Por Naid
Aspen está dormindo. É a primeira vez que o vejo enquanto dorme, normalmente ele não dorme e se faz eu não vejo.
Eu sinto-me ótima, dói-me pensar nisso, mas quando foi com Noah foi estranho, eu não gostei, talvez porque eu não o amava, mas com Aspen foi tão bom, sinto-me tão realizada.
Levanto-me da cabana com cuidado para não o acordar, caminho pela floresta até chegar em mata aberta, escondo-me e faço silêncio, aguardo com os olhos bem abertos.
Minutos se passam e não vejo nada, quando penso em desistir, avisto um cervo que vai até um arbusto e come das suas folhas, seguro firme a minha lança feita de madeira e pedra esculpida, preparo-me e a jogo com toda a minha força.
Acerto o animal em cheio, ele cai sobre o chão e emite alguns grunhidos, mas não oferece resistência, olha nos meus olhos, talvez procurando alguma piedade, quando percebe que não tem, ele se entrega e morre após sangrar através da lança que o atravessou numa enorme ferida.
Se pensar bem, é isso que o Aspen está fazendo, encurralando Dorizar, até que não ofereça resistência, quando ele olhar procurando misericórdia e vê que não tem, ele cederá a vontade de Aspen!
Após leve momento de reflexão pego uma faca presa a minha cintura, abro a barriga do animal e retiro as suas tripas, tiro a pele e retiro a carne comestível, carrego as partes que sobraram até a lagoa onde lavo a carne e descarto o restante dos restos.
Por fim, volto à cabana e acendo uma fogueira com uma técnica que Aspen ensinou. Faço com alguns gravetos uma base para colocar a comida, coloco a carne sobre o fogo e a asso.
Passando alguns minutos, Aspen acorda, se levantando, vem até a beira do fogo onde estou sentada.
— Bom dia, Linda.
— Bom dia, dormiu bem?
— Até demais, fazia tempo que eu dormia tão bem.
— Falando nisso, é a primeira vez que vejo você dormir.
— É porque normalmente eu só durmo quando você já está dormindo, acordando antes de você acordar.
— Sério? E o que lhe fez tão bem a ponto de você dormir como nunca havia dormido?
— É que uma mulher incrível passou ontem à noite lá na cabana e me deu uma das melhores noites da minha vida!
— Uma “Das Noites”? Qual foram as outras?
— O dia que o destino a colocou na minha vida, por exemplo! — ele responde sagaz como sempre.
Aproximo-me e o beijo. Ficamos abraçados por alguns minutos, até que sinto um cheiro diferente.
— A carne!
— Ah! Mas, porque ela está cheirando assim?
— Está queimando, tira ela daí Naid. —
“Queimando”?
Não faço ideia do que ele está dizendo. O que significa “Queimando”?
— Significa que ela assou demais e vai estragar se não tirar ela daí logo.
Retiro a carne do fogo e de repente sinto as minhas mãos ardem tanto que solto a carne que cai sobre o chão.
— Ahhhh — grito.
— Ah, céus! Naid você se queimou! — — Então isso que é queimar — falo chorosa.
Aspen segura as minhas mãos com uma das suas, com a outra ele faz um movimento circular, gerando um brilho da cor púrpura, após o brilho sumir vejo as minhas mãos curadas das queimaduras.
— Obrigada, amor.
— De nada linda.
Em seguida, pegamos a comida do chão e salvamos o que conseguimos, a maioria ficou preta e nada comestível, mas conseguimos salvar algumas coisas, pois havia muita carne!
Em seguida comemos, devo admitir que o gosto está horrível, acho melhor Aspen cozinhar da próxima vez.
— Está horrível!
— Eu gostei, isso dá um toque especial para carne. — ele responde.
Rimos juntos por alguns instantes e terminamos de comer, após isso deitamos lado a lado sobre o gramado.
Conversamos por horas, até escurecer. Por fim, observamos as nuvens que escurecem e dão espaço para as estrelas que iluminam agora o céu.
— Você acredita que o povo do mar está bem, amor?
— Você quer que eu diga o que eu acho? Ou o que realmente está acontecendo?
— A verdade.
— Estão bem! Só o Dorizar que não vai aguentar muito mais tempo.
— E as outras? Lorelei e as outras fêmeas?
— Estão abrigadas nas cavernas submarinas!
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Atualizado até capítulo 26
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