18° Capítulo - Não mexa na minha menina

Lentamente os convidados vão embora, Marcelino tenta sair mais é impedido por um dos subordinados, Francisco encara o seu filho irritado.

— Por que não querem deixar ele sair? — Francisco pergunta com desdém.

— O chefe quer conversar com ele — Carlos responde sem demonstrar sentimentos.

Arthuro se aproxima com cautela, ele sabe que alguma coisa iria acontecer com Marcelino e provavelmente não envolvia Francisco.

— Senhor Francisco como é bom te ver, enquanto Guillermo conversa com seu filho, vamos tratar alguns assuntos, sobre o meu futuro como chefe da família Episoto.

Francisco range os dentes e apenas concorda, ele não gostava de saber que o sucessor da família Episoto seria apenas um mestiço, sem falar nada Francisco segue Arthuro para o escritório.

Carlos começa a andar e Marcelino o segue até o porão, ao adentrar seus olhos paralisam em Guillermo.

Guillermo está sentado tomando um gole de whisky, acende um cigarro da a primeira tragada e solta fumaça alguns segundos depois.

— Senta — Guillermo ordena.

Marcelino senta na frente de Guilhermo que balança a cabeça para Carlos fechar a porta.

— Marcelino vamos esclarecer algumas coisas — Guillermo fala apagando o cigarro no cinzeiro.

Guillermo abre uma gaveta com vários categorias de alicates e facas bem afiadas, Marcelino observa sem demostrar nenhuma reação de medo ou raiva , embora ele já sabia que Guillermo iria fazer algo contra ele.

— O que você quer esclarecer? — Marcelino pergunta.

— Como você ousa marcar a minha noiva? — Guillermo pergunta pegando um alicate pequeno.

— Como é? — Marcelino responde sua pergunta com outra.

— Você marcou a minha noiva, por que fez isso?

— Ela deu-me um tapa, não queria marca-la, apenas lhe dar uma lição.

— Apenas lhe dar uma lição? Quem você pensa que é para querer lhe dar uma lição? Se ela lhe deu um tapa é sua obrigação reportar o acontecido e não marca-la.

— Desculpa não foi minha intenção — Marcelino responde.

Guillermo se torna mais frio ao ver a declaração cínica de Marcelino, embora Guillermo quisesse o punir, ele não poderia fazer tal ação, mas ele não poderia deixar que essa situação passasse e Marcelino tentasse algo de novo.

— Carlos — Guillermo fala com autoridade — manda esquentar o ferrete, já que o Marcelino gosta de marcar mulheres, vamos marca-lo permanentemente com o símbolo dos Montenegro, assim ele vai pensar duas vezes antes de encostar em alguma moça comprometida.

Marcelino observa o subordinado se afastar, embora ele não queira demonstrar o quão apavorado está, suas mãos começam a suar frio, ele já havia ouvido dizer que embora Guillermo fosse um bom chefe e não usasse muita violência para resolver os assuntos pendentes, ele sabia que Guillermo não tinha piedade quando assunto é maltrato de mulheres e crianças, Guillermo era frio o suficiente para torturar a pessoa por horas sem ter um pingo de remorso.

— Você está blefando né? — Marcelino pergunta suando frio.

— Você acredita mesmo que eu iria blefar, com um assunto serio desses? — Guillermo pergunta com indiferença — mesmo que se a Izabelle não fosse minha noiva, você não tem direito de machuca-la.

— Senhor está tudo pronto — Carlos responde ao adentrar da salinha.

O ar está tão pesado, Guillermo sorri de lado ao ver o olhar desesperado de Marcelino. Embora Guillermo quisesse mesmo deixar uma marca em Marcelino ele não faria tal ação.

Guillermo também sabe que se ele faz algo sem consultar os outros membros da família, ele pode acabar com a paz entre as famílias.

Carlos vem com um ferro que na ponta tem um formato de M. Marcelino observa eles aproximando-se e o desespero toma conta dele.

— Guillermo não faça isso — Marcelino tenta parecer calmo.

— Hum! — Guillermo resmunga pegando do ferrete — deixarei a marca bem visível, Carlos segura-o eu vou marca-lo no rosto.

O subordinado segura o rosto de Marcelino com um pouco de força, Guillermo vai se aproximando lentamente e Marcelino fecha os olhos já pensando na dor e na vergonha que será a ele e sua família.

— Tem sorte de ser eu e não o Arthur, se não essa hora você já estaria morto e enterrado — Guillermo fala se afastando — dessa vez deixarei passar, mas não pense ser por sua causa, não se atreva a tocar no que não é seu, porque se não na próxima não serei tão tolerante, levem o daqui.

Carlos segura Marcelino e o arrasta para fora, Guillermo se ajeita a sai do escritório vai até à sala da sua casa onde Izabelle está acompanhada do seu pai e sua governanta.

— Desculpe a minha ausência, tive que resolver um pequeno problema — Guillermo fala — fiquem para um cafezinho?

— Obrigado Guillermo — Bento responde — deixaremos para a próxima, amanhã cedo tenho trabalho, preciso descansar, mas se a Ize quiser ficar é só levá-la em segurança para casa.

Izabelle sorri timidamente, ao se aproximar dela, Guillermo espera uma resposta da mesma.

— Talvez devêssemos deixar para outro dia — Izabelle responde carinhosamente — já está tarde, vou acompanhar o meu pai, nos vemos depois?

— Sem problema querida — Guillermo responde.

Izabelle da um abraço em Guillermo e o mesmo deposita um beijo na sua testa e fala com a voz rouca.

— Até brevê.

Izabelle e seu pai sai da casa dos Montenegro, esse dia foi longo e exaustivo.

Regina, observa o filho com cautela, ela pega um cigarro e acende da a primeira traga e solta a fumaça.

— Você corrigiu Marcelino? — Regina pergunta sentando na poltrona elegantemente.

— Dei um susto nele — Guillermo responde — embora minha vontade fosse de marca-lo, não poderia fazer tal ato e colocar em risco uma guerra entre as famílias, não precisamos quebrar os acordos assim.

— Você fez certo, mas acredito que Marcelino não parará por agora, temo que Izabelle corre perigo, precisamos tirar a família Episoto o mais rápido do poder italiano.

Guillermo olha para sua mãe, ele sabe muito bem o que sua mãe quer dizer, ele estremece ao pensar que Arthuro assumiria a família Episoto a qualquer momento.

— Bom — Guillermo argumenta — primeiro vamos focar em meu casamento, depois focaremos no noivado de Arthuro.

— Você já pensou em uma noiva para ele? — Regina pergunta ascendendo outro cigarro.

Guillermo geme baixo ao se lembrar da conversa que teve com Arthuro por esses dias e hoje mais cedo.

— Arthuro me pediu para conversar com o concelho sobre uma moça — Guillermo responde.

— Você já conversou com o concelho a respeito da tal moça? — Regina pergunta apagando o cigarro.

— Não, eu não posso correr o risco do Arthuro não assumir compromisso com a moça ou fazer só por capricho — Guillermo fala olhando para a janela — e eu também temo pela vida de Izabelle com a escolha que ele fez.

— O que Izabelle tem haver com a escolha de Arthuro?

— A moça a qual Arthuro escolheu é Maia Fernandez.

Regina range os dentes só de imaginar seu filho casado com aquela moça, mal caráter e maldosa, Regina percebeu que as Fernandez são pessoas muito falsas e intrometidas, ela não gostou nem um pouco da idéia.

— Guillermo você sabe que Arthuro é caprichoso — Regina responde irritada — eu não gostaria de ter nenhuma das Fernandez como nora.

— É mas se ele estiver realmente disposto a se casar com ela, teremos que apoiar — Guillermo responde a pegar um copo e despejando uma bebida dentro.

— Bom, se ele realmente for se casar não vamos nos opor, eu marcarei um encontro com essa moça — Regina fala com um sorriso de lado e Guillermo se encolhe — deixarei algumas coisas bem claras para ela, aí nos veremos se ela vai ter pique para fazer parte da nossa família.

Guillermo continua encolhido, quando sua mãe da esse sorriso de lado, alguma coisa ela vai fazer e nem sempre o resultado é bonito. Regina se levanta da um beijo no rosto do seu filho e fala indo em direção as escadas.

— Chega de beber por hoje, tome um banho e vá dormir, temos muitas coisas para resolver amanhã.

Guillermo apenas concorda com a cabeça, realmente sua mãe estava planejando algo, ele toma sua bebida em um gole só e vai em direção ao seu quarto.

Arthuro que estava escondido ouvindo a conversa sai da sombras e começou a pensar.

" Então Guillermo não falou com os anciões da família, tecnicamente ele continue solteiro"

Um sorriso maligno surge em seus lábios, ele não iria desistir de infernizar a vida de Guillermo e Izabelle, ele com certeza se casaria com Maia, mesmo que eles não aprovassem, Arthuro já pensou em como fazer eles cederam ao seu casamento.

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