Bento volta prestar atenção túmulo da sua esposa, ele não queria pensar que os rumores realmente fosse verdadeiros.
— Por que eu não choraria por ela? — Bento pergunta — lamento por sua perda também.
— Eles eram amantes, eu já desconfiava que o Guido tinha uma amante, quando o acidente aconteceu, só confirmou minhas suspeitas.
— Não ouse falar que minha mulher era amante do Guido, ninguém sabe o que acontece naquele maldito acidente.
— Não seja tão ingênuo Bento — Patrícia fala jogando a rosa preta no túmulo — já era de se esperar, uma mulher que vivia como a sua, não seria diferente.
Ao falar isso Patrícia simplesmente se vira e some do campo de vista. Bento não queria acreditar no que acabará de ouvir.
Ao chegar na fazenda havia alguns conhecidos, Izabelle estava na cozinha acompanhada de Lupi, ela não falou uma só palavra desde que recebeu a notícia da morte de sua mãe.
*
Os dias passaram e os rumores sobre a traição estavam circulando no povoado, cada vez era uma fofoca diferente, Bento evitava sair para que as pessoas não o olhasse como se fosse um pobre coitado que perdeu a mulher para o melhor amigo, mas hoje ele realmente precisa sair, embora não se sentisse a vontade.
— Guadalupe — Bento a chama saindo do escritório.
— Chamou senhor?
— Sim, estou indo no povoado resolver algumas coisas — Bento fala pegando as chaves do carro — arrume a Izabelle e a manda para a escola, e por favor retire minhas coisas o meu quarto e coloque no quarto de hóspedes.
— Sim senhor, algo mais?
— Sim, tudo que for da falecida guarda no quarto e depois tranca e esconde as chaves.
Guadalupe apenas concorda com a cabeça, embora ela já ouviu muitos rumores sobre a traição, ela sempre defendia a honra de Maitê.
Izabelle está da janela observando seu pai sair com o carro, depois do ocorrido ele tem ficado bem pouco com a menina.
Abraçando seus joelhos ela fica olhando o movimento, desde o acontecimento Izabelle tem se trancado dentro do quarto, não sai nem pra comer direito.
— Ize — Guadalupe fala batendo na porta.
— Pode entrar Lupe — Izabelle responde limpando as lágrimas.
— Querida, seu pai pediu para que eu te mandasse para escola.
— Não quero ir para a escola — Izabelle fala voltando olhar para janela — as pessoas ficam me olhando eu não gosto disso.
— Izabelle você precisa ir para escola, vamos pelo menos hoje, lembre-se sua mãe está com você mesmo que você não a veja.
— Eu sinto saudades dela Lupe.
— Eu sei meu anjo.
Izabelle nunca foi de questionar as ordens dos pais, simplesmente vai até seu guarda roupa arruma seu uniforme, pega sua mochila e se arruma, Lupe trança seus longos cabelos e pede para o motorista à levar para escola.
Enquanto no povoado Bento encosta o carro na delegacia, ele quer descobrir o que realmente ouve naquela noite fatídica, ao adentrar da delegacia muitos olham para ele com pena.
— Que bom que veio Senhor Camargo — Soares fala — precisava mesmo fazer algumas perguntas.
— Doutor, o que o senhor descobriu? — Bento pergunta.
— Realmente com a chuva não tinha como saber, se o carro estava entrando ou saindo da cidade, mas dentro do carro havia duas malas com roupas masculinas e dentro da mala dois passaporte, um no nome do Guido e outro no nome de Rosália.
— Rosália?
— Sim, só que com a foto da sua esposa.
— Doutor isso não faz sentido — Bento fala cansado — o que mais?
— Ainda estamos investigando, é difícil saber sem testemunha o que de certo aconteceu.
— Doutor o senhor acha que estão falando é verdade? Minha esposa estava mesmo fugindo com o Guido?
— Olha Bento eu não posso afirmar nada, não posso dizer que sim e que não, mas o senhor não deve dar ouvidos ao que falam, já que o senhor convivia com sua esposa e a conhecia melhor que ninguém.
Guido apenas concorda com a cabeça, Soares pega uma pasta e fala.
— O laudo mostra que sua esposa morreu logo após o carro capotar, ela ficou alguns minutos viva, dificilmente sobreviveria ao acidente.
Bento pega os papéis e olha, apenas fica em silêncio, embora ele não acredita que Maitê poderia o trair, as pista a ponta para infidelidade.
*
Na escola Izabelle caminha olhando para o chão, algumas crianças se afastam dela pelo acontecido, ela se senta em um cantinho e fica ouvindo as crianças falarem sobre sua mãe.
— Olha quem resolveu dar as caras — Maia Fernandez fala.
— Por que voltou para escola? — Carlota pergunta rindo — você deveria sentir vergonha pelo que sua mãe fez.
— A minha mãe não fez nada — Izabelle enfrenta as duas irmãs.
— Não é o que dizem por aí.
Maia observa cautelosamente Izabelle, seu olhar é perverso, ao pegar a sua garrafa de suco, Maia jogo tudo no rosto de Izabelle, ridicularizando a menina.
Enquanto Maia fazia a maldade, as outras crianças observam caladas.
Izabelle pega suas coisas e sai correndo portão a fora, ela não entendia porque seus colegas estavam sendo tão mal com ela, mesmo com que falavam, ela acreditava na inocência da sua mãe.
*
Na fazenda Bento está pensando na noite do acidente, quando ele se lembra que a Lupe mencionou que Maitê havia trancado Rosália no quarto, mas ela nunca havia dito o motivo.
— Lupe — Bento a chama — você pode vir em meu escritório?
Lupe aparece em apenas alguns segundos.
— Lupe na noite do acidente — Bento fala — você disse que Maitê trancou Rosália no quarto, ela te disse o motivo?
— Não senhor, ela só disse que iria sair e que não era para deixar a senhorita Rosália sair do quarto, por quê a pergunta?
— Nada, você sabe onde a Rosália está?
— Na piscina, o senhor quer que eu a chame?
— Sim Lupe.
Bento está tão confuso com tudo que aconteceu. Rosália olha para a piscina com um sorriso no rosto, como sua irmã pode ser tão idiota ao ponto de entrar no carro do Guido, agora ela está morta e levará a fama de traidora.
— Senhorita Rosália — Lupe a chama — o patrão há quer no escritório dele imediatamente!
— Já estou indo — Rosália responde.
Ao se levantar da cadeira de sol, Rosália exibe seu corpo perfeito, ela está usando um biquíni minúsculo, nem parece que perdeu a irmã a poucos dias.
Rosália coloca uma saída de praia e vai até o escritório, ao adentrar Bento a encara incrédulo, com a Maitê pela casa ele já mais viu Rosália usar esses tipos de roupa.
— Você mandou me chamar? — Rosália pergunta com uma voz meiga.
— Sim, sente-se.
Rosália senta na cadeira, Bento olha para os papéis em sua mesa e começa um interrogatório.
— Rosália por qual motivo você estava trancada dentro do quarto?
— Porque a Maitê me trancou! — Rosália responde com indiferença.
— Você sabia que tinha um táxi do lado de fora da casa? — Bento pergunta olhando em seus olhos.
— Não — Rosália mente — por que eu teria que saber de um táxi depois das sete da noite?
— É isso que eu quero saber!
Rosália sabia o que realmente Bento queria saber, ela não poderia falar que sua irmã tinha a trancado no quarto para evitar que ela fugisse com o Guido, e que por conta disso Maitê está morta, Rosália sabia que se ela falasse a verdade as pessoas a culparia pela morte de sua irmã.
— Bento — Rosalia fala forçando um choro — eu nem sei como te dizer isso, na verdade mais cedo ou mais tarde você vai descobrir.
— Descobrir o que Rosália? — Bento pergunta irritado.
— Na verdade eu acabei descobrindo o caso da minha irmã com o Guido, eu ia te contar, mas a Maitê me trancou no quarto para que eu não te falasse nada.
Guido olha espantado para sua cunhada, que continua a chorar.
— Eu tentei a impedir de sair, mas ela me trancou e chamou um táxi, não pensei que ela pudesse chamar o táxi no meu nome.
Bento suspira cansado, ele se coloca em alerta, como Rosália sabia que o táxi foi pedido no nome dela? Ele não mencionou que alguém pediu um táxi no nome dela, Bento chama Lupe para entrar no escritório.
— Lupe foi você quem chamou o táxi? Ou a Maitê? — Bento pergunta e a mesma nega que não — então quem foi?
— Foi a senhorita Rosália que ligou para o taxista, a patroa apenas aproveitou a viagem — Guadalupe responde.
— Como ousa? — Rosália fala entre os dentes — ela está acobertando o que a Maitê fez.
Bento fica irado com a situação e manda as duas sumirem da sua frente, sua cabeça está a mil, ele nunca viu uma história tão mal contada como essa.
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Atualizado até capítulo 40
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