Nada vem de mão beijada nessa vida.
Se chegou algo até você de forma fácil, você deve está fazendo algo errado.
Para mim, não é diferente.
Desde que nasci sempre tive que visar bem os meus objetivos e o meu futuro.
Nasci na Coreia, em Seoul, e lá aprendi o conceito da arte da dança. Fiz aulas de dança do ‘pop’ coreano e me tornei bom nisso. Depois no ano seguinte, eu comecei a fazer Ballet masculino e aos poucos fui apreciando mais e mais a arte francesa.
- Você pode ser o próximo astro do k-pop ou do ballet, filho! - a minha mãe falava toda orgulhosa de mim como a admiradora dos conceitos coreanos que ela era.
Mas, por outro lado, o meu pai odiava essa ideia que ele considerava absurda.
Um homem bailarino?
Nem pensar!
Aos treze anos, mudei-me para o Brasil.
A minha mãe era brasileira nativa e havia ido para a Coreia só para encontrar com o meu pai.
Que amor, né?
Mas quando a minha vó, mãe dela, adoeceu, todos tivemos que se mudar para o Brasil para cuidar dela.
Agora imagina como isso foi para mim.
Se abriu um novo mundo para mim.
As culturas e artes coreana e brasileira são bem diferentes, ambos tem a sua importância e beleza, mas para eu foi bem estranho pela primeira vez.
E desde então moro no Brasil.
No início foi bem difícil aprender a língua portuguesa, mas como a minha mãe era brasileira ela ensinou-me com toda a dedicação possível. Pelos meus olhos serem menores e puxados, algumas amigas da minha mãe babavam em mim. Embora fosse bem amado por alguns e tivesse minha beleza apreciada, sempre tem alguns preconceituosos de plantão que gostam de zombam e praticar xenofobia.
Mas nada disso me abalou.
Depois que me especializei na dança, fui convidado por Leon Chamamé, dono de uma escola de Ballet no Brasil para estudar com uma bolsa garantida de cem porcento.
O meu pai, os senhores já sabem né...
- Você não pode ir para lá. Um rapaz dançando coisas de mulher? Nem pensar! - Meu pai rangia os dentes se negando a deixar eu ir.
Eu tinha dezesseis anos nessa época, e insisti bastante, fiz greve de fome e silêncio até ele deixar eu ir.
E meu pai jurava que eu era ‘gay’...
Tadinho!
Mal sabia ele que lá na escola de dança, embora fosse proibido namorar, etc., eu fiquei com uma linda menina.
Aurora, ela era alta, magra de um corpo incrivelmente lindo, cabelos loiros e encaracolados, olhos azuis-turquesa como as águas limpas do Oceano e a sua pele era branca pálida como a neve e macia como algodão.
Ela cheirava tão bem que me lembro todos os dias do seu perfume Lady Million que chegava nos ambientes antes mesmo dela entrar.
Ela era de uma classe incomparável, delicada, feminina, gentil e educada. Mas, como a maioria das meninas daqui, ela era um pouco arrogante.
Todavia era a mais linda!
Que garota, meus amigos!
Ela e eu namoramos escondido por alguns meses e estávamos bem apaixonados.
Mas, logo Aurora foi morar em Portugal com os seus pais e tornou-se uma estrela da dança clássica francesa.
Confesso que sentir da falta dela, mas como sabia que minha meta não era arrumar um namorada lá, continuei a focar nos meus objetivos naquele lugar.
Agora um papo direto com vocês,
As pessoas pensam que nós bailarinos não conseguimos nos relacionar com nenhuma garota por sermos "femininos demais", mas pensem, acreditam que um homem que fica mais perto de outro homem fica com mais mulheres do que um que convive diariamente com elas?
Não me vanglorio por isso, claro. Mas as vezes me canso de ser estereotipado como menos homem devido à minha profissão.
Mesmo agora com meus vinte e seis anos, já passei por altos e baixos trabalhando em um lugar considerado "feminino" demais para mim. Muitos tentavam me desanimar e fazer eu desistir da loucura que é considerado um rapaz jovem, forte e bonito como eu trabalhar numa profissão tão delicada e feminina.
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Atualizado até capítulo 90
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