12° Capítulo - Os Montenegros

Guillermo olha para a pilha de documentos em sua frente, sua cabeça está explodindo com tantos problemas que ele precisa resolver, hoje é aniversário da Izabelle, mas ele não pode sair dos seus afazeres para passar o dia com ela.

Enquanto conversava com ela pela manhã, se sentiu um pouco relaxado, mas após desligar seu olhar se tornou frio, leve batidas na porta e a mesma se abre.

— Senhor Montenegro — a governanta o chama.

— Sim Juana — Guillermo pergunta se a olhar.

— Ernesto del Rel está na sala.

Por um momento Guillermo para o seus afazeres, se Ernesto estava ali algo grave aconteceu, ele quase nunca aparece, e hoje ele simplesmente apareceu na fazenda sem nem avisar que viria.

— Deixo o entrar Juana, e peça para ninguém me incomodar.

— Sim senhor.

Não demora Ernesto adentra do escritório, sua aparência é de senhor de idade, porém com cara de mal, no mundo da máfia Ernesto sempre teve a fama de ser impiedoso.

— O que devo sua ilustre presença aqui Ernesto? — Guillermo pergunta sendo direto.

Embora Guillermo respeita os anciãos da máfia, eles não gostam de ser tratados como senhores, chega até ser uma ofensa, os únicos que devem ser chamados de senhores é os chefes de família e o chefe da máfia, no caso Guillermo será tratado como senhor por ser o próximo chefe da sua família.

— Guillermo, soube que arrumou uma noiva — Ernesto comenta.

— Sim, e como manda nossas regras minha mãe está cuidando de tudo, ela já está a par das nossas tradições.

— Ela sabe o que nós somos?

— Sabe — Guillermo responde mentindo.

— Ótimo! Bom, mas eu não vim aqui para falar sobre seu casamento, Javier está pisando na bola, alguns dos meus espiões descobriu que ele está ajudando com prostituição de mulheres e crianças.

— Como é? — Guillermo pergunta irritado.

— Só espero que seu irmão não esteja envolvido nessa situação, é bom você resolver esse assunto, se não eu mesmo resolverei e não será nada bonito principalmente para sua família.

Javier é um dos subordinados da família Montenegro, ele já estava começando a dar trabalho ao se envolver com tráficos de mulheres, estava começando a surgir burburinhos que Arthuro poderia estar envolvido, Guillermo passa as mãos em seus cabelos irritado com a situação.

— Não se preocupa Ernesto — Guillermo fala tentando não demonstrar suas frustrações — eu irei resolver isso imediatamente, peço que seja paciente, Javier será julgado e terá a sentença dele e se meu irmão estiver envolvido será penalizado também como manda nossas leis.

— Ótimo.

Ernesto se levanta e vai embora, Guillermo olha atentamente para seu celular, disca o número de Arthuro.

— O que foi? — Arthuro pergunta.

— Se prepare iremos para Capital agora, reúne a família na sede.

— O que houve?

— Só faz o que estou mandando, eu quero resolver logo, para voltar o mais rápido possível.

*

Na sede da família Guillermo toma um gole de Whisky com um cubo de gelo e duas gotas de limão, todos estão reunidos, Javier está no centro e toda atenção é nele, que está ajoelhado e seu rosto inchado de tanto soco que levou, Arthuro esta observando a cena com atenção, ele sabe que para um mafioso a pior vergonha é estar diante dos outros após levar uma surra, esperando sua sentença de vida ou morte.

Guillermo pega sua arma engatilhada, por mais que odiava essa parte, ele teria que executar Javier, porque as leis da sua família deve ser seguido a risca, aperta o gatilho e o corpo de Javier cai no chão.

— Limpem tudo — Guillermo fala guardando a arma — já aproveitem e façam uma varredura, não quero nenhuma mulher ou criança nas boates a qual ele frequentava, se não limparem essa merda logo, vocês também pagaram com a vida, e o que aconteceu hoje aqui, seja uma lição para quem se quer pensar fazer uma besteira dessa, não pouparei balas.

Todos assente com medo, Guillermo olha para sua camiseta suja de sangue, ele sai da sede, troca de roupa, sua mãe e seu irmão estão no carro o esperando, ao adentrar Regina olha para Arthuro e fala.

— Francamente Arthuro foi por pouco que você não sai envolvido nesse assunto.

— Como eu iria saber? — Arthuro pergunta fingindo ser inocente — eu sei o quão desonroso seria estar do jeito que Javier estava, não envergonha minha família assim.

— É bom você tomar cuida — Guillermo responde guardando sua arma no blazer — Eles vão ficar de olho em você, por meia das dúvidas é bom você ficar sem aparecer por um tempo, pelo menos até o casamento, assim que resolvemos a minha situação, iremos arrumar uma noiva para você.

Arthuro acaba ficando emburrado, o carro começa a se movimentar, Guillermo olha para o relógio já estava se passando das cinco da tarde.

Ele pega seu celular e liga para Izabelle, ela demora um pouco para atender, ele começa ficar impaciente no último toque ela atende.

— Oi Guillermo — Izabelle fala arrumando os cabelos.

— Você já vai para o povoado?

— Sim, a Estelle veio me buscar.

— Tá bom se divirta.

— Você não vai né?

— Não vou te prometer, mas te compensarei depois.

Ao desligar o telefone Guillermo suspira cansado, a frustração vem em sua mente, hoje era o dia dele dar toda atenção para Izabelle, mas pelo ao contrário, ele teve que resolver sérios problemas, sua mãe percebe a frustração em seus olhos.

— Filho talvez seja melhor, quando chegarmos você ir encontrar sua noiva — Regina fala — não é bom que ela fique andando pelo povoado sozinha, vou pedir para Juana avisar uns dos nossos seguranças levar seu carro para o povoado.

— Talvez não seja uma boa ideia mãe — Arthuro fala se intrometendo na conversa.

— Cale-se Arthuro — Regina responde — Guillermo você tem que dar atenção a sua noiva, vocês só conversam pelo celular, é ideal que vocês saiam também, acredito que se tiver algo para resolver na família eu me encarrego de cuidar, e você Arthuro vai também, mas terá um segurança de olho em você, não quero mais problemas hoje.

Guillermo assente com a cabeça, pelo menos ele estava trocado, Arthuro não gostou muito da ideia de ter um segurança acompanhando onde ele for.

Guillermo olha pelo retrovisor o olhar de Arthuro, embora eles fossem irmãos, não se dão tão bem desde a morte do pai, Arthuro acabou ficando mesquinho e não se importa de ser maldoso, não se importa de machucar as pessoas ao seu redor. Guillermo sempre preferiu o manter por perto, do que deixar ele por conta própria, ele sabe que o irmão não é flor que se cheira, ao se aproximar do povoado a movimentação é grande, o carro encosta uns dos seguranças está encostado no carro de Guillermo.

— Obrigado — Guillermo fala pegando a chave — Mãe se precisar me ligue.

— Vai se divertir um pouco, eu posso resolver qualquer problema — Regina responde virando-se para Arthuro — e você se comporte ou eu mesmo lhe darei uma lição.

Guillermo começa andar pela multidão a procura de sua noiva, quando a vê fica imóvel como ela está linda, Izabelle usa um vestido florido seus cabelos estão presos por um linda trança embutida de lado, ele aprecia a jovem conversando com um rapaz e uma moça ao seu lado.

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