesa rejeitou-me?

Hesitante, Jeon engoliu em seco:

— Você está certo sobre isso.

— S-sabe por quê? — perguntou Jimin, encarando-o tristemente.

— Porque eu fiz com que ela assim o fizesse, Jimin.

Aflito e desnorteado, Jimin desejou poder sair dali imediatamente. Suas suspeitas eram verdadeiras, mais uma vez Jeon conseguiu atingi-lo sem qualquer sinal de arrependimento.

— Conseguiu o que tanto almejou, afinal.

Tomado por desespero e rancor, Jimin não queria estar próximo do homem que jogava fora o que considerou ser sua única chance de dias melhores. Mas sentiu-se preso àquela cama, e estava de certa maneira.

Então, seu único movimento foi para que escondesse a face no travesseiro e implorasse por forças em silêncio:

— Quando lhe fiz tanto mal para q-que tirasse de mim a última... última chance…

Jeon se apressou em explicar-se ao ver o que causou de repente:

— Por favor, não quis atingi-lo, não mesmo. Acredite no que lhe digo, tive as melhores intenções.

— Senhor…

— Tem ideia do quanto esteve próximo de se envolver em ambições que não compreende e que sequer são suas? A vida de infelicidade que teria caso ambos se marcassem como parceiros seria um martírio ao qual você jamais presenciou antes!

— Que vida terei eu agora, senhor? Responda-me isto.

Sem que pudesse controlar seus pensamentos, Jimin se lembrou de viver em sua casa, de todas as agressões e solidão no seu quarto mínimo.

Aquilo não o assustou, mas o encheu de fúria:

— Alguém como o senhor, um alfa neste lugar, decidiu por si mesmo o que é melhor para alguém como eu. Alguém como eu! Basta um cio imoral para que o ômega que todos odeiam abra suas pernas para ser estuprado; não por um, ou mesmo dois, mas sim quantos dessa sua raça surgirem! O senhor vai me arranjar um celeiro mais resistente para que eu possa me esconder com a minha dor? Não, certamente o senhor estará bem longe, rindo das histórias que ouvirá sobre um homem ômega jogado por essas ruas! O príncipe… o príncipe não sabe o que me espera, sequer me conhece realmente. Mas a minha alfa me protegeria, seria a única possível!

Em meio às lágrimas incessantes, Jimin rosnou rudemente e voltou a esconder a face contra o travesseiro, se negando a voltar a encarar o semblante aturdido de Jeon. Custava a crer que, ainda por cima, havia agora uma ligação entre ambos. Parecia aquele o fim de todas as coisas, o limite imposto para um surto sem precedentes. E Jimin desejou mesmo matar aquele homem que infernizou seus dias, como queria ter coragem para fazê-lo!

Entretanto, sem que pudesse reagir prontamente, o inesperado toque dos dedos em seus cabelos arrepiou levemente o ômega, e ele engasgou no instante em que os toques alcançaram sua nuca. O príncipe liberava propositadamente mais de seus feromônios de alfa, e tal ação fez todo o seu corpo responder a ele.

Jimin bem que tentou resistir àquele instinto estranho, mas perdeu a batalha. Mostrou seu rosto para ver Jeon de frente para si.

Foi estranho encontrar preocupação e dor naqueles olhos negros geralmente tão frios:

— P-por que me olha assim? Não quero que olhe para mim.

O fervor em seu peito deixou-o ansioso por algo que ele desconhecia, as carícias em seus cabelos loiros cessaram num segundo, ainda que Jeon insistisse em encara-lo.

— Não olhe para…

De repente, Jeon o interrompeu:

— Peça-me um celeiro; lhe darei um palácio. Peça-me segurança; lhe darei um exército, ômega.

Seus olhos: Jimin os notou nublados e tomados por duas sombras avermelhadas e quentes como brasa, e um murmúrio do mais completo desejo se desprendeu de sua garganta. Aquilo não era mais um homem diante do seu olhar arregalado, mais sim um alfa rendido aos seus próprios genes. Porém, tão rápido quanto surgiu, as costas do príncipe foram viradas e um constrangimento repentino tomou conta do quarto, que caiu em silêncio.

Jimin se imaginou correndo porta à fora, até mesmo se moveu para aquela ideia.

No entanto, Jeon comentou quase que sozinho:

— Jaehye não é sua alfa, simplesmente não pode ser porque eu…

— Cale-se! — Jimin o interrompeu aterrorizado.

Consequentemente, Jeon engoliu a seco o fim de sua frase diante de Jimin abalado outra vez. Não queria começar outra discussão com o ômega furioso ao seu lado.

Por isso, afastou-se mais e acabou sentindo dores nas juntas.

— Sinto muito, Sr. Park.

Num instante, o silêncio voltou a tomar espaço do quarto, enquanto a noite caía na vista da janela. Se fazia cada vez mais difícil rejeitá-lo, concluiu o ômega. A verdade é que Jimin odiava quando Jeon o tratava mal, e mais ainda quando lhe dizia palavras bonitas. Ainda sustentava a convicção de que jamais aceitaria seus instintos que, àquela altura, se encontravam sob domínio do seu lobo. Jimin lutava contra seu próprio gene, agarrado ao orgulho para manter longe aquele alfa.

No entanto, esqueceu o rancor e observou com canto de olhos as expressões dolorosas do príncipe. Seu corpo tremeu gélido, os lábios comprimiram um contra o outro. E, de repente, a boca estava tão seca que até mesmo chegava a incomodar. O que diabos era aquilo? E por que nunca acabava?

— Estou farto dos seus feromônios, Jeon-ah – ele murmurou com angústia, e seus dedos tocaram as costas viradas para si. A pele macia e quente lhe parecia brilhar como ouro branco. — Por que continua a fazer isso comigo?

— Precisa deles para se acalmar e descansar – relutante, Jeon não ousou se virar para ele, muito embora vacilasse ao sentir o toque em suas costas. — E, por Deus, não me chame assim.

— Está diferente, Jeon-ah – Jimin desejou pedir pelos toques de Jeon em seus cabelos, até mesmo gemeu confuso ao se lembrar do momento em que o outro uma vez resvalou o nariz contra o seu. Mas seu orgulho jamais o permitiria pedir por aquilo. — Está sentindo dor? O Dr. Namjoon orientou-me a nos manter próximos para que você se recupere logo. Bem, como dizem, é o que resta a fazer. Então, por favor, preciso que… ah, bem… o senhor precisa se virar e…

— Não precisa – Jeon o interrompeu quando Jimin voltava a se aproximar, e respirou fundo ao notá-lo angustiado. — Apenas deite-se onde achar melhor, sim? Está tudo bem.

Inesperadamente, Jimin franziu o cenho e não soube como reagir àquilo. O espaço entre eles poderia ser ocupado por um travesseiro, e parecia errado e prejudicial ao alfa. Seu corpo ferveu um tanto mais, a sede tornou difícil falar.

— Compreendo que seja repulsivo que dois homens ocupem a mesma cama.

— Já passamos disso, Jimin – tal sentença estava muito clara para Jeon, e ele voltaria a cobrir seus olhos e dormiria se não ouvisse um murmúrio aflito. Teve que se virar de prontidão e encará-lo outra vez. — O que houve? Não sinto repulsa por você, e posso jurar que meu afastamento se justifica com uma nobre intenção: não vou forçá-lo a estar próximo de mim.

— Por que não temos água no quarto? – assustado, Jimin se aproximou imediatamente e se aquietou outra vez ao lado do príncipe surpreso. — Está calor, no entanto, devemos ficar próximos. Ordens médicas!

— Jimin, o que diabos você está fazendo?!

Imagine o espanto de Jeon ao vê-lo rosnar irritado outra vez, até mesmo soltando xingamentos enquanto deitava sobre o seu peito e cheirava seu pescoço como um cãozinho curioso.

— Devemos ficar próximos, A-alfa. Uh, seu corpo é tão grande… – de repente, Jimin o agarrou pelos cabelos negros e arrastou os lábios fartos na curva do pescoço de Jeon, que grunhiu perplexo e o segurou pela cintura com o intuito de empurrá-lo, mas temia machucá-lo de alguma maneira. — Seu cheiro é tão bom para mim, senhor. No entanto, que desobediente é o príncipe, não tem respeito por ordens médicas.

— Oh, J-Jimin – o príncipe sentiu-se perdido quando o quadril do ômega resvalou sobre o seu, e gemeu surpreso ao ouvi-lo o chamando. — Este não é você.

Tentou afastá-lo outra vez, mas acabou por se surpreender com Jimin sentando em seu colo e, num instante depois, recebeu um tapa fortemente estalado contra sua face.

Doeu, doeu como o inferno. Foi esbofeteado sem qualquer prévio aviso:

— Mas que diabos, Jimin!

— A culpa é toda sua!

Então, o ômega soou furioso e magoado, escapuliu da cama e correu para dentro do banheiro, se fechando sozinho ali. E na cama, Jeon murmurou dolorido e com os ouvidos zunindo por conta do estalo que se deu com o sopapo que levou. De repente ele passou a se perguntar se tudo aquilo era real, pois jamais nenhum homem ousou estapear sua face e permaneceu vivo para contar a história.

Ele mereceu aquele tapa? O próprio não o negava! No entanto, não imaginou que a mão de um ômega poderia pesar daquela maneira.

— Agh, será uma longa noite...

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