Por Aspen
Já faz alguns meses que estamos em terra, Dorizar não seguiu as minhas orientações, eu terei que voltar para enfrentar ele.
Caminho até Naid, ela está há poucos metros, então não demorou muito para chegar, onde percebe a minha presença e diz:
— Está na hora? — pergunta.
— Sim.
Naid levanta e ajeita o cabelo. O seu cabelo é longo e escuro, tem curvas e ondas em toda a sua extensão, por fim ela balança sua cabeça de um lado para outro rapidamente, seu cabelo balança e ela parece pronta para ir.
Corremos até a lagoa, não há necessidade de ir pelas árvores, pois não estamos longe.
Quando chegamos na lagoa, Naid mergulha graciosamente num mergulho de ponta, colocando as suas mãos juntas à frente do seu rosto, pula na água e quando está submersa, a sua cauda aparece.
Uso a minha energia e círculo ao redor do meu corpo, a minha energia da cor púrpura se dispersa das minhas mãos como a água entre os dedos.
Logo consigo ver as minhas pernas desaparecerem e se transformarem na minha cauda.
A cauda dos machos é opaca e acinzentada, isso é por quê por viverem nas profundezas precisam se camuflar. Mas a minha diferença é que ela é azul tão clara e translúcida como a cor do céu, ela é longa e termina em duas nadadeiras que parecem um tecido fino que se move com a água.
A cauda da Naid é belíssima, um rosa-claro, como de um flamingo, que ressalta sua personalidade delicada e misteriosa. Cheia de detalhes e desenhos, terminando em uma barbatana longa e maleável.
Nadamos pelo fundo da lagoa, passamos pelo buraco no fundo, que nos leva diretamente ao fundo da ilha, por fim trilhamos o caminho até a toca de Dorizar.
Ele está sentado sobre as rochas, está, mas fraco que dá última vez, magro, caquético e pálido, se fosse um macho comum não aguentaria.
— Que deplorável — digo.
Naid está escondida atrás das rochas pontiagudas ao redor da lagoa da caverna.
— Guardião, quanto tempo planeja permanecer com essa bobagem? — ele pergunta.
— Está disposto a ceder? — pergunto.
— É claro que não — ele responde.
— Então, não vou parar — respondo.
Sou rápido, reúno, mas energia, dessa vez a energia que pretendo reunir é tanta que fico fraco, mas isso não me impede. A minha energia púrpura se desprende do meu corpo, como uma fumaça negra e brilhante.
A energia se reúne e se espalha para a roda caverna, quando finalizo, faço o movimento de dispersão, o que faz a energia em um único movimento veloz, desaparecer sobre a caverna.
Um tremor surge, balançando essa enorme estrutura natural. Após alguns segundos vejo que a minha próxima praga já se instalou, como um parasita num corpo.
— Você tem um dia — digo.
— Não pode me matar, caso contrário nunca terá o que quer Guardião — ele diz.
— Quer tentar a sorte? — digo.
— Você tem 24 horas! — repito.
Em seguida, nado até a Naid, envolvo ela em meus braços, e reúno a energia necessária para o teletransporte para fora dali, começo a fazer o movimento para sair dali.
— Espera — diz Dorizar.
— Agora é tarde — digo.
— Por favor, guardião, eu imploro! — ele diz desesperado.
Há alguns meses, quando viemos aqui, Dorizar duvidou de meus dons. Ele não acreditava em quem eu era e qual a grandeza das minhas capacidades. A morte de Noah foi um teste, ele queria ter certeza de que eu não tinha controle de todas as situações.
Quando eu beijei a Naid, a sua energia se fundiu à minha, me prendendo na forma física. Na lenda, quando um Espírito Guardião está numa forma física, está fraco e vulnerável.
O que Dorizar não sabia é que eu estava na forma física devido à Naid!
Um NATSU só fica em forma física, quando morre e ressurge. A lenda não relata que caso seja necessário interferir podemos incorporar um corpo físico. Mesmo percebendo que ainda sou tão capaz quanto na minha forma astral, Dorizar não cedeu.
Não estava disposto a ser intimidado, ele se importava com o povo, mas seu orgulho o impediu de ser sensato, foi quando percebi que me restava ameaçar matar ele, Dorizar tem medo da morte.
— Pode ficar com a fêmea, estão livres, desde que retire as pragas — ele diz.
Reúno forças, preparando meu corpo para absorver toda energia que liberei. À medida que o tempo passa, começo a levitar, meus olhos fechados resguardam toda a tensão do meu corpo.
Finalmente a nuvem púrpura que rondava todo o oceano, começa a se prender sobre o meu corpo desaparecendo. Demora algum tempo para absorver tudo, mas quando acontece pouso sobre a água exausto. Acordo algum tempo depois sobre os braços de Naid, que me segurou esperando que acordasse.
Levanto-me e continuo...
Uma aura branca circula pela minha mão direita, então, eu mergulho sobre a água da lagoa e um brilho ilumina a mesma, alguns segundos depois, podemos ver cardumes surgindo sobre a água e correndo para longe da caverna de forma arisca.
— Pronto, retirei as pragas e restaurei a vida dos animais. Quanto a você, se comer vai voltar a seu estado saudável — digo.
— Espero que cumpra sua promessa. — completo.
— Sou um ser de palavra — Dorizar responde.
***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***
Atualizado até capítulo 26
Comments