20° Capítulo - Boa viagem então

Izabelle sai do café acompanhada de Regina e ambas tomam destinos diferentes, até agora ela está a tentar entender o que foi que acabou de acontecer, quando está para entrar no carro, seu celular toca ao olhar na tela, observa o número de Guillermo imediatamente ela atende.

— Oi! — ela fala fechando a porta carro — como vai?

— Estou bem e você? — Guillermo pergunta.

— Estou bem, acabei de encontrar sua mãe, ela estava a falar com Maia Fernandez.

— Hum! Ize eu estou indo viajar a negócios.

Um breve silêncio se faz, Izabelle suspira e pergunta.

— Não é nada perigoso ou é?— Izabelle pergunta com uma angústia no peito.

— Ah! Minha menina não se preocupe — Guillermo responde a mudar o assunto — em alguns dias estarei de volta.

— Promete que você vai se cuidar Guillermo?

— Eu prometo, mas agora eu preciso ir, se eu ficar incomunicável não se preocupe, darei um jeito de entrar em contato com você.

— Tá bom, tchau.

— Até breve minha menina.

Assim a ligação é encerrada, Izabelle olha para o celular com o aperto no seu coração, embora Guillermo tenha prometido que iria ficar bem, um mal pressentimento estava dentro de Izabelle.

*

Ao retornar para sua casa Maia estava indignada com o encontro que teve com Regina.

Maia adentra da cozinha com todo o ódio do mundo, Carlota está na mesa revendo alguns documentos, ao perceber o mau humor da sua irmã pergunta cautelosamente.

— O encontro com a Montenegro foi tão mau assim?

— Aquela velha humilhou-me, ainda teve a audácia de querer comparar-me com a sem sal da Izabelle, eu sou muito melhor que a vadia da Izabelle.

— Maia você sabia que não seria nada fácil cair nas graças da senhora Montenegro, mas se você quiser fazer parte da família deles, sugiro que você tente se aproximar da Izabelle, no noivado já deu para perceber que ela é a queridinha de todos.

— Eu recuso-me ter que receber ordens daquela sonsa, acredita que a Regina Montenegro levou Izabelle para o nosso encontro, quis-me comparar com ela várias vezes, dizendo que eu tenho que me vestir decentemente, que quando a Izabelle se casar terei que obedecer-lhe, porque ela é a dona da casa.

Carlota segura o riso para não irritar mais a sua irmã, Patrícia adentra da cozinha dando um sermão em sua filha.

— Você deveria ter usado uma roupa mais decente mesmo, embora Arthuro não ligue se você anda quase pelada pela rua, a senhora Montenegro presa por uma boa veste, educação de qualidade, se quiser conquista-la deixa de ser uma imbecil.

— Mais mãe... — Maia choraminga, mas é interrompida.

— Não tem mais! Seja sabia, se quer ser uma Montenegro não seja infantil, use a cabeça, não seja tola de agir por impulso, quando você se casar com o Arthuro, pensaremos num jeito de você se tornar a esposa do chefe da máfia, então não seja tonta a ponto de jogar tudo por água a baixo.

Maia apenas abaixa a cabeça, é muita humilhação ela ter que se rebaixar para Izabelle.

*

Na fazenda Montenegro Regina encosta o carro, ao ver Guillermo descendo com uma pequena mala em sua mão. Regina se aproxima do filho com uma certa preocupação.

— Já está a ir Guillermo? — Regina pergunta o encarando.

— Sim, preciso descobrir o que aconteceu com a mercadoria dos Russos — Guillermo responde educado — cuide de tudo por aqui.

— Você está a levar sua arma e um dos subordinados com você?

— Sim!

— Ótimo, você já avisou a Izabelle que está a sair de viagem?

— Não, na verdade, não queria preocupar-la com assuntos da família.

— Só avise que você irá viajar, não entre em muitos detalhes, não a deixe no escuro, Izabelle ficara muito preocupada se não saber onde você estiver.

Guillermo apenas concorda e adentra do carro, com um aceno se despede da sua mãe.

Regina adentra da casa e percebe que está muito silenciosa, começa a procurar por Arthuro, mas não encontra.

— Juana — Regina chama a empregada — Juana.

A mesma aparece no meio da sala com a cabeça baixa.

— Chamou senhora? — Juana pergunta olhando para o chão.

— Sim, levante a cabeça para conversar — Regina adverte.

— Desculpa senhora, precisa de algo?

— Sim, onde está Arthuro?

— Acredito que no quarto dele, ele disse que não queria ser incomodado.

Regina sorri e despensa a empregada, sobe as escadas indo em direção ao quarto de Arthuro, ela da leve batidas e o chama, mas não obtém respostas.

Ao abrir a porta vê que o quarto está vazio, ela desce as escadas indo em direção ao escritório de Guillermo ao abrir a porta, vê Arthuro sentado na cadeira de luxo lendo um livro.

— O que faz no escritório do seu irmão? — Regina pergunta.

— Lendo, lá fora é muito barulhento, aqui é uma paz — Arthuro responde com indiferença.

— Conversei com a moça.

Arthuro tira a sua atenção do livro e encara Regina, pelo tom de voz dela, Arthuro sabe que sua mãe não aprova seu relacionamento com Maia.

— O que achou dela? — Arthuro pergunta.

— Uma vulgar — Regina responde — tem certeza que quer se casar com ela? A roupa que ela estava hoje mostrava muito seu corpo, ela parecia uma garota de programa.

— Mãe!

— Verdade meu filho, não posso discordar que ela é bonita, mas não sabe se colocar, ela teria que usar roupas mais reservadas, não acho que ela seja apropriada para você.

— Mas e se eu gostar dela?

— Então não vou me opor.

— Ótimo eu vou me casar com ela, não se preocupe mãe, eu a colocarei nas rédeas, de uma chance a ela.

Regina apenas assente com a cabeça, talvez realmente Arthuro se apaixonou pela moça, embora se tentasse se opor contra séria inútil, então o único jeito é aceitar que pode ser que Maia acaba fazendo parte da família.

Arthuro estava irritado, como Maia é tola, ele passou-lhe as instruções e mesmo assim ela não seguiu, ele pega o seu celular e no quarto toque ela atende.

— Arthurito — Maia fala com a voz melosa.

— Fale direito — Arthuro a adverte — tem o que no lugar do cérebro? A minha mãe é uma pessoa difícil e você não colabora, por que não usou roupas que cobrisse o corpo? Não sabe que não deve deixar nada a mostra?

Maia apenas geme baixo, já não bastava o esporro que levou da sua mãe, agora Arthuro também chamava sua atenção.

— Desculpa-me — Maia fala chorosa — não pensei que a sua mãe não fosse gostar da minha roupa, não vai se repetir, irei comprar roupas novas.

— Ótimo, espero que você entenda que para isso dar certo você tem que se comprometer, se não eu me caso com outra.

Maia engole a seco, quando ia responder Arthuro desligou a chamada, ele torna a pegar o seu livro e ler, se tudo der certo em breve Guillermo não estaria mais em sua vida e ele seria o chefe dos Montenegro.

*

Na sua casa Izabelle vai para o seu quarto, ela volta a trabalhar no seu projeto, mas ainda continua com o coração apertado, embora tentasse transparecer que tudo estava bem, ela não conseguia parar de pensar em Guillermo.

Cada minuto ela olhava para o seu telefone esperando por uma mensagem ou uma ligação, mas nada aconteceu, frustada e cansada ela decide ir tomar uma água e tentar se distrair, ele nem disse onde estava a ir.

— Você parece preocupada Ize — Bento comenta ao ver a filha desanimada.

— Não é nada de mais, o Guillermo precisou viajar de última hora — Izabelle responde — só estou preocupada com medo dele se machucar.

Bento eleva os olhos até onde a sua filha está, embora ele saiba o que Guillermo é, será que a sua filha também sabe? Ao observar a preocupação de Ize ele apenas decide deixar para lá.

— Logo ele estará de volta querida — Bento fala — por que não aproveita esse tempo para sair com as suas amigas ou até mesmo ir para capital?

— É acho que vou convidar a Estelle para irmos comprar algumas coisas para o casamento e talvez ver meu vestido de noiva.

— Isso, tenho certeza que Guillermo ficará bem.

Bento acaba se sentido um pouco culpado por mentir para a filha, ele sabe que se Guillermo não disse onde foi, é porque provavelmente tem alguma coisa envolvendo a máfia.

Após algumas horas arrumando sua mala, o celular de Izabelle toca, ao olhar para tela é um número restrito, meia receosa em atender ela aceita a chamada

— Quem está falando? — Izabelle pergunta.

— Como é bom ouvir a sua voz — Guillermo fala do outro lado da linha.

— Guillermo? Por que me ligou em restrito?

— Aconteceu um probleminha com a mercadoria de um dos meus clientes, então tenho que evitar usar meu número.

— Hum entendi e você já chegou no seu destino?

— Vou pegar o avião agora, mas antes de ir, queria só ouvir a sua voz.

— Agora que está ouvindo como se sente?

— Muito bem! Queria poder abraça-la também.

— Quando você voltar poderá-me abraçar o bastante.

Guillermo solta uma gargalhada leve, só de conversar com Izabelle ele já se sente bem.

— O que vai fazer enquanto eu estiver fora? — Guillermo pergunta.

— Quero ir para Capital, tenho algumas coisas para resolver por lá, ir numa loja de noiva e comprar algumas coisas para nosso casamento.

Guillermo continua a sorrir, ele nem acredita que ela realmente aceitou se casar com ele.

— Isso é bom, você precisa sair um pouco, pedirei para um dos subordinados te acompanhar de longe, todo cuidado é pouco.

— Tá! Bom.

— Senhor tudo pronto — uma voz grave fala.

— Você precisa ir nê? — Izabelle pergunta tristonha.

— Sim, quando eu chegar lá entrarei em contato com você, até breve minha menina.

Assim a ligação se encerra, um vazio profundo surge em Izabelle

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