Por Aspen
Estamos nos preparando para voltar para água, Naid embala a pequena com uma manta que fiz de folhas de palmeiras.
Canalizei a energia necessária para mudar a minha forma física, Naid pula na água e a sua cauda com a da pequena aparecem como magia…
Após acumular energia pulo na água, nadamos até o fundo da lagoa, quando estamos submersos na região inferior da ilha, damos a volta e adentramos as cavernas onde as outras estão repousando sobre as rochas!
Eu entro primeiro e pulo da água, flutuando bem acima dela, faço as minhas pernas aparecerem numa entrada fenomenal.
As outras olham-me abismadas, as amigas da Naid, comemoram gritando meu nome “Aspen”!!, enquanto isso as outras que ainda não me conhecem olham-me maravilhadas, pois já ouviram sobre mim, porém nunca me viram!
— Venho sobre a companhia da Naid e sua pequena, peço que tenham cautela, pois se trata de uma pequena,muito poderosa, que sentindo-se ameaçada é capaz de matar sem esforço!
As outras ficam surpresas com o meu anúncio, muitas delas saem enquanto outras cochicham, questionando a veracidade do que eu disse. Algumas ousaram dizer: “Podemos confiar num espírito desse?” “Será verdade? Ele Não me gera confiança!”
Após isso, Naid aparece com a pequena nos seus braços, faço surgir uma plataforma de energia sobre a água, muitas das que estão na caverna, sussurram, questionando a razão daquilo... Logo Naid mergulha e reaparece com um salto magnífico, a sala é ricocheteada com uma energia branca enorme que faz todas se afastarem para trás e desviarem o olhar.
Naid aparece em pé sobre a plataforma e...
— Aonde está a Pequena? O que esse Espírito fez com ela? — uma delas resmunga.
Antes que digamos alguma coisa, a pequena aparece sobre a água flutuando, com pernas e os olhos abertos na cor púrpura da sua energia!
Todas maravilhadas, olham para ela sem desviar o olhar, muitas se aproximam, olham mais de perto, mas não ousam tocar e nem realizar movimentos bruscos.
— Então essa é a filha da tão falada Naid? A fêmea ousada, acompanhada por um espírito imundo incapaz de cumprir o seu próprio propósito?
Uma fêmea que estava oculta sobre a multidão das outras, aparece... Seus olhos são curiosos, um possui uma cor amarelada e a outra é azul turquesa, seus cabelos são médios, da cor azul ciano fluorescente!
Ela salta da água flutuando, porém, sua cauda não muda, o interessante é que ela tem muito potencial energético... Como não a notei com essa áurea?... Ela estava?... Oh céus!!! Então esse é o dom dela? ... Ela possui o dom espiritual elevado, capacidades aparentemente telepatas, talvez seja daí que vem o seu grande grau de arrogância.
— Quem você pensa que é? Se existe pureza nesse mundo, Aspen é um dos seres mais puros que existem! Seu potencial e sabedoria é superior a qualquer um como ele e até mesmo a seres inferiores como você que se acham grandiosos por conseguirem realizar apenas truques! — Naid se pronuncia.
— Você se acha a melhor! Mas sua mente é recheada de incertezas, inseguranças, medos e fraquezas emocionais, admito que tem potencial, mas é tão limitada que ao invés de trabalhar ele, gasta todo o seu tempo alimentando o seu ego e inferiorizando os outros para se sentir superior. — o meu único desvio foi me apaixonar, isso não é errado só não estava nos planos... Eu tenho controle do meu destino e o de Naid, eu tenho abertura para fazer o que for necessário para garantir que o caminho à leve para onde deve. E eu vou cumprir o meu propósito! Então não fique se achando por que você não tem moral para me julgar.
— “Blá Blá Blá”, o meu nome é Heliz, sou a fêmea mais talentosa em questão de potencial energético da colônia. Não tenho moral? Olha quem fala! Um Natsu, inútil igual a você que para conseguir o que quer, se intitulou um Deus e lançou pragas fazendo com que todos de ambas as colônias, passassem fome, se machucassem e até mesmo que alguns morressem? Eu posso ter defeitos, mas eu sou um ser carnal, estou nessa realidade para aprender e melhorar, já você é um ser espiritual superior, sem falhas, cujo único dever é não interferir e o que fez? Não só interferiu no destino da sua protegida, mas num cardume inteiro, no ambiente natural e no clima. Você é um ser fajuto e hipócrita, se eu fosse responsável pelas colônias não admitiria nada disso!
— Que bom que você não é. Gostaria de checar uma coisa... — argumento.
Levito até às outras e falo...
— Quando eu lancei as pragas, o que houve com você e as suas conhecidas?
— Nós ficamos assustadas e desesperadas, mas fugimos para uma enseada, lá surgiu sobre a água, comida e tudo o que precisava, nenhuma de nós se machucou ou feriu-se! — ela responde.
— Eu, minhas amigas e irmãs, fugimos para uma caverna numa ilha próxima, lá tinha tudo esperando por nós, todas ficaram seguras — disse outra.
— Todas bem, seguras e bem alimentadas! — disse outra ainda.
Falei com mais de 250 fêmeas, todas contaram relatos parecidos.
— Por fim, o que acharam das pragas? Você a representante delas diga... — digo.
— Eu e as minhas protegidas ficamos muito assustadas, porém eu admito que achei as pragas benéficas, você é um Espírito Guardião, o seu dever é proteger ela, eu e toda minha linhagem matriarca confia e seguimos o seu legado, após as pragas notei uma queda drástica, de ameaças espirituais na ilha, todos os recursos naturais foram perdidos, mas ocorreu fartura em dobro após as pragas. O Líder dos machos, ficou flexível e liberou todos de seguir completamente os seus propósitos — diz a Matriarca.
Heliz fecha seu semblante, demonstra raiva, frustração e rancor. A observo e penso em me aproximar para acalmar ela, porém ela reage...
— Se ninguém fizer nada, eu farei!
Ela levita, mas alto, os seus olhos brilham, seu cabelo, mais ainda, sua forma energética, é similar à de Naid, porém um pouco superior no quesito combate, onde o de Naid é mais destinado à defesa.
— Ela olha para mim e para a pequena, porém volta os seus olhos brilhantes para mim e dispara na minha direção...
Mudo para minha forma astral, onde fico extremamente poderoso e quase invencível e preparo-me para contra-atacar…
Em alguns instantes ela se aproxima, eu envolvo a Naid e a pequena, numa bolha de energia. E todas as fêmeas, se afastam e se protegem atrás de rochas, buracos e estalactites…
Isso tudo desvia a atenção de Heliz, que volta rapidamente seu foco a mim!
Ao chegar até mim, Heliz cria um objeto pontiagudo, fino e perfurante com a sua energia materializada, ela a mira na minha direção e golpeia o meu peito.
Demonstro dor, a minha feição muda e o meu peito se contrai, olho para Naid, que demonstra preocupação, mas ela não se desespera.
— Eu te amo!… — digo.
Sinto minha energia se esvair e minha estrutura desaparecer...
...Algum tempo depois......
O que está acontecendo... O quê?!...
As imagens se reformam. Reparo que apareço bem atrás de Heliz, poucos metros de distância de onde eu estava!
Preparo energia e me disparei até ela para um golpe certeiro e direto... Estou quase conseguindo…
Heliz levanta a cabeça! Se vira rapidamente, quando lanço a minha energia ela a devolve para mim...
Teleporto-me, aparecendo novamente na sua frente! A energia que devolveu, passa direto para uma das paredes e desaparece.
— Ataque inofensivo? — ela pergunta.
— Eu sabia que devolveria para mim — digo. — Você pretende de fato me atacar? — ela indaga.
— Não — respondo.
Ela fica surpresa, dispersa as suas armas energéticas e questiona...
— Por quê?
— Porque você perderia! — respondo.
Ela ri...
Levito mais alto e ergo a minha mão direita com a palma para cima e vou levantando-a, o corpo de Heliz trava e surgem linhas fluorescentes contornando as suas feições…
Movo-me bruscamente o braço para esquerda, na mesma intensidade o seu corpo acompanha o movimento. Após isso, realizei um movimento brusco para baixo, que a fez cair sobre as águas de “joelhos”...
Aproximo-me com frieza no olhar e ela diz:
— Por favor...
A sua feição procura misericórdia no meu olhar quando não encontra abaixa a cabeça...
Bem próximo a ela, ainda levitando digo:
— Onde está toda aquela arrogância? O seu problema é que ao superestimar suas capacidades acabam menosprezando os outros…
— Pouparei você, mas deve acompanhar eu e a Naid o tempo inteiro, quem sabe assim aprenderá a ter humildade e a se importar com os outros. Quando chegar o dia da minha morte, a sua sentença será também falecer e ressurgir como um Espírito Guardião, dotado de humildade, bondade e misericórdia e deverá acompanhar a Naid no fim da sua jornada.
Ela cede e diz...
— Como quiser! Sinto muito por subestimar você!
Abaixo o braço libertando-a, todas me olham com admiração e fascínio!
Em seguida, liberto Naid e a pequena.
— Vamos, temos coisas a fazer! — digo.
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Atualizado até capítulo 26
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