Os dias se passaram Izabelle e Guillermo conversavam todos os dias pelo celular, realmente Izabelle acreditava que algum dia Guillermo poderia se apaixonar por ela.
Como de costume Izabelle levanta e vai fazer sua higiene matinal, hoje era um dia muito especial, ela estava completando vinte anos. Enquanto escovava os dentes olhava para o celular esperando uma mensagem ou ligação de Guillermo. Quando toca ela imediatamente atende animada.
— Bom dia — Izabelle fala guardando sua escova
— Alguém acordou feliz — Guillermo responde, ele gostava de saber que Izabelle estava feliz — hum como você está?
— Muito bem e você?
— Estou bem, hoje você esta fazendo aniversário, parabéns.
— Obrigada, vamos nos ver hoje?
Um breve silêncio se fez, Guillermo queria poder passar o dia todo com ela, mas não poderia, se abrisse essa exceção poderia perder seus privilégios ou acabar expondo Izabelle ao perigo.
— Talvez mais tarde, não é certeza — Guillermo responde e percebe o desapontamento da garota — mas eu tenho um presente para você.
— É mesmo? O que?
— Tem uma encomenda te esperando na doceria do povoado, está no nome de Ize Camargo é só retirar, depois você me diz o que achou.
— Tá bom, você já precisa ir?
— Sim, se precisar manda mensagem, hoje não poderei ficar atendendo ligação.
— Tá bom, tchau.
— Até breve, feliz aniversário Ize.
Assim que a ligação se encerra, Izabelle está um pouco desapontada, ela esperava que Guillermo fosse voltar atrás, mas não simplesmente mudou de assunto.
Já na mesa seu pai senta e fica em silêncio, Izabelle acaba se incomodando com a falta de ânimo do pai, será que ele esqueceu o aniversário dela? Com um olhar pensativo Lupe adentra com um bolo cantando parabéns.
— Você pensou que nós iríamos esquecer? — Bento pergunta sorrindo — parabéns minha filha.
Izabelle sorri e assopra as velinhas, seu pai lhe entrega uma caixinha ao abrir ela fica com os olhos cheios de lágrimas, era um solitário com lindas pedras de safira, era de sua mãe.
— Eu dei esse anel para sua mãe quando noivamos, ela me falava que quando você completasse vinte anos ela te daria.
— Obrigada papai.
— Calma que ainda falta o meu.
Bento fala entregando uma caixa um pouco maior, ao abrir os olhos dela brilham, é um lindo vestido florido.
— É tão lindo, obrigada papai.
Eles ficam por um bom tempo, até a Lupe está na mesa conversando com eles, o momento estava tão favorável até a chegada de Rosália na mesa.
— Os criados agora se sentam a mesa com os patrões? — Rosalia pergunta se sentando.
— A Lupe não é uma criada — Bento responde ríspido — ela sim é da família.
Izabelle levanta a sombrancelha, ela não vê a hora da sua tia realmente sair da vida deles, mas parece que ela é uma sangue suga, não solta de jeito nenhum.
Então Izabelle se lembra que precisa ir na doceria, ela se levanta abraça seu pai, deposita um beijo em se rosto.
— Preciso ir no povoado, querem alguma coisa? — Izabelle pergunta.
— Não — Bento fala — é bom você sair, esses dias ficou só dentro de casa, você e o Guillermo deveria aproveitar essa noite e ir na festa que vai ter lá.
— Talvez sim.
— Ize — Lupe a chama — será que você pode passar na igreja e falar com o padre por mim?
— Claro, mas o que é para falar?
— Apenas pede ele uma lista para poder começar fazer a arrecadação para o orfanato, a festa do Povoado vai ajudar.
Izabelle apenas concorda com a cabeça, pegas as chaves do carro e vai para o povoado.
*
Ao chegar ela vê como as pessoas estão animadas para o evento dessa noite, encosta o carro, muitas pessoas a encara curiosos, ao adentrar da doceria, ela se lembra que sempre sua mãe passava por lá comprava seu bolo favorito.
Izabelle caminha até o balcão, observa vitrine apetitosa, uma senhora se aproxima e pergunta gentilmente.
— Bom dia! Posso lhe ajudar?
— Bom dia! — Izabelle responde — eu vim apenas buscar uma encomenda no nome de Ize Camargo.
— Claro só um momento.
Do outro lado uma moça ouve a conversa, mas parece não acreditar no que está vendo, faz tanto tempo que ela não vê Izabelle, ela se aproxima e fala.
— Não pensei que fosse te encontrar de novo.
Izabelle olha confusa para moça na sua frente.
— Desculpe, mas quem é você? — Izabelle pergunta Curiosa.
— Não se lembra de mim? Também a última vez que nos vimos foi a nove anos atrás, me chamo Estelle.
Ao ouvir esse nome Izabelle sorri, é lógico que ela não iria reconhecer a melhor amiga, já que ela está bem diferente.
— Quando você chegou? — Estelle pergunta.
— A pouco dias, mas e você? As coisas aqui parece que não mudaram nada.
— Estou bem, realmente não mudou nada.
A senhora volta até o balcão com uma caixa embrulhado em papel de presente.
— Agora estou no meu horário de trabalho, te vejo na festa do povoado? — Estelle pergunta.
— Sim — Izabelle responde anotando seu número em um papel — me manda mensagem, tchau Estelle.
— Tchau Ize.
Ao sair da doceria Izabelle foi para a igreja falar com o padre.
Quando criança Estelle morava no orfanato da cidade, praticamente todos os dias Maitê a pegava no orfanato e levava na fazenda para brincar com a Izabelle, mas após sua morte, Izabelle simplesmente foi embora e Estelle acabou ficando só, então a senhora Yolanda Pérez dona da doceria, não poderia ter filho, decidiu adotar Estelle e deu uma boa educação a ela, então uma garota que não tinha nome, aos poucos se tornou uma pessoa importante.
Embora Estelle tivesse uma boa educação, ela decidiu ficar no povoado por enquanto e ajudar sua mãe adotiva nos negócios da familia, e assim tem sido seus dias.
Izabelle adentra da paróquia, ela vê o padre terminando de dar o seu sermão, quando acaba ela se levanta e vai até onde ele está.
— Benção padre — Izabelle fala de cabeça baixa.
— Deus te abençoe, como você está diferente cresceu bastante — Padre Antônio fala.
— O senhor se lembra de mim?
— Como esquecer? Toda vez que a Guadalupe vem na igreja rezar por você, é tão bom ver que você está bem!
— Sim, seu padre como está o orfanato? Lupe pediu para que eu pegasse uma lista com o senhor.
— Há minha filha, está ruim, temo que se continuar do jeito que está, teremos que fechar as portas.
— Mas e as crianças?
— Vão ser realocada.
Izabelle sente um aperto no coração, o padre entrega a lista para ela, que lê atentamente.
— Não perca as esperanças padre — Izabelle fala — vamos dar um jeito, irei providenciar tudo que está na lista.
Izabelle volta para o carro e começa a dirigir, o celular dela toca, ela atende e coloca no viva voz.
— Alô — Izabelle fala.
— Oi Ize — Guillermo fala — te atrapalho?
— Não, só deixa eu encostar o carro — Izabelle responde parando o carro no acostamento.
— Tá bom.
— Pronto, pode falar.
— Está indo para sua casa?
— Hum hum, deixa eu chegar em casa e te ligo, a estrada é meia perigosa.
— Tá bom, quando chegar me retorna.
Izabelle desliga e volta a dirigir pela estrada ruim, ao chegar na fazenda para o carro e Chico vem até ela para guardar o carro.
— Chico — Izabelle o chama.
— Sim senhora?
— Preciso que o senhor vai atrás de tudo que está nessa lista — Izabelle fala pegando uma grande quantia da sua bolsa — Não poupe gasto, e se faltar algo pegue e me avise para que eu lhe dê mais dinheiro.
— Sim senhora.
— Assim que comprar tudo que está na lista, leve para o orfanato do povoado.
Chico apenas assente com a cabeça, Izabelle pega caixa com sua encomenda, ao abrir a porta ela vai direto para sala, abre o embrulho e vê um pequeno bolo, ela corta um pedaço e come, sorri imediatamente com o gosto, ela pega o celular e ligar para Guillermo que atende no terceiro toque.
— Foi mais rápido que eu imaginei — Guillermo fala — você não estava correndo né?
— Não, quando você ligou eu já estava perto da fazenda, aí aproveitei para conversar com o capataz.
— Entendi — Guillermo parece curioso mas não quis perguntar.
— Como você sabia? — Izabelle pergunta mudando o assunto.
— Sábia o que?
— Eu amo muito bolo de nozes com creme de avelã, minha mãe comprava sempre pra mim, me fez lembrar dela.
— Que bom, fico feliz, como foi seu passeio no povoado?
— Foi bom, encontrei uma amiga do tempo da escola, também fui na igreja falar com o Padre sobre o Orfanato.
— Orfanato?
— Sim, eles vão fechar e as crianças serão realocadas, não posso deixar isso acontecer, pedi para o capataz comprar tudo o que eles precisam, meus pais sempre ajudaram os órfãos.
— Isso bom — Guillermo fica em silêncio e torna a falar — eu preciso ir.
— Tá bom, eu posso ir na festa do povoado? Minha amiga Estelle me convidou.
— Tá cuidado bom passeio, se precisar me ligue.
Izabelle desliga e sorri, volta a comer o bolo que está uma delícia.
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Atualizado até capítulo 40
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