Capítulo 7

Yasmin

Desde que cheguei a casa dos Harmud, cada detalhe me encanta.

O lugar é imenso, e fiquei feliz em ver que tem um lindo jardim... eu amo plantas e flores.

Quando cheguei, a senhora Zaira, minha futura sogra, me recebeu com muito carinho e me conduziu a um dos quarto, e eu fiquei encantada, pois não era úmido ou escuro, mas ela claro, limpo e tinha uma janela grande, de onde eu podia ver o jardim.

- Seja bem vinda minha nova filha. - ela disse, com carinho, e eu estranhei.

- Porque a senhora me chama assim? O acerto era casar minha irmã mais velha e não eu... então, como sabe? - digo, confusa.

Ela sorriu e deu leves tapinhas em minha mão.

- Mesmo que fosse esse o acerto, eu pedi a Deus para que meu filho desposasse a filha da minha amiga mais querida, e aqui está você, e pelo que seu pai conversou brevemente com o meu marido em nossa sala, entendi que minhas orações foram ouvidas, pequeno raio de sol. - ela me olha com carinho, e meus olhos se enchem de lágrimas.

- Só minha... minha mãe me chamava assim. - digo, emocionada.

- Eu sei, minha querida, e acredite que eu realmente sinto muito por ter perdido sua mãe, que na verdade, era uma grande e querida amiga. - ela suspira. - Sinto tanto por não ter como te trazer para junto de mim quando ela se foi. Eu tentei, mas seu pai não permitiu, me desculpe, minha querida. - ela acaricia meus cabelos. - Você é exatamente igual a sua mãe, quando ela era jovem. Linda, doce e tímida... um raio de sol!

- Não se desculpe. - sorrio fraco. - Então a senhora conheceu a minha mãe?

- Sim. - ela sorri. - Apesar da diferença de idade, eu e Zípora éramos muito amigas. Ela era como uma irmã mais nova, a quem eu amava profundamente. Fiquei muito entristecida quando Omar se casou pela segunda vez, e chorei dias e dias quando vocês se mudaram para o Brasil, e seu pai a afastou de todos. - diz, com amargura. - Tentei contato por várias vezes, mas Ursula sempre atendia as ligações e dizia que daria meus recados, mas creio que nunca chegaram à sua mãe. - suspira. - Mas e os presentes que enviei a você há alguns dias, você os trouxe com você? - ela olha para minha pequena mala. - Tantos trajes e lenços não caberiam naquela pequena mala... - torce a boca.

- Eu não recebi nenhum presente, senhora. - a olho, confusa.

Ela meneia a cabeça, visivelmente descontente.

- Será possível?! - bufa. - Me responda uma coisa, eu lhe enviei roupas, tecidos, lenços e acessórios durante anos, você não recebeu nenhum desses presentes não é mesmo? - eu apenas meneio a cabeça e nego. - Mas por Deus! - ela diz, brava. - Bom, por hora quero que se acomode, gostou desse quarto? Se quiser, podemos escolher outro maior.

- Não! - me apresso em dizer. - Acredite, este quarto está ótimo! - sorrio. - Obrigada por me receber e tratar com carinho. Esse é o primeiro gesto amigável e carinhoso que recebo há anos, senhora.

Ela me olha e vejo seus olhos marejados.

- Ah, meu pequeno raio de sol... - me surpreendo com um abraço carinhoso, que eu retribuo e me sinto como se estivesse nos braços da minha mãe... que saudades de um abraço assim!

A senhora Zaira se afasta e acaricia meu rosto.

- Eu te amparei nos braços quando você nasceu, Yasmin. - eu a olho,surpresa. - Testemunhei a alegria da sua mãe quando te viu pela primeira vez, e de hoje em diante, quero que veja em mim uma segunda mãe, pois eu cuidarei de você a partir de hoje, minha pequena criança. - ela sorri.

Ah,Deus... será que meus dias de aflição e tristeza estão realmente chegando ao fim?

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