Capítulo 8

Minha querida... - a senhora Zaira me chama. - Seu futuro esposo acaba de pedir que se vista conforme a tradição, para a assinatura dos documentos.

Encaro o sorriso nos lábios da senhora Zaira, e a felicidade dela em me vestir com trajes típicos era nítida.

- Mas, não fui informada de que teria que usar roupas tradicionais. - suspiro, lembrando que em minha mala há apenas algumas coisas simples, nada a altura de um casamento com o filho de um Sheik. - Eu... eu temo que não tenha nada adequado para vestir. - digo, baixando o olhar.

Sinto uma tristeza tão grande, além de estar envergonhada. Como farei parte de uma família tão importante, se mal tenho o que vestir, e nem cheguei a cursar o ensino médio?!

Meus questionamentos parecem ser entendidos pela senhora Zaira, que segura em minhas mãos e logo me faz olhar em seus olhos, enquanto diz calmamente...

- Não se preocupe com roupas, adornos e perfumes,dessas coisas eu pessoalmente vou cuidar. Por hora, vou mandar trazerem alguns vestidos e hijabs dos mais finos e delicados tecidos, pois uma flor delicada como você, deve se vestir com algo leve e bonito, mas que não ofusque sua beleza natural.

Sorrio, sentindo uma alegria me invadir.

Eu sempre quis usar roupas tradicionais, mas não as que eu usava, que eram doadas e eu ajeitava para poder usar. Eu queria poder usar as roupas coloridas, bonitas e de boa qualidade, para me sentir bonita também, assim como as moças que eu via nas poucas revistas que tinham na casa do meu pai.

- Eu vou poder usar um hijab novo? Com bordados? - pergunto, animada.

- Com bordados lindos, e o vestido será igualmente bordado. E amanhã você terá que usar dois vestidos, pois faremos uma parte da cerimônia pela manhã, e uma parte após o almoço, tudo antes do pôr do sol.

- Obrigada, senhora Zaira, muito obrigada. - me emociono. - Meu pai me disse que eu não precisaria de nada disso, já que o meu casamento é arranjado. - suspiro, triste.

- Querida, esqueça o que aquele abutre do Omar te falou. - faz uma expressão descontente. - Seu futuro marido, meu filho Samir, fez questão que você tivesse um casamento digno, e eu vou garantir pessoalmente que não lhe falte absolutamente nada! - diz, sorridente. - Aliás, vou agora mesmo providenciar as moças virgens para fazer a pintura de henna em suas mãos amanhã.

- Moças virgens? - tombo o rosto de lado, confusa.

- Sim, minha querida, pois pela tradição apenas moças virgens podem fazer as pinturas nas mãos da noiva. - ela me olha atentamente. - Você se mantém pura?

Fico completamente envergonhada com a pergunta, mas apenas assinto.

- Não se envergonhe, minha filha. Isso para mim não faz diferença, até porque o meu Samir não se manteve casto para o casamento. - meneia a cabeça. - Mas temos tradições a seguir, e somente as moças castas podem ter as mãos pintadas por virgens, entende?

- Entendo sim, senhora Zaira.

- Por hora, vou aceitar que me chame assim, mas espero em breve ouvi-la me chamando de sogra, ou até mesmo mãe, como Hanya me chama. - sorri. - Amanhã te apresentarei suas irmãs, esposas de seus cunhados. - ela parece pensar. - Se desejar, pode conversar com Hanya, ela é uma boa moça, mas tome muito cuidado com Safira, essa parece ser doce como o pêssego maduro, mas é astuta como uma serpente.

- Tomarei cuidado. - afirmo, mas saber que uma das cunhadas é alguém ruim, me deixa receosa, pois não quero ser prejudicada dentro de uma família onde a matriarca me acolheu com tanto carinho. Parecendo ler meus pensamentos, a senhora Zaira me conforta.

- Eu estarei aqui para o que precisar, assim como defendi Hanya quando foi preciso, defenderei você, se necessário. - diz, mas não explica exatamente o que houve para que Hanya precisasse ser defendida, e isso é algo que me deixa apreensiva. - Agora vamos, levante-se e vá até seu banheiro, tome um belo banho e use todos os produtos que preparei e deixei sobre a bancada. Uma mulher deve saber se perfumar, e mesmo que você e seu esposo só venham a dividir o mesmo quarto a partir de amanhã, após as cerimônias, o seu perfume ficará guardado na mente dele ainda hoje, quando estiverem lado a lado assinando os documentos, e você não poderá mostrar seu rosto, então apenas seu olhar e seu perfume deverão ficar vividos na mente de Samir, e isso o deixará instigado e curioso, para ver mais da bela esposa que terá em breve em seus braços.

- Senhora Zaira... - desvio o olhar, enquanto sinto o meu rosto aquecer, e sei que devo estar muito vermelha nesse momento.

- Minha querida, não tenha vergonha. - sorri, carinhosa. - Sei que sua mãe não teve tempo de lhe ensinar essas coisas, e com certeza a tola da Ursula nada deve ter dito a respeito, estou certa? - apenas assinto. - Então não se preocupe, pois eu vou lhe dar importantes lições, coisas que minha mãe me ensinou e me foram muito úteis quando me casei com meu Yousef, e acredite, ser esposa de um Sheik não é uma tarefa fácil, e por vezes temos que usar nossas armas, coisas que só uma mulher casada pode fazer, mas isso você irá aprender com o tempo e convivência com seu marido, e somente ele poderá conhecer seus segredos femininos.

Assinto, e por mais que esteja nervosa com a assinatura desses documentos, confesso estar ainda mais nervosa com a noite de amanhã, onde terei que me tornar esposa de um total desconhecido....

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Comments

Elza Silva

Elza Silva

estou amando a sua história autora não deixa ela sofrer com o marido ele até pareceu ser um bom homem

2023-10-13

345

Marli Beza Tavares

Marli Beza Tavares

Estou amando a leitura.

2024-05-13

0

Elina Luzia Santos

Elina Luzia Santos

Ju, estou super ansiosa pelo seu livro. amando

2024-05-02

0

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