14° Capítulo - Segredo em família

Izabelle adentra da casa animada, ela deu seu primeiro beijo, foi tão bom e ao mesmo tempo excitante. As luzes da casa estão acesas, Bento e Lupe estão na sala esperando Izabelle, ao ver ela adentrar com um sorriso irradiante, começam a comentar.

— Acredito que alguém viu o passarinho verde — Bento comenta sorrindo.

— É realmente — Lupe concorda com seu patrão — a noite dela parece que foi boa.

— A noite foi ótima — Izabelle responde indo até às escadas — Já vou subir, até amanhã.

Ao adentrar do seu quarto cantarolando, a mente dela vagueia no beijo, ao levar a mão para tocar seus lábios, Izabelle percebe que está usando o casaco de Guillermo

Izabelle retira a peça com todo cuidado do mundo, ao embrulhar para sentir o cheiro do perfume do seu amado, uma arma cai no chão.

Seu coração começa a gelar, Izabelle observa o objeto caído no chão, ouve leve batidas na porta. Ela pega o objeto levando para o banheiro, esconde dentro do gabinete da pia, tenta acalmar seu coração, e sua respiração começa a se normalizar.

Lupe espera um pouco e sobe para o quarto de Izabelle, ela bate na porta e não houve resposta, entra no quarto e chama por Izabelle.

— Ize querida está tudo bem?

— Só um minuto Lupe — Izabelle responde — estou terminando de por o pijama.

Izabelle sai do banheiro vai até sua cama, arruma as cobertas, Lupe a ajuda.

— Aconteceu alguma coisa? Você estava tão alegre.

Izabelle olha Lupe, ela sabe que se falar sobre o objeto que escondeu, Lupe vai falar para seu pai e vão começar a ser contra o casamento.

— Por que pergunta isso? — Izabelle responde se deitando.

— Nada querida.

— Lupe o que você achou da família Montenegro?

Lupe finalmente para de arrumar a cama e olha calorosamente para Izabelle, ela não achou que a moça fosse pedir a opinião dela.

— Achei uma família muito educada, a senhora Regina é uma mulher elegante, mas ao mesmo tempo simples.

— E os filhos?

— O que vai ser seu noivo me pareceu um bom rapaz, mas o outro não gostei, achei ele um pouco egocêntrico e maldoso, porque quer saber minha opinião Ize?

— Nada de mais, vou dormir.

Lupe assente e sai do quarto, Izabelle pega o seu celular, abre no contato de Guillermo, observa por alguns segundos pensativa.

Ela achara estranho uma arma no casaco, o seu pai tem uma arma, mas fica escondida no escritório, nunca deixou tão avista das pessoas.

Seu celular acende a tela, ela vê o nome de Guillermo, seu coração dispara.

*

Guillermo encosta o carro em sua fazenda, olha atentamente para ver se está tudo bem, mas ao ver que seu blazer não está no carro seu coração gela.

Guillermo revira seu carro em busca da sua arma, mas não encontra, ele desce e entra como um furacão indo até seu escritório, se ele tivesse deixado a arma no carro da família, o motorista entregaria para Regina e a mesma colocaria em seu escritório, ao olhar tudo Guillermo não encontra a arma.

Regina desce a escada e vê a luz do escritório acessa, vai em direção e vê seu filho abrindo e fechando as gavetas a procura de algo.

— O que tanto procura querido? — Regina pergunta com interesse de saber o que o filho procura.

Guillermo se vira olha para sua mãe, volta a revirar as gavetas, com cuidado ele responde Regina.

— Minha arma, a senhora viu?

Regina olha atentamente para ele, ela se lembra que ao adentrar do carro, Guillermo colocou a arma por dentro da blusa do blazer.

— Querido — Regina o chama ele a ignora — Guillermo.

Ao ouvir seu nome, Guillermo finalmente olha para sua mãe, ela adentra do escritório.

— Sua arma você colocou dentro da blusa do blazer, você saiu do carro com ela.

— Mãe o casaco está com Izabelle — Guillermo responde frustrado — eu coloquei nela, quando estávamos a conversar, será que ela achou a minha arma?

— Filho cedo ou tarde você vai ter que contar a ela, se você a ama e quer passar os dias da sua vida com ela, você precisa ser realista e falar toda a verdade.

— A senhora tem razão, vou falar com ela, melhor ela saber por mim do que pela boca de terceiros.

Regina assente sai do escritório, Guillermo quer ter certeza que Izabelle está com seu blazer, disca o número dela, a moça atende no último toque.

— Ize? — Guillermo a chama.

— Oi Guillermo — Izabelle responde soltando um longo suspiro — está tudo bem?

— Sim, já estava dormindo?

— Não, estava me arrumando para deitar.

— A que bom, amanhã você gostaria de sair para cavalgar comigo? Tenho algumas coisas para te contar.

— Claro, que horas?

— No café da manhã, vou preparar algo legal para nós, te encontro na sua fazenda pode ser?

— Sim — Izabelle responde bocejando — Guillermo estou tão cansada, vou dormir.

— Certo! Ize antes de desligar, o meu casaco está com você?

— Sim, amanhã te entrego.

Izabelle solta um longo suspiro de frustração ao lembrar da arma escondida no gabinete, ambos desejam boa noite e desligam telefone, Guillermo sai do escritório aliviado.

*

Amanheceu Izabelle saltita da cama, o seu celular está cheio de mensagem da Estelle, curiosa para saber o que aconteceu entre ela e Guillermo. Izabelle trava o celular, coloca uma roupa para montar a cavalo, pega a arma com cuidado, leva até o casaco enrola e guarda numa mochila.

Izabelle desce as escadas, o seu pai sai do escritório, ao ver a sua filha, Bento sorri um pouco curioso para saber onde ela vai tão cedo.

— Já vai sair? — Bento pergunta.

— Sim, Guillermo chamou-me para tomar café com ele.

— Gosto desse rapaz — Bento comenta.

Izabelle observa o seu pai, realmente Guillermo é um bom rapaz, ao sair da casa o seu cavalo já está selado, ao montar ela carecia a crina do cavalo, começa a cavalgar até a entrada, Guillermo está a esperar por ela como combinado.

— Bom dia Guillermo — Izabelle fala ao se aproximar.

— Bom dia! Preparei algo especial para você.

Os dois cavalgam em direção a fazenda dos Montenegro, ao adentrar ao invés de irem em direção a casa, Guillermo a guia para o fundo da fazenda, onde fica a lago, tem um pano forrando o chão, algumas guloseimas e um lindo café da manhã preparado especialmente para Izabelle.

Guillermo desce do cavalo, vai em direção a Izabelle e ajuda ela descer, a leva até o pano, os dois se sentam e observa os patos e cisnes nadando na bela manhã.

— É tudo tão lindo — Izabelle comenta.

— Você nunca esteve aqui? — Guillermo pergunta.

— Não, os antigos donos não era muito de se misturar, eles eram muito reservados, quase nunca vinham para cá.

O silêncio paira sobre eles, Izabelle olha para bolsa e se lembra da arma, ela olha para suas mãos trêmulas, ela pega a bolsa com cuidado e fala.

— Ontem na hora que cheguei em casa, eu fui guardar seu casaco, uma arma acabou caindo do mesmo, eu peguei enrolei está dentro da bolsa.

Guillermo olha para Izabelle e percebe que ela presta atenção em suas mãos, será que ela ficou medo da arma disparar?

Izabelle finalmente consegui encarar Guillermo, toma coragem e pergunta.

— Por que você anda armado Guillermo?

Agora é a hora, não dá mais para esconder, pensou Guillermo.

— Izabelle — Guillermo começa a fala — tenho uma coisa importante para te contar, e vou entender completamente se você não quiser se casar comigo.

Izabelle assente com a cabeça, suas mãos começam a soar frio, Guillermo olha em seus olhos e fala toda a verdade.

— Minha família faz parte da Máfia, eu sou o sucessor do meu pai, mas para que eu possa me tornar o chefe da minha família eu tenho que me casar.

— Você é um mafioso? — Izabelle pergunta espantada com a confissão do rapaz.

— Sim, por isso você não me vê andando por aí, quando eu saio geralmente tem alguns subordinados ao redor, para que nada aconteça comigo ou com minha família.

Izabelle segura a mão de Guillermo e sorri.

— Não importa o que você é, nos fizemos um acordo eu não vou voltar atrás.

Guillermo sorri, então ele torna a falar.

— Certa vez, eu estava na capital em uma doceria esperando receber uma carga, quando um moça entrou na doceria, eu nunca me esqueci de como ela era genuína e bonita, um rosto tão delicado, olhar inocente eu me encantei pela jovem, no balcão a senhora já sabia o que ela iria pedir, um pedaço de bolo de nozes com creme de avelã, a moça passou por mim e nem me notou, eu fiz de tudo para encontrá-la.

— E você achou? — Izabelle pergunta curiosa.

— Sim, ela está em minha frente.

Izabelle sorri com a confissão do rapaz, ela vagamente lembra-se desse dia, certa tarde ela entrou na doceria da sua avó um pouco apressada, viu um rapaz de longe, mas não deu muita atenção, por isso ela tinha a sensação de que já havia visto Guillermo.

— Izabelle.

Guillermo a chama colocando sua mão no queixo da moça, fazendo os seus lindos olhos azuis o encarar.

— Eu te darei um ano, para que você se apaixone, caso isso não aconteça, eu lhe darei a sua liberdade.

— Você também se apaixonaria por mim Guillermo?

Houve um breve silêncio. Mal sabe ela que Guillermo se apaixonou na primeira vez que a viu na doceria.

— Sim — finalmente Guillermo responde — toma seu café, não é bom ficar de estômago vazio.

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