Por Naid
O barulho veio do outro lado da ilha, um estrondo tão forte e intenso que só poderia ser obra de Aspen, afinal, o que poderia causar tamanha dispersão de energia e som?
Pego em meu colo a Laine correndo na direção da origem do som, à medida que avanço, observo o céu e vejo aves voando para longe, enquanto uma luz surge iluminando aquele mesmo campo da floresta. Quando chego até lá, com a pequena em meus braços, não consigo enxergar. Seja o que for que esteja ali, é instável e volátil, não tem forma, um aglomerado de luz e massa que se distorce à medida que o tempo passa.
— Aspen? — grito.
E nada.
— Onde você está? — insisto.
E nada novamente.
Espera! “Aquilo” está reagindo...
“Aquilo” tenta manter o que parece ser uma forma um pouco distorcida. Nesse momento, percebo que ela reage ao som.
— Heliz, você pode me ajudar? Tive uma...
Onde está a Heliz? Meu corpo gelou por completo. Será que ela?... Ela fugiria com a sentença do Aspen? Se ela sumiu, significa que...
Caio de joelhos. Uma energia quente e uma angústia toma conta do meu peito e tudo que consigo fazer é chorar.
Tudo que passamos... tudo pelo que lutamos... não valeu de nada? Ele foi levado de mim, como se não tivesse significado nenhum?
Não consigo me mover e não sei nem mesmo o que fazer. Ele não queria isso. Mas sem ele vale a pena?
— CHEGA! ENTÃO ESSA BOLOTA PENSA QUE PODE DESTRUIR A ILHA E QUE NÃO VAI ACONTECER NADA? MEU PROPÓSITO É PROTEGER A ILHA E É ISSO QUE EU VOU FAZER — grito.
Coloco a Laine no chão, que reage se protegendo com uma bolha. Olho para a “coisa” depois observo que o local não tem nada que eu possa usar, só areia, água e pedras fracas e inúteis.
— Já sei. Tenho uma ideia do que fazer — digo.
Preparo-me para correr, talvez se eu tomar distância consigo ter um impacto direto com a “coisa”.
Mas só isso não resolve, tenho que ter uma forma melhor de ataque, sair da defensiva! Porém, no momento, correr é minha melhor opção.
Corro o mais longe possível, adentrando a floresta e saindo da praia. Eu arranco um cipó que estava no meio do caminho, aproveitando para prender meu cabelo com ele, na qual preso atinge meus quadris.
Agora consigo me concentrar no meu objetivo. Derrotar essa coisa!
— Tudo aquilo que possui massa e energia suficiente para se tornar volátil tem um núcleo, o centro, se atingir com força suficiente para ferir o núcleo, desestabiliza toda a estrutura — digo em voz alta.
Olho ao meu redor e a mata é fechada, porém, estou quase no final, tem colinas e montes aqui que darão uma visão ampla da praia, sendo a vantagem que preciso.
Próximo aos meus pés têm pedras duras e resistentes, e muitas árvores ao redor. Passo um bom tempo moldando uma ponta para uma lança, com calor e impacto sobre a pedra. Finalmente depois de um pequeno esforço, a ponta fica pronta.
— Vou te orgulhar Aspen — digo.
Com a lança já feita corro sobre a floresta, escalo as colinas e montes e chego ao topo. Consigo ver o estrago causado por “aquilo” árvores caídas, animais mortos, uma verdadeira catástrofe.
Afasto-me e pulo na tentativa de perfurar aquilo com o máximo de impacto possível.
Quando chego bem próximo, estou parada no ar, provavelmente é aquela coisa, que ainda resiste. Fico estirada no ar, com a lança apontada bem perto do alvo.
Não vou aceitar perder assim.
Uso meu dom para sair do meu corpo, meu espírito molda a superfície da lança e a percorro energeticamente. Quando estou quase atingindo ela... Parte de sua forma se molda em um formato oval oscilante que se torna o rosto de Aspen.
— Sou eu, Naid! — Ouço uma fala com uma voz trêmula e instável.
No mesmo instante, sou disparada de volta ao meu corpo, com o impacto ele é lançado mata adentro, percorrendo uma longa distância, enquanto fico perdida em meus pensamentos como sempre!
Graças aos céus, ele está bem. Mas como isso aconteceu? Preciso fazer algo mais o quê?...
— Cheguei na hora? — Heliz pergunta me segurando em pleno ar.
— Heliz! Mas... ONDE ESTÁ A LAINE? — indago.
— Que mãe eu sou? Esqueci da minha própria pequena! Será que ela está bem?
— Não precisa desse drama todo, ela está bem! — Heliz responde — A pentelha ficou soterrada, mas quem diria que aquela bolha resistiria a toda essa bagunça?
Parece que algo bom saiu de vocês dois! — completa.
— Como assim? — indago.
— Ela está segura, as minhas barreiras não são como a do seu guardião, mas eu sei usar a cabeça. — ela responde.
— Obrigada, eu fico te... — digo, mas sou interrompida.
— Nem termina. Corta esse papo sentimental, deixa isso para quando salvarmos o seu namorado daquela coisa — ela interrompe.
— O que quer dizer com “corta”?
— Significa que você deve parar de drama. Estou doida para destruir aquela “coisa”!
— Acabar com a “Coisa”? Heliz aquilo, na verdade, é o... — tento explicar.
Quando me dei conta, Heliz já havia partido para cima do Aspen.
Corro atrás dela para tentar a impedir. À medida que me aproximo logo para cima de mim, vejo Heliz flutuando, preparada para atacar sem poupar esforços.
Estamos distantes da praia, até chegarmos lá, consigo pensar no que fazer.
Talvez se eu tentar fazer outro caminho...
Tento ir através da mata, mas ela é muito densa, o que acaba me atrasando.
— Vou voltar! — digo.
...Volto pelo mesmo caminho até errar o passo e cair......
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Atualizado até capítulo 26
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