capítulo 19

Rei Muriel, ficou feliz com a partida do filho. Finalmente se veria livre dele, e poderia levar a Ivi novamente para o quarto.

Assim que Antônio atravessou os portões, ele mandou arrumarem o quarto dele, colocarem as coisas da Ivi novamente lá. Mandou os soldados levarem ela para os aposentos dele.

Ivi sabia, que não receberia mais a sua visita noturna, e teria que dividir a cama com o Muriel novamente.

A serviçal de sempre, foi até o quarto atender ela.

_ O rei me mandou para lhe dar banho, e arruma-la para se juntar a ele no jantar de hoje.

_ Ele nunca permite a minha saída, por que isso agora?

_ Ele deseja que esteja bem, e que de um filho a ele.

_ Eu não quero ter um filho dele. _ Ivi começou a chorar.

_ Eu posso ajudar você, mas nunca deve contar a ninguém que fiz isso.

_ Eu juro, jamais contarei.

_ Então não vai ter esse filho, apenas coma tudo o que eu trouxer a você. Mesmo que seja amargo.

_ Eu prometo que comerei tudo. Só não quero ter um filho dele. Ele é um monstro.

_ Eu sei, agora preciso que entre na tina, preciso preparar você.

Ivi obedeceu e entrou na tina. A mulher lavou os longos cabelos dela. E depois o corpo. Ela estava vestindo a Ivi quando o Muriel entrou no quarto.

_ Fico feliz em tê-la no meu quarto novamente. _ Ele a beijou. _ Não vou poder levá-la para o banquete de hoje. Chegou mais uma visita indesejada. Como se não bastasse a estadia do Antônio, agora outro. Mas, mandarei trazer uma boa refeição para você. Estava sendo mal alimentada, agora posso cuidar melhor de você. E para que saiba o quanto sou generoso, não tocarei em você essa noite.

Muriel beijou ela, e saiu. Ivi limpou a boca com a manga do vestido.

_ Quem é Antônio?

_ Filho do rei. Ele não gosta muito do filho. Ele esteve preso na mesma torre que você. Era amarrado aquelas correntes, submetido a torturas. O rei queria algo dele, mas não sei o que era. Ficou por muito tempo ali. Depois da morte da mãe, ele foi levado pelos avós para que crescesse no reino deles e se tornasse rei.

_ Se ele maltrata o próprio filho, porque quer ter outro?

_ Ele não quer o Antônio como rei daqui. E por ser único filho, e legítimo o trono é todo dele. Gosto de Peru?

_ Não sei, não lembro de ter comido.

_ Trarei fatias de peito para você. Eu mesma irei montar o seu prato.

_ Obrigada.

Ela terminou de arrumar a Ivi, e foi pegar comida para ela.

Ivi ficou sentada na cama, e lembrou da rosa. Ela havia ficado no travesseiro. Se o Muriel descobrisse aquela flor, ela estaria perdida.

Ivi teve um verdadeiro banquete no quarto. A serviçal levou uma variedade de carnes, frutas, pães, o melhor vinho, e um caldo.

_ Lembre-se, mesmo o gosto sendo horrível como. Isso evitará o seu problema.

_ Obrigada, eu farei.

_ Voltarei mais tarde, e lhe Trarei um pedaço de torta.

_ Obrigada.

Ivi comeu um pouco de tudo. Quando chegou na parte da canja, ela sentiu um gosto horrível. Tinha vontade de vomitar. Mas, comeu tudo. Melhor aquilo do que dar um filho ao Muriel.

Ela recebeu a sua visita diária.

_ Não se vire.

_ Como entrou aqui?

_ Segredo. Senti a sua falta, e vou sentir ainda mais por saber que não poderei aquecer você essa noite.

_ Infelizmente terei que dormir com o Muriel. Ele quer um filho, mas eu não quero um filho.

_ Farei algo que deixará ele impossibilitado de tocar em você por dias. Agora lembre-se que se ele tocar em você, olhe nos olhos dele. Mesmo que haja uma transformação.

_ Eu tentarei, prometo isso a você. Conseguirá voltar?

_ Prometo tentar, e se não voltar, receberá notícias minhas.

_ Poderia fazer algo por mim?

_ O que deseja?

_ Esqueci a rosa que me deu, dentro do travesseiro. Poderia pegá-la?

_ Sim, mas não deve guardá-la aqui. Pode ser encontrada.

_ Tudo bem, guardarei apenas na lembrança.

_ Quero que guarde todos os momentos que passamos juntos na cabeça. Pense em mim, estarei pensando em você. _ Ele beijou o pescoço dela, e saiu.

Ivi ficou imóvel.

Ela voltou a comer, e a pensar. A serviçal levou o pedaço de torta que havia prometido. Ela comeu, bebeu o vinho e foi preparada para dormir. Ivi deitou e a mulher saiu.

Muriel foi para o quarto, estava um pouco tonto. Achou aquilo muito estranho, pois não havia bebido tanto. E já deveria ter se recuperado. Ele nem tirou a roupa, da forma que estava vestido, ele caiu na cama.

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