Todos ficaram chocados com a atitude de Henrique e ele, simplesmente, riu, pegou um pedaço de bolo grande, com a própria mão e saiu comendo. Luana levantou o rosto do bolo e limpou-o com as mãos, vendo que estava muito suja. Não conseguia sequer enxergar o próprio bolo e começou a chorar.
Ela não tinha medo de Henrique, das surras que ele lhe dava, dos puxões de cabelo e nem de quando apanhava aprendendo a lutar. Mas sujar o seu rosto, cabelo e roupa, com aquele glacê que não saía, na frente de todos os convidados que agora riam dela, era uma humilhação que ela não suportou.
Desceu da cadeira onde estava de pé e correu, escorregando em um pedaço de glacê e caiu sobre si, de cara no chão, mais irritada ainda, ela ficou e além dos olhos, toda ela, ficou azul. Natália, notando, pegou a filha no colo e correu com ela para o banheiro mais próximo.
— Pronto, filha, se acalme, está tudo bem, vou ajudar você.
Natália pegou uma toalha de rosto e abriu a torneira de água quente molhando a toalha e assim foi tirando o glacê que estava impregnando o rosto da menininha e em suas mãos.
— Por quê, mamãe, por quê ele faz isso comigo, o que eu fiz pra ele?
— Nada, querida, você não fez nada, ele é um bobo. Deve ter ciúmes da atenção que a Luna dá a você.
— Mas eu nem peço, mãe. Ela que dá.
— Eu sei filha, eu sei.
Natália conseguiu limpar seu rosto e suas mãos, mas ainda tinha glacê no cabelo e no vestido, por isso, ela deixou a menina ali e foi até o quarto buscar outra roupa.
Não satisfeito, Henrique sabia onde mãe e filha estavam e só estava aguardando que elas saíssem. Quando viu Natália sair, aproveitou a oportunidade e entrou no banheiro. Olhou para a menina e viu que os cabelos dela ainda tinham glacê.
— Eita, que nojeira, tem que lavar esse cabelo!
Ele pegou o pote de sabonete líquido, colocou um bocado na mão e espalhou no cabelo dela fazendo a maior lambança. Depois com a própria mão, jogou água e espalhou mais fazendo bastante espuma. O sabão caiu no olho da menina que começou a gritar que estava ardendo e ele começou a rir.
— Para, Rique! Me ajuda, tá ardendo meu olho.
— Aqui não tem chuveiro, vem cá, chega mais perto.
Ela, querendo se livrar logo do sabão no olho, se aproximou dele e ele segurando a ducha sanitária espirrou na cara dela, piorando a situação.
— Pára, Rique, pára! — gritava ela, chorando e saltitando no lugar.
Ele continuou espirrando água nela e molhando-a toda, tirou o sabonete do cabelo dela mas em compensação ele se espalhou por toda a roupa. Até que Natália entrou no banheiro e viu aquela cena grotesca. Como eles não notaram que ela havia entrado, ela rapidamente saiu e chamou a Luna para ver o que seu filho estava fazendo.
Quando a Luna entrou no banheiro e viu a bagunça que Henrique estava fazendo e como Luana chorava por causa do sabão no olho, sua raiva foi intensa. Ela pegou o filho pela orelha e o suspendeu; tirando-o dali, levou até a porta dos fundos e deu-lhe um pontapé no traseiro que o lançou longe.
— Cuide dessa peste de filho que você criou, não quero ele dentro de casa hoje e nem você.
Depois disso, a Luna pediu aos servos que mandassem todo mundo embora, a festa havia acabado. Foi ajudar Natália a cuidar de Luana e depois que limparam a menina e vestiram, colocaram ela para dormir. O dia que deveria ser tão feliz para ela, se tornou uma triste recordação.
No dia seguinte, Elias e Natália tomaram uma decisão: não morariam mais na casa do Alfa. Precisavam só conversar com o casal de líderes e voltariam para sua casa; voltariam a vida modesta que tinham antes, pois não podiam continuar deixando Luana a mercê de Henrique, que estava cada vez mais forte e mais implicante.
— Viu, Túlio, o que deu a educação violenta que você deu a nosso filho? Agora eu fiquei sem o bem mais precioso que recebi nos últimos anos. Eles vão embora e levarão Luana e sabe-se lá que educação que ela terá e quando é que eu vou poder vê-la novamente. Você não vai entrar no meu quarto durante um mês e se não passar minha raiva, ficará fora da minha cama durante um ano.
— Mas a culpa não é minha, desde que Luana chegou, que ele age assim com ela, não é minha culpa.
Enquanto o Alfa tentava demover a sua Luna de deixá-lo fora de sua cama, Henrique ouvia e via tudo, oculto pelos cantos. Chegou à conclusão de que desta vez ele ultrapassou os limites e não poderia mais contar com a menina como sua defesa, teria que focar a violência em outro lugar, senão, seu pai começaria a achar que ele era um fracote.
Nos dias que se seguiram, Elias e Natália voltaram para o casebre e o tentaram arrumar da melhor maneira possível. Elias continuou trabalhando na guarda e Natália começou a trabalhar com as fêmeas da alcateia, na horta. Natália gostava de ir com ela e cuidar das plantas, mas também frequentava a escola em meio período.
Em uma dessas idas à escola, encontrou com Henrique e ele pediu que ela continuasse indo na arena para praticar a luta e aprender novos golpes.
— Por quê eu iria lá aprender a lutar com você, depois da vergonha que você me fez passar no dia do meu aniversário?
— Porque eu tô mandando, esqueceu que eu sou o futuro Alfa? Esteja lá amanhã, sem falta, assim que clarear o dia.
Ele falou e deu as costas, andando em direção a floresta e ela seguiu para a escola, sabendo que o suplício iniciaria no dia seguinte, novamente.
A verdade é que Henrique estava curioso com o tal brilho azul que emanava dela e a provocaria ao máximo, para que ela irradiasse aquele brilho e ele pudesse descobrir o que era.
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Atualizado até capítulo 70
Comments
Tânia Principe Dos Santos
luna fez bem. Túlio merece o castigo
2025-01-25
2
Maryna
TE AMO LUNAAAAA
2025-01-19
1
Taty
se sujar com o clacê de bolo é humilhação e as agressão que ela sofre com ele é o que carinho que a autora quer que a gente pense , pelo amor de Deus gente
2024-10-28
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