É Hora de Partir

Ainda na madrugada, enrolado no calor do lençóis, Jimin murmurou suado e delirante. O prato de sopa pela metade ainda estava na bandeja de prata, em cima da escrivaninha. A serva que deveria vigiar seus movimentos se encontrava chateada ao lado, sentada numa cadeira de balanço. Ela recebeu a ordem de cuidar da saúde do ômega, mas a verdade é que temia tanto o Arsênico que passou boa parte do dia fechada no banheiro, fugindo dos riscos que vinham com a presença de Jimin. Fazê-lo comer foi tarefa difícil, já que ela estava cansada de se esconder, e impaciente com o sono constante do outro.

— Macho-fêmea, a sopa não está do seu agrado? Francamente! Este é mesmo um plebeu exigente, todos os pobretões deslumbrados são, na verdade.

Logo, a mulher observou o prato de sopa sobre a bandeja e deu de ombros, levando a colher cheia à boca: não perderia a oportunidade de comer duas vezes no jantar.

Logo, o balanço da cadeira deu-lhe sono, mas tanto que as pálpebras pesaram e, sem se preocupar tanto com o caso, dormiu ali mesmo, com um sorriso e barriga cheia.

No entanto, após algumas horas um estalo em seu ouvido esquerdo a despertou bruscamente. E na penumbra do quarto ela se ergueu de súbito e observou com espanto os ombros largos do príncipe, seguido do semblante irritado, apontando para fora. A porta já estava aberta.

A mulher simplesmente correu constrangida e temerosa por ter sido pega dormindo em serviço. Mas Jeon não estava interessado em qualquer coisa além dos murmúrios insistentes e gotas de suor rolando pela testa de Jimin.

— O que há com você? — inquieto, ele levou o seu dedo indicador até a testa úmida e a sentiu queimar, notando ainda os dedos trémulos agarrando a barra do lençol. — Hm, isso não está certo.

O olhou de canto, recolhendo a mão em direção aos dedos de Jimin na intenção de fazê-los parar com toda aquela agitação. Fechou a mão menor que a sua por completo, dentro da palma, de todo modo, a tremedeira persistia. Ele pensou imediatamente em deixar por todos os cantos os seus feromônios calmantes para o ômega, mas se segurou porque aquilo não deveria se tornar um costume. Se Jaehye se dizia ser a alfa daquele ômega, ela quem detinha a função de acolhê-lo em situações urgentes como aquela em questão.

— Eles não servem nem mesmo para lidar com uma febre. – frustrado, Jeon franziu o cenho ao notá-lo com a face contorcida pelas dores da doença, e estalou a língua em desagrado. — O que diabos eu deveria fazer? Eu realmente sinto muito, se quer saber. Hm, Guardas, larguem de covardia e venham ao menos até a porta para que me ouçam com atenção.

— Alteza! – três dos homens se espremeram na soleira da porta, mas não ousaram realmente entrar.

— Oh, por Deus – irritado, ele prosseguiu. — Mandem uma mensagem para sua Rainha. O convidado da princesa está queimando em febre, ele precisa de cuidados mais sérios e… também precisa da princesa agora mesmo. Vão logo, não há tempo para conversas.

Assim que ficou sozinho outra vez, voltou seu olhar para a cadeira desconfortável e decidiu se sentar na extremidade da cama, ao lado do ômega doente.

Também com um mau estar, Jeon agitou a cabeça e esfregou a própria testa. A culpa caiu duramente sobre suas costas.

— Eu as puni – como que para se livrar daquela sensação ruim, Jeon falou ao encarar o rosto corado e angustiado. — Você está me ouvindo, garoto? As enviei para o trabalho duro nos campos de algodão, dei-lhes uma punição realmente severa pelo mal que fizeram. E vou mandar que pessoas da minha confiança cuidem da sua alimentação a partir daqui, para que você fique mais forte, franguinho.

Com toda sua atenção presa na face de Jimin, o príncipe retirou o lenço de seda do bolso frontal do paletó e observou receoso os dedos trêmulos junto à barra da colcha de cama. Ele teve todo o cuidado possível quando passou a seda sobre a face suada algumas vezes, limpava-a cheio de culpa e espanto por notar que o ômega era realmente frágil. Ainda lhe parecia instigante notar os longos cílios enquanto passava gentilmente o tecido nas pálpebras, e ainda a boca farta como dois bombons de cereja, tão chamativa que era impossível não prender os olhos ali. Mas parou seu gesto quando curvou os lábios num sorriso de canto, pois percebeu que o cheiro de rosas em seu lenço — ao tocar o nariz vermelho de Jimin — foi absorvido pelas narinas mínimas.

— Park Jimin – aquele nome escapou dos pensamentos de Jeon, agradável aos ouvidos. — Você não deve ter dependência dos feromônios de quem lhe causa infortúnios. Não é sensato.

Jeon se viu curioso com a calmaria que dominou o antes agitado corpo de Jimin. Seu olhar se manteve fixo na face corada e semblante carregado, o lenço em sua mão não foi movido outra vez. Parecia loucura pensar que um homem ômega pudesse encantá-lo com seus traços únicos e angelicais, mas Jeon tinha a vaga noção de que estava diante de um fato.

E aquilo o assustou:

— Temo que você não seja uma fada, como bem ouvi por aí, mas sim um bruxo. Veja só o que estou fazendo, oferecendo cuidados a outro homem. Que desastre, rapaz.

"Permita-me" tal pedido não foi proferido novamente, embora Jeon se recordasse de repente e de modo bastante vívido. Se estivesse em condições de falar algo, este seria o pedido de Jimin?

— Preciso que compreenda isto, franguinho: Nenhum de nós tem empatia suficiente para tratá-lo com decência. Eu mesmo não sou de dar qualquer importância para ômegas, considero perda de tempo.

Inesperadamente, um reles murmúrio escapou dos lábios fartos de Jimin e seu corpo tremeu inteiro sobre a cama, assustando-o.

Jeon sequer ponderou antes de lançar seus feromônios no ar, segurando a face agoniada com as duas mãos para analisá-lo atentamente. Por sorte, Jimin havia relaxado outra vez, despertando verdadeiro alívio ao outro.

— Olhe o que me fez fazer – logo, Jeon se sentia derrotado de alguma maneira, até rindo baixinho de suas próprias contradições. — Agora mesmo o seu tão querido cheiro de rosas está por todo lugar. Gosta mesmo disso, pois sim? Apenas... apenas não me estranhe. É claro que tomo para mim a responsabilidade dos meus atos. Errei gravemente com você, isto torna o caso incomum. Ao menos posso vê-lo um tanto melhor agora mesmo, hm. Isso deve bastar.

Sem que percebesse, o lenço foi deixado sobre a cama. Era hora de se retirar por um período de tempo, quem sabe assim os ânimos voltariam ao normal no palácio.

Jeon arrumou a postura e encarou as pálpebras fechadas:

— Não vou perturbá-lo, deixo-o responsável pelo seu destino neste lugar, Sr. Park. Mas não se preocupe com qualquer coisa enquanto estiver doente, hm? Dou-lhe a certeza de que vou deixá-lo em boas mãos.

Naquele momento, como se acordasse de um pesadelo, os olhos castanhos se abriram para ver os negros e agitados de repente, mas se abriu também a boca de Jimin, escancarada por horror de se perceber diante de um alfa naquela escuridão. A febre e o delírio, junto às lembranças dolorosas, fizeram-no gritar alto e estridente, assustando o príncipe, que se afastou da cama e bateu as pernas na cadeira.

Jimin clamava por socorro, alto e estridente, soando estar prestes a ser atacado da forma mais violenta possível. De fato, acreditava naquilo! Ele até mesmo caiu da cama e tentou correr para a porta, mas foi seguro pelos guardas e Jaehye, que veio por conta da mensagem do irmão. Logo atrás estava sua mãe, alarmada com o escândalo.

A situação foi drástica, inesperada e angustiante. Nenhum deles compreendeu o que havia acontecido com o ômega, mas todos os pares de olhos encontraram o príncipe tomado pelo choque da situação.

— Salvem-me! – Jimin gritou aquelas palavras aos prantos e abatido pela febre alta. — Um alfa entrou no celeiro… Salvem-me, eu imploro a vocês!

De súbito, Jaehye segurou-o pelo pelos ombros, tomando a certeza de que ele estava realmente queimando em febre. Ela ainda exigiria uma explicação de porquê seu irmão estava no quarto do ômega, mas agora assegurava à Jimin que ele ficaria bem sob os seus cuidados.

Bem, é fato que ao liberar seus feromônios no ar para acalmá-lo, o efeito não surtiu como o esperado. Num segundo Jimin a empurrou bruscamente contra o chão, escapou das mãos do guardas que tentaram agarrá-lo e correu enjoado para o banheiro, teria se fechado ali se não fosse o pé direito de Jeon entre a porta.

— Não ouse! – o príncipe ergueu seu dedo sob a face de Jung Hoseok, o chefe das tropas que pretendia atacar o ômega pelo o que causou a princesa ainda confusa no chão. — Ele não quis machucá-la, não sabe o que está fazendo. Se atreva a entrar por essa porta e eu retiro o seu título, Hoseok!

— Jeon – assustada, a rainha ajudou a filha a se erguer. — Sua irmã acaba de sofrer um ataque terrível por parte deste ômega desregrado. Isto não está em discussão.

— É um verdadeiro milagre que está naja tenha pés; o chão não é estranho para Jaehye – respondeu ele, indiferente ao olhar cortante recebido pela irmã. — Você vai sobreviver, irmã.

— Afaste-se da porta, Jeon. Quero falar com o meu ômega!

— O Sr. Park rejeitou os seus feromônios, não percebe? Saiu correndo logo que você os lançou no ar, sujando tudo ao nosso redor. Agora mesmo podemos ouvi-lo colocando todo o jantar para fora do estômago.

— Jimin está doente — enciumada e determinada a deixar o seu cheiro por todo o lugar, Jaehye se colocou frente a frente com Jeon. — Jimin não me rejeitou, sei que a febre confunde até a mais sensata das mentes. Agora, deixe-nos sozinhos! Não vou mais tolerar o seu comportamento invasivo e desonroso, Jeon.

— Você está errada – teimou ele, inseguro de repente, seguido do sentimento de raiva transparecendo em seu semblante fechado. — É bom que ponha a mão na consciência e perceba que os seus feromônios não são adequados para este garoto, apenas o deixa mais doente. Eu recomendo...

— Os seus feromônios?! Pensa que não os senti ao entrar por aquela porta, Jeon? Francamente! É bem capaz de Jimin ter tido esse mal estar por sua culpa, porque ele não é tolerante a este cheiro enjoativo e tóxico. Suma da minha frente, eu exijo que se afaste do meu convidado porque você sabe que estou no meu direito!

Jeon desejou contradizê-la, dizer que não invadiu o quarto de Jimin para incomodá-lo ou lhe trazer lembranças ruins, mas para garantir que estaria bem. Para si, estava óbvio que seus feromônios em aceitáveis, afinal, aquele ômega o pedia intencionalmente por estes enquanto consciente e inconsciente. Ele queria se justificar e mandar que Jaehye tomasse o rumo ao qual ela dava para si. No entanto, ao menos trocar algumas palavras com a irmã já seriam motivos suficientes para que brigassem perigosamente. Aquele não era o momento, não quando o ômega ainda estava passando mau no banheiro.

— Omma, lembre-se disso – por fim, Jeon se direcionou à rainha ainda perplexa com os fatos. — Não voltarei neste lugar se a senhora permitir que esta farsa cruel se perpetue. Este não é o ômega de Jaehye; para o Sr. Park os feromônios desta maldita são mais tóxicos que arsênico.

Sem mais esperar, Jeon rumou como um raio pelo quarto e se retirou, irritado com o modo que as circunstâncias seguiram.  Sentiu também desgosto por ter sido confundido com um dos alfas que sondaram Jimin no celeiro, a três meses atrás. Ele não era um assediador! Mas de quê valia a sua mágoa? Jamais levaria a sério os delírios de um doente.

De fato, aquilo irritou-o por um tempo, porém, ao dobrar o corredor de seu quarto o único pensamento que perdurou foi o de inquietação. Jaehye não seria capaz de lidar com os traumas do ômega, com seu estado frágil e instável. E Jeon acreditava naquilo porque mantinha a certeza de que sua irmã não via Jimin como um ser humano, mas sim como um suporte de ouro que sustentava a Coroa: o objeto que Jaehye descartaria após ter sobre sua cabeça o que tanto desejava.

...◇◇◇...

Assim que o dia nasceu, o Rei soube do ocorrido e foi pessoalmente até o quarto do ômega.  Mas Jimin não estava ali. Apenas uma serva de idade avançada arrumando a cama foi vista, e só restou a ele buscar explicações com ela.

— Para onde foi o jovem Park?

— A princesa mandou que o enviassem para o consultório do Dr. Namjoon, alteza – respondeu ela enquanto lhe fazia uma reverência. — O chefe de tropas foi designado para acompanhá-lo e garantir sua segurança.

— Francamente – ele achou lamentável que Jaehye deixasse Jimin sozinho com outros alfas, ainda mais adoentado num lugar que não conhecia. — Sabe do príncipe?

— Sim, senhor. Logo cego o príncipe Jeon mandou que arrumassem a carruagem, cuidadores de cavalos e cavaleiros de batalha. Ele partiu logo que o sol nasceu no horizonte.

— Era de se esperar – exasperado, o Rei rumou de volta pelo corredor.

O palácio andava agitado por conta dos boatos sobre haver Arsênico contaminando o ambiente, mas nenhum homem ou mulher deixou seus serviços de lado, não quando o próprio Rei caminhava pelos corredores com tamanha tranquilidade.

Sua coragem jamais poderia se comparar as de sua esposa e filha, ambas o receberam com lenços sobre as faces, na saleta de chá.

— Não sejam ridículas – ele estalou a língua, insatisfeito com todo aquele alarde. — Nenhum de nós poderia estar tão doente quanto o ômega e o meu filho. Somente eles tiveram contato longo e direito com o Arsênico.

— Papai, escute-me – Jaehye se agitou. — Soube que Jimin não esteve bem por toda a noite, no consultório do Dr. Namjoon. Acredita que o encontrei com o meu irmã no…

— Não me admira que o pobre coitado tenha pouco ânimo desde que chegou por aqui. Você está agindo mal, o negligenciando sem cessar – ao interrompê-la, o Rei estava ciente de que despertava o destempero da filha, que já buscava com olhos grandes a ajuda da mãe. — Olhe para mim, estou falando com você. Toda esta bagunça já irritou-me, e o seu despreparo para lidar com sua tão sonhada visita me faz sentir alheio aos seus planos com o ômega.

— Jimin é o único possível para mim, appa!

— Pois então trate de cuidar para que ele fique vivo e saudável em nosso lar. Oh, e não me venha com reclamações sobre o seu irmão. Sei bem quem são os meus filhos, não fecho os meus olhos para os seus desvios de conduta. Sua omma e eu realmente acreditamos que teríamos bons momentos quando vocês crescessem, mas aí está um novo desarranjo, uh? Seu irmão partiu outra vez, muito provavelmente, por um longo tempo. Espero vê-la usando todo este ego para a bondade, e que seja mais sensata a partir daqui.  Talvez você devesse aproveitar esses próximos dias para tratar bem o ômega, é o que eu estou lhe dizendo. Melhor que isto; o receba com o máximo de atenção e cuidado!

— Oh, por favor, não me faça parecer egoísta. Omma, defenda-me dos exageros do appa!

— Pois não se dê ao trabalho, minha querida! – o Rei negou-se a ouvir, tamanho era o seu desassossego. — Francamente, não basta que essa guerra entre o seu irmão e você afete o humor de todos nós, parece que agora ambos arranjaram aquele rapaz para maltratar.

— Oh, estou tratando… tratando Jimin muito bem. Posso lhe jurar pela Coroa, por todos os nossos...

— Vá para o consultório, Jaehye! Não quero vê-la cuidando de suas coisas enquanto aquele que você denominou seu ômega se encontra assustado e doente naquele lugar abarrotado de alfas – sem dizer mais, ele se retirou tão rápido quanto chegou.

E Jaehye não teve alternativas a não ser deixar seu cuidado pessoal de lado e seguir até o Dr. Namjoon. Mas este último, ao recebê-la, trouxe-lhe tranquilidade quando informou que duas ômegas ficaram responsáveis pelos cuidados de Jimin, e que ele descansava depois da noite que passou com febre. Os soldados da guarda real se prostaram logo após a porta, empurravam com tom de ameaça um pequeno grupo de plebeus desesperados para falar com a princesa. Deve-se deixar claro que aquele alvoroço era mais uma razão para que Jaehye não estivesse pelas ruas do vilarejo: detestava desordeiros.

Depois de acordado, Jimin pôde receber a princesa, ainda que a orientação fosse de que permanecesse deitado e aquecido.

— Alteza, perdoe-me todo este trabalho – com os lábios ressecados e fundas olheiras abaixo dos olhos, ele falou. — Não esperava que viesse até aqui.

— Oh, querido. Me parece ainda mais abatido hoje. Como se sente?

— Apenas confuso – Jimin salientou. — Muito confuso, alteza.

— Sei que não começamos bem, e lamento profundamente por isso – Jaehye segurou a mão de Jimin sobre a coberta de lã, sorria por vê-lo consciente e sereno. — Como alfa e mulher, existem momentos em que preciso ser duas vezes mais rígida para conseguir que os outros me levem a sério. Oh, não estou arranjando desculpas para justificar o modo pouco gentil que agi com você. É apenas um sincero interesse em dizer-lhe como eu sou.

— Antes mesmo de conhecê-la eu já sabia que vossa alteza tem bom coração, que é muito gentil. Devo ser grato por sua preocupação. Estou mesmo em melhor estado agora.

Jaehye não disfarçou estar aliviada que Jimin facilitasse sua situação. Ele sequer mencionou o modo inadequado que foi tratado nos primeiros momentos de envenenamento. Ela sorriu mais ainda para ele.

— Só espero ter mais uma chance de me redimir e marca-lo como meu ômega.

Jimin se pegou impactado com o modo que Jaehye definiu sua relação. De repente, não haviam mais dúvidas? Ela queria marca-lo por toda a vida como seu?

— Oh, alteza… isto é...

— Você é o meu ômega, Jimin. Não há qualquer dúvida para mim – sem soltar suas mãos, Jaehye assegurou-lhe com olhos brilhantes e radiantes. — Somos únicos neste reino, estivemos próximo um do outro por todos esses anos. Oh, você é adorável e deve ser protegido por mim, é claro que sim! Dê-me mais alguns dias de convívio e desta vez tudo sairá como planejei. Até à noite do baile você verá que marcá-lo como meu não será nenhum problema. Vamos, sinta meus feromônios agora, quando está bem disposto. Lhe parece ideal, pois sim? Sua família está muito contente com a nossa união, Ômega!

Rapidamente, e sem que pudesse pensar sobre o futuro, Jimin assentiu e inspirou o perfume misterioso e frio da alfa; a princesa se encontrava contente o bastante para não perceber o tremor que ele teve assim que ela deixou seu cheiro dominar o lugar.

Pelo bem de sua família Jimin poderia dizer que não era tão enjoativo quanto pensou antes.

— É muito bom, Alfa.

— Oh, Jimin, não sabe o quanto me deixa contente ao me chamar de tal maneira! Tenha certeza disto: farei o melhor para cuidar de você, lhe prometo ser atenciosa. Meu irmão jamais invadirá o seu quarto outra vez. Hoje mesmo tomei ciência de que ele deixou o palácio.

— Invadir? – Jimin se surpreendeu de repente. — A que se refere? Em que momento isso aconteceu, princesa?

Jaehye estranhou-o:

— Não se lembra de ontem a noite? O encontramos em seu quarto. Logo pela manhã mandei que chamassem a serva que estava responsável por sua melhora de saúde. Ela contou-me que meu irmão surgiu de repente e a mandou embora. Mas… mas posso assegurá-lo de que nada de mal lhe ocorreu, os guardas presentes podem tirar suas dúvidas.

— Terrível – assustado, Jimin se agitou na maca e procurou por remédios na mesa ao lado, mas não havia nenhum ali. — Não me sinto bem, meu coração está batendo como… não sei dizer. O que fizeram comigo, alteza? Temo ter dado margem para que eu seja injustiçado! Não o fiz, jamais deixei de ouviu minha omma, apesar de não ser querido. Oh, não, não. Estou assustado, não quero voltar para o palác… d-devo voltar! No entanto, por favor, temo qualquer homem alfa neste mundo. Me desespera pensar que estive sozinho e desacordado com um alfa promíscuo. Minha omma não me perdoaria! Ela mesmo quem disse... Falou sobre o futuro e...!

— Dr. Namjoon! – Jaehye correu até a porta e deu passagem para o homem alto vestido de linho branco.

— Febre outra vez – de imediato, o doutor notou e mandou que as enfermeiras buscassem a maleta de remédios em sua sala. — Pode surgir de repente, princesa. Mas garanto-lhe que com descanso e os meus cuidados o jovem ficará muito bem.

— Está delirando – prestes a cair em prantos, Jaehye observou Jimin ser seguro por Namjoon, ainda que este fosse rejeitado com todo custo por ser um médico alfa. — Oh, por Deus! Para onde foram as suas enfermeiras, doutor? Isto é inadmissível!

Logo que expressou seu horror ao atraso das duas mulheres, estas adentraram o quarto com aventais postos e maleta em mãos. Elas bem que tentaram explicar que estavam descansando de uma noite difícil, mas a princesa as ignorou e saiu às pressas daquele lugar cada vez menor. Seus feromônios deveriam ser suficientes para que Jimin se acalmasse, mas ela não poderia esquecer de quando ele correu enjoado pela noite, momentos após seu aroma ser liberado intencionalmente.

— Sinto-me inútil – murmurou sozinha na sala do Dr. Namjoon. — E pronta para esperá-lo no palácio.

Disto isto, Jaehye recolheu sua guarda real e partiu de volta para casa.

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Comments

Carmen Leniz Rivero

Carmen Leniz Rivero

Ele não é seu ômega princesa👍👍👍👍

2024-01-28

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