5° Capítulo - O tempo Passou

Nove anos se passaram e as investigações foram arquivadas por falta de provas, Izabelle estava prestes a completar vinte anos, a beleza da moça era surreal, pele clara dos cabelos loiros ondulados, olhos azul claro e algumas sardas espalhada pelo rosto.

Enquanto estava no colégio, Izabelle era uma aluna muito dedicada, sempre tirava boas notas e nunca se meteu em ser quer uma confusão. Seu pai tem tanto orgulho da filha, ele cumpriu com sua palavra, sempre que podia ia até a capital ver a filha.

*

Apesar de não fala muito sobre a colheita e a exportadora, Izabelle sabia que no ano passado com a falta de chuva, a colheita não foi tão produtiva. Mesmo depois de anos, ela sempre quis se dedicar a cuidar da empresa de sua mãe, assim ela se sentia mais conectada com ela.

Em seu quarto, Izabelle está terminando de montar o seu design para apresentação de amanhã, ela estava tão concentrada que só viu o celular tocar porque a tela acendeu, ela olha para o mesmo e vê o número do seu pai.

— Oi pai! — Izabelle fala deixando o desenho de lado.

— Oi minha filha — Bento responde — como estão as coisas por aí?

— Estão indo, um pouco atarefada, mas e a fazenda?

A ligação fica muda por alguns segundos, Bento solta um longo suspiro e continua a falar.

— Estão indo na medida do possível, creio que tudo irá se ajeitar.

— Pai se o senhor precisar de ajuda com dinheiro é só me avisar, a empresa pode fornecer para o senhor.

— Não querida, mas eu gostaria de pedir para depois que você fizer a apresentação, você venha para a fazenda!

Foi a vez de Izabelle ficar em silêncio, ela paralisa ao ouvir para retornar para o povoado, já havia se passado tanto tempo, ela nem pensava em voltar mais.

— Filha você está aí? — Bento pergunta e a ouve respirar fundo.

— Estou pai, bom se o senhor precisa que eu vá, daqui três dias estarei aí.

Eles conversam mais um pouco e encerram a chamada, Izabelle sabe que para o seu pai pedir para ela retornar algo grave está acontecendo.

*

Bento por sua vez dentro desse noves anos que se passaram, estava exausto e mesmo depois da morte da sua esposa não se relacionou com nenhuma outra mulher.

Agora ele estava lidando com tantos problemas, o último ano por conta da seca a colheita acabou indo de mal a pior, embora a exportadora dele estivesse indo bem, as terras a qual plantava estava quase infértil. Embora a empresa da sua filha estivesse prosperando ele não queria pedir dinheiro emprestado a ela e correr risco da empresa quebrar, ele estava tentando manter as rédias enquanto podia, mas as dividas não parava de chegar.

A campainha da casa toca, Lupe sai da cozinha indo atender, ao abrir a porta uma senhora muito elegante está a sua frente, ela está acompanhada de um belo rapaz.

— Posso ajudar? — Lupe pergunta sendo gentil.

— Claro, estou procurando Bento Camargo — a senhora responde educadamente — ele se encontra?

Lupe abre um sorriso de lado, o que será que essa senhora quer com o seu patrão?

— Claro — Lupe responde — como devo lhe apresentar para ele?

— Regina Montenegro.

Lupe assente e da passagem para que ambos entrem, Montenegro, esse sobrenome não é estranho, embora Lupe nunca foi de dar muita importância para as fofocas, mas já ouviu dizer que essa família se mudou a pouco tempo e que eles são donos de muitas propriedades na povoado e na capital, ela também ouviu dizer que eles até estavam de olha nas terras dos Camargos.

Lupe bate na porta do escritório, ela ouve um entre, lá está Bento afundado em documentos, sua cara é de poucos amigos, ele anda tão rabugento que nem parece o Bento alegre de quando Maitê era viva.

— O que foi Guadalupe? — Bento pergunta sem a olhar.

— Patrão tem uma visita — Lupe fala.

— Visita? Não estou esperando ninguém.

— Eu sei patrão, o nome da senhora é Regina Montenegro.

Bento finalmente olha para Lupe, ele já tinha ouvido falar dessa família, eles não era muito de se misturar, era raro as aparições deles pelo povoado. A curiosidade fala mais alto, e Bento fala deixando os papéis de lados.

— Mande entrar Lupe.

Lupe assente com a cabeça, não demora Regina adentra do escritório com elegância, ela observa atentamente cada detalhe do local, é um ambiente bem rústico, mas aconchegante.

— Desculpa lhe encomendar senhor Camargo — Regina fala.

— Imagine — Bento fala — por favor sente-se, aceitam uma água? Ou café?

— Não precisa se incomodar senhor Camargo.

Bento olha para ela, ele não consegue ler sua expressão facial, então decide pergunta.

— Como posso ajudá-la senhora Montenegro?

— Me chame de Regina — ela responde — bom eu me mudei a pouco tempo, estive andando pelo povoado o senhor é bem conhecido por aqui.

— Moro aqui desde minha infância.

— Sim, mas não é sobre isso que queria falar com o senhor, ouvi alguns rumores dizendo que o senhor tem uma filha, jovem suponho?

Bento olha para ela com mais interesse, o que a filha dele tem haver com a presença dela em sua casa? Bento se pergunta mentalmente.

— Sim, mas ela não mora aqui!

— Senhor Camargo não quero ser indelicada ou informal, mas eu gostaria de fazer negócios com o senhor, suas terras são muito valiosas e tem grandes potencial, eu poderia investir nelas com facilidade.

— Seja mais clara senhora.

— Eu quero que sua filha se case com meu filho.

Bento olha para ela incrédulo, ele já mais pensou em casar a filha dele por investimento, ele já havia pensado em começar arranjar um marido para ela futuramente, mas não agora.

— Por que eu faria isso? Eu nem conheço a senhora e sua família.

— Porque eu limparia honra da sua filha, o casamento é por contrato, ela não será obrigada a nada que ela não queira, no máximo ela só é obrigada a comparecer nos eventos em que meu filho tiver que ir.

Bento olha para o rapaz a sua frente, o sorriso sínico dele não o convence.

— Esse é o pretendente? — Bento pergunta com indiferença.

— Não, é para o meu filho mais velho, ele tem alguns negócios para assumir e ele precisa de uma esposa com urgência.

— E por que ele não veio com a senhora?

Regina começa ficar impaciente com toda essas perguntas, mas quem é que pode culpa-lo por estar curioso para saber quem é o rapaz.

— Meu filho está ocupado hoje, mas ele vira pessoalmente conversar com o senhor e com sua filha.

Bento suspira cansado, ela está esperando uma resposta.

— Olha eu não posso falar que aceito por ela, eu falarei para ela voltar para a fazenda, marcaremos um encontro com vocês, eu preciso saber se ela vai querer, não vou forçar minha filha se casar assim do nada.

— Sem pressa, mas lembre-se, quanto mais rápido melhor.

Regina entrega um cartãozinho para Bento, ele olha para o mesmo, guarda no bolso, ele estende a mão para senhora.

— Eu ligarei se ela for vir.

— Eu ficarei no aguardo.

Bento os acompanha até a saída, ele observa eles irem embora. Bento ouve barulhos de saltos as aproximando ao se virar seu humor piora de vez, Rosália esta vestida com uma calça de couro e uma micro blusa que realça seus seios.

— Quem era? — Rosália pergunta.

— Ninguém que seja da sua conta — Bento responde ríspido.

Rosália joga seus cabelos e sai rebolando, Bento já pensou por varias vezes por Rosália para fora da sua casa, mas ao mesmo tempo pensa que Maitê nunca faria isso, talvez Rosália nem tenha onde ficar, e também não tem como Bento saber, ele nunca foi de conversar muito com ela, mesmo depois da morte da esposa ele fingia que ela nem existia simples assim.

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