capítulo 13

O rei voltou em seguida para o castelo. Ele trazia em mãos um presente. Antônio viu a passada do pai.

_ Majestade, aonde vai com tanta pressa?

_ Para os meus aposentos. Deseja algo Antônio?

_ E esse presente? Vai me dizer que arrumou uma nova pretendente.

_ Deveria arrumar uma para você. Talvez passe mais tempo na sua casa e não na minha.

_ Porque a minha presença incomoda tanto o senhor. Essa casa também é minha. Quando o senhor morrer eu assumirei tudo isso.

_ Falta muito para que isso aconteça.

_ Ninguém é imortal rei Muriel. A menos, é claro que seja um vampiro. _ Antônio começou a rir. _ Coisa que tenho certeza que não é. Não é mesmo.

_ Deveria ter mais cuidado com as coisas que fala.

_ Eu quero que me acompanhe, vou pessoalmente pedir ao rei Ferminiano a mão da princesa Ivi.

_ Não, eu já pedi. Ele negou, e já escolhi outra mulher para ser sua esposa.

_ Não vou casar, quero a princesa Ivi, e a terei.

_ Já tem a minha palavra sobre isso.

_ Por que sinto que fica nervoso, quando falo da princesa Ivi.

_ Você está imaginando coisas. Ferminiano não dará a mão dela a você. Então se conforme, e arrume outra pretendente. Ou apenas aceite a que tenho em vista para você. É jovem, e tem belas ancas, poderá lhe dar filhos.

_ Quero uma esposa, não um cavalo. Terei a mulher que desejo, mesmo que precise lutar por ela.

Muriel ficou enfurecido, e se lançou contra o filho. Seus olhos vermelhos, fixaram nos olhos do filho. Antônio não se moveu, e nem temeu.

_ Já disse que deve esquecer ela. Não a terá, nem hoje, nem amanhã, e nem nunca.

_ Seus olhos de demônio já não me amedrontam mais. Não sou mais aquele menino que foi trancado na torre, e acorrentado por você. Naquela época podia me deixar com muito medo, mas hoje em dia não mais. Eu sei o monstro que é, e me odeia por não ser como você. Em relação a princesa Ivi, ela será minha, nem que eu precise lutar para ficar com ela.

_ Saia dessa casa, e não volte nunca mais. Ivi não é mulher para um homem fraco como você. Aliás, não passa de um menino ainda. Pena que não tem a saia da mãe para se esconder.

Antônio empurrou ele, puxou a espada e colocou a lâmina no pescoço.

_ Nunca mais use essa sua boca imunda para pronunciar o nome da minha mãe.

_ Vai fazer o que Antônio? _ Riu o rei, enquanto os guardas cercaram ele.

_ Vai descobrir, já está avisado. Se ainda quiser manter seu segredo, não cruze o meu caminho. Caso contrário pessoas saberão o que é de verdade.