12 - O Pecado Mora Aqui Mesmo

Subimos e assim que fechei a porta, ficou um clima um pouco estranho. Zayn entrou, olhou um pouco em volta e depois olhou para mim, com aquele sorriso que me derrete.

“Então você mora aqui? Não imaginei que gostava das coisas assim…”

“Assim?”, o que ele está querendo dizer? Que eu fui rápida demais trazendo ele para cá? “Espera? Não é o que está pensando…”, tento me explicar.

“Não estou pensando nada, só não achei que gostasse tanto de coisas… coloridas.”, ele diz apontando para as almofadas do sofá, em cores neon e chamativas.

Solto o ar aliviada, após vou até o sofá, pego as almofadas e jogo longe.

“Pronto! Está melhor? É que esse não é meu apartamento, é da minha amiga e ela gosta de coisas chamativas e extravagantes.”

“Hummm… agora sim faz sentido.”, ele diz se sentando e após dá um tapinha no lugar ao seu lado.

Fico vermelha na hora e dessa vez não consegui disfarçar. Pelo jeito não foi uma boa ideia trazer ele aqui, acho que já fui pra cama com irmão demais… com os três não dá, né?

Mas agora seria tão estranho o expulsar daqui. Ele me deu uma carona e até empinou a moto para me alegrar.

Acabo me sentando ao lado dele, um pouco sem jeito. Olho fixamente para frente, porque o pecado mora ao lado, quer dizer, o pecado está bem dentro de casa mesmo, e a gente tem que segurar firme aqui pra não cair na tentação.

“Hamm… bem, então você veio da Itália…”, digo puxando assunto.

“Sim, da Sicília, você conhece?”

“Não, mas eu já fui a Itália.”

“Sério? E o que mais gostou?”

“Bem…”, faço força para me lembrar da viagem que fiz a Itália, mas não me lembro de muitas coisas, “Na verdade não visitei nenhum ponto turístico, ou fui em algum restaurante típico. Comi a comida do hotel e me desloquei de carro para alguns lugares, mas como sempre estava a trabalho, fiquei focada no meu notebook e não reparei em nada à minha volta.”

Digo tranquila e olho para ele, Zayn me olha de volta com pena e diz, “Então você nunca foi a Itália, ragazza.”

Fico em silêncio por alguns segundos, refletindo. Ele tem razão, eu nunca fui a Itália. Já fui a muitos lugares do mundo, mas nunca percebi nada ao meu redor.

Minha vida foi sempre cuidar dos interesses da empresa e olha agora o que recebi? Um belo chute na bunda.

“Ei, bela! Não fique triste, eu vou te levar na Itália. E vou te levar de verdade, viu? Vou te obrigar a comer tudo que tem de melhor por lá, vou te levar para conhecer todos os pontos turísticos e muito mais. Você vai ter o melhor da Itália e do italiano, no caso eu.”

Ele termina e sorri. Seu sorriso largo e despreocupado me fez morder meu lábio inferior, no exato momento fiquei imaginando o melhor do italiano.

“Sossega essa periquita, Daphne!”, penso, repreendendo a mim mesma.

No próximo segundo, comecei a pensar em como o Zayn é perfeitinho, ele é sexy, mas ao mesmo tempo fofo. Ele é sensível às minhas emoções e isso me assusta de um jeito bom.

“Ah… bem, você mal me conhece e já está me convidando para viajar para Itália com você?”, pergunto, um pouco desconcertada.

“Eu já te conheço, como não?”, ele diz, com as sobrancelhas unidas, “Você já dormiu duas vezes na minha casa, já te levei no seu trabalho e também na sua casa, como não nos conhecemos?”

Eu fiquei um pouco sem saber como reagir, na verdade ele está um pouco certo, nos já tivemos intimidade demais, acho que ele já até me viu nua e eu também já o vi nu…

Fico vermelha novamente, relembrando o que vi…

“O que foi? Você não está pensando em transar novamente?”

“O quê?!”, pulo do sofá, assustada. Esqueci que eu sou quase um livro pra esse garoto, parece até que ele lê a minha mente. Na verdade, ele faz eu me sentir humana, e não um robô como as outras pessoas que passaram pela minha vida pensam sobre mim.

“Não precisa se afastar, eu não vou atacar você.”, ele diz, sorrindo, “É que você faz essa cara aí…”

“Que cara que eu faço?!”, arregalou meus olhos.

“Você morde os lábios e fica me examinando com o olhar. Eu não estou te repreendendo, na verdade, gosto.”

Olho para os dedos dos meus pés, tentando não olhar para ele e digo, “Zayn… é… você sabe que eu tenho trinta anos, sou muito mais velha que você é…”

Ele se levanta a se aproxima de mim e levanta meu queixo, me fazendo encarar seu lindo rosto.

“Eu acho que você é linda…”

“Han?”, arregalo meus olhos, eu não me acho feia, mas... linda?

“Sim, bela. Você é atraente e engraçada, gosto quando me faz rir tentando parecer séria.”

“Eu sou séria, muito séria!”, digo, fechando a cara.

“Não é não, você é puro fogo, bella!”

Ele sorri com malícia pega na minha bunda, apertando com as duas mãos e me beija.

Devo pará-lo?