17° Capítulo - Bella Izabelle

Após dar atenção alguns dos convidados, Izabelle e Guillermo finalmente se sentam e vão comer algo e apreciar o show.

Izabelle, está pensativa, ela nunca viu a expressão de Guillermo mudar que nem agora pouco, foi logo depois deles cumprimentar Francisco e Marcelino.

— Está tudo bem? — Guillermo pergunta ao perceber que Izabelle parece distante.

— Quem era aquele senhor e o rapaz que você conversou agora pouco?

Guillermo se remexe incomodado, ele percebeu as olhadas de Marcelino para sua noiva, ele sabe que uma hora ou outra Izabelle vai saber quem são todos que estão em volta do Guillermo.

— Francisco é o chefe da máfia italiana — Guillermo fala num tom mais baixo — e o rapaz que o acompanha é filho dele.

— O que eles fazem em terras mexicanas?

— Minha mãe é italiana, ela e o meu pai conheceram-se quando eram jovens num evento grandioso, o meu pai apaixonou-se pela minha mãe, mas eles não poderiam se casar, já que ambos eram rivais declarados.

— Mas como eles acabaram ficando juntos? — Izabelle pergunta curiosa.

— Fizeram um acordo de negócios, minha mãe poderia se casar com meu pai, mas caso ela tivesse filhos, um deles teria que assumir a família Episoto, no caso o meu irmão.

— Mas isso não faz sentido algum, o sucessor do Francisco não teria que ser o filho dele?

— Tecnicamente sim, mas minha mãe era a sucessora do meu avô, quando ela se casou com meu pai, eles selaram um acordo, assim que minha mãe tivesse filhos independente se fosse homem ou mulher, o segundo filho assumiria o lugar que lhe é de direito, então quando o Francisco morrer o filho dele não assumirá o posto de chefe e sim meu irmão.

— Você e seu irmão são os escolhidos desde sempre?

— Na verdade nós não temos escolhas, crescemos sabendo que um dia iríamos ter que assumir nossas responsabilidades, foi nos ensinados todos os costumes da máfia italiana e mexicana, é isso que deixa o nome dos Montenegro mais forte, por sermos a única família que terá dois chefes mafiosos.

Izabelle sorri com a situação, quando ela pensa que a situação não pode piorar, fica pior do que ela imaginava, máfia italiana? Só de pensar em Arthuro sendo um chefe da calafrios, o jeito como ele é deixa qualquer pessoas desconfortável.

— Eu preciso ir no banheiro — Izabelle fala.

Guillermo apenas assente com a cabeça, enquanto Izabelle se afasta, ele decide dar um pouco mais de atenção para os convidados.

Guillermo conversa com alguns dos convidados quando Ernesto e Francisco se aproxima dele com drinks na mão.

— Guillermo — Francisco fala animado — a sua noiva é tão bella quanto o nome.

— Obrigado Senhor Francisco.

— Que isso meu jovem, nós somos família antes dos negócios, você tem bons olhos iguais ao do seu pai.

— Realmente, espero que o Arthuro arrume uma noiva mais bonita que a sua, o que eu acho difícil — Ernesto comenta.

Os comentários estão deixando a desejar, mas seria muito rude se Guillermo os ignorasse.

*

Ao sair do banheiro Izabelle esbarra em alguém, ao levantar sua cabeça ela consegue ver os olhos negros de Marcelino, ele não esboça nem um sorriso.

— Me desculpe — Izabelle fala tentando sair, mas é impedida.

— O que você faz aqui desacompanhada? — Marcelino pergunta irônico — O Guillermo realmente confia nesses mafiosos.

— Tenho certeza que o banheiro masculino fica do outro lado — Izabelle rebate.

— Quando a tia Regina ligou dizendo que o Guillermo iria se casar, eu pensei que ele havia desistido da ideia de se casar com uma mera moça do povoado, mas vejo que ele acertou precisamente, o que você fez para amarrar ele? Dever ser tão boa, é uma pena que não lhe conheci antes, mas caso um dia vocês se divorciem ou tragicamente o Guillermo morra, eu estou disponível.

Antes de pensar duas vezes, Izabelle da um tapa no rosto de Marcelino, o mesmo passa a mão e seu rosto, seu olhar está ilegível, ele segura os pulsos da jovem e a chacoalha.

— Como ousas me bater? Você tem noção de quem eu sou? — Marcelino pergunta irritado — vou te ensinar bons modos Izabelle.

— Solta ela...

Izabelle eleva os olhos para voz fina em sua frente, ela encara Regina por alguns segundos.

Regina está a observando a cena com cautela, embora fosse um noivado, qualquer erro custaria a vida de um deles, Marcelino rapidamente solta os braços de Izabelle se recompõe e se vira para encarar Regina.

— Endoidou de vez Marcelino? — Regina pergunta se aproximando de Izabelle — quer desonrar a sua família? Onde já se viu aborda a noiva desse forma, se deixar marcas nela você já sabe o que pode lhe acontecer, Guillermo não é tão tolerante quanto parece.

— Ouve um grande mal entendido aqui — Marcelino comenta.

— É o que eu espero, volte para perto do seu pai, você não está no seu território e sim no meu, não seja estupido.

Marcelino apenas assente e some, Izabelle suspira aliviada, ao olhar para os seus braços as mãos de Marcelino ficaram marcadas nela, o terror se faz em seu olhar, Regina percebe a inquietação da jovem.

— O que houve querida? — Regina pergunta.

Izabelle não diz nada, apenas mostra os braços marcados, Regina fica irritada com o que vê, ela pega o celular manda uma mensagem para seu filho, é melhor ele ver isso agora, antes que Izabelle saia no meio do povo.

Guillermo chega em frente ao banheiro, ao olhar Izabelle ele aproxima-se com cuidado, as bochechas de Izabelle estão vermelhas.

— O que houve mãe? — Guillermo pergunta.

— Izabelle mostre os braços para ele — Regina fala ficando ao lado dela.

Izabelle mostra seus braços marcados, estão bem vermelhos e é bem claro que a mão que apertou usou força, Guillermo suspira irritado, isso não é bom, quem ousa marcar a sua noiva assim? Guillermo passa as mãos no seu cabelo, ele estava irado, ele começa a andar de um lado para o outro pensativo.

— Quem foi que lhe fez isso? — Guillermo pergunta — não precisa ter medo, não irei fazer nada aqui.

Izabelle parece pensativa, embora ela não tenha feito nada de errado, tinha medo de ser julgada como a sua mãe foi.

— Conte-me Izabelle, quem teve audácia de marcar-lhe dessa forma?

Izabelle olha para Regina, buscando algum conforto, a mesma balança a cabeça concordando para ela contar tudo para Guillermo.

— Foi... Foi... — Izabelle começa a gaguejar — foi o Marcelino.

— Aquele bastardo, isso não ficará assim, tem como cobrir? — Guillermo pergunta.

— Tem filho, não se preocupe deixe comigo.

— Quantas horas teremos que continuar o noivado?

— O jantar já será servido, mas antes precisa fazer o pedido — Regina responde.

— Esconde essa marca dos braços dela, e assim que terminaram nós faremos os pedido, as câmeras da casa estão funcionando?

— Sim — Regina responde — as daqui de fora grava som também, pede para um dos subordinados ver as gravações.

— Guillermo — finalmente Izabelle fala — não faça besteira, ele foi rude e eu o provoquei dando um tapa em seu rosto.

— Mesmo assim, ele teria que ter reportado e não lhe marcado.

Izabelle abaixa a cabeça e apenas assente, ela sabe que não deve interferir nos assuntos de Guillermo, ele se vira e vai em direção a uns dos seus subordinados.

Regina pega uma base e passa onde ficou marcado, ela deixa tão perfeito que nem parece estar com marcas de dedos nos braços de Izabelle.

Guillermo está na sala de segurança vendo o vídeo, ele vê o exato momento em que Izabelle está preste a sair do banheiro e Marcelino fica parado para que ela trombe nele, ao ouvir todo o diálogo o sangue de Guillermo ferve com o que o rapaz fala para sua noiva, com certeza esse tapa foi pouco ele merece muito mais, pensou Guillermo.

— O que vamos fazer senhor? — um dos subordinados pergunta.

— Por enquanto nada Carlos — Guillermo responde — depois que alguns convidados forem embora, resolvemos isso, prepare o porão.

Carlos assente com a cabeça, Guillermo volta para o lado de fora, ele sorri ao ver Izabelle, a música para ele estende a mão para ela, que recebe de bom grado, a ajuda subir no palco com todo cuidado, lhe entregam um microfone.

— Boa noite familiares, Amigos e companheiros — Guillermo fala — eu gostaria de agradecer a todos vocês por estarem nesse momento tão especial para mim e para Izabelle para oficializarmos o nosso compromisso.

Guillermo se ajoelha como um cavaleiro, tira do seu bolso uma pequena caixa de veludo preta, ao abrir tem um lindo solitário de diamante.

— Izabelle Camargo — Guillermo fala mostrando a caixinha — Você aceita ser a mulher da minha vida? Mãe dos meus filhos? A senhora dessa casa? Casa comigo?

Todos estão em silêncio, Izabelle estende a mão e sorri ao responder.

— Sim.

Guillermo se levanta e abraça a levanta do chão e a gira, os convidados batem palmas e o jantar é servido. Algumas pessoas os cumprimenta e de longe Izabelle vê o sorriso zombeteiro de Marcelino, Guillermo percebe que a mesma ficou tensa e olhou em direção, Carlos se aproxima e fala baixo só para Guillermo ouvir.

— Está tudo pronto.

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