Calor

Ponto de vista — Cassius

Eu deixei algumas coisas pendentes por causa dela, não sei explicar, mas quando ela quase o beijou, eu... o que eu senti?

— Água, água... — Ela pulou no meu colo assim que entramos em casa.

— Não é por aí, mosquinha! — Eu tentei a guiar pelo caminho, mas ela não deixou.

— Sai para lá! Eu quero... ir... — Ela estava andando cambaleando.

No final, Dahlia foi em direção ao meu quarto e entrou com tudo.

— Espere, esse não é o seu quarto, mosquinha! — Tentei puxá-la, mas ela se jogou na minha cama.

— Está calor, muito calor! — Ela ficou balançando a mão.

— Eu te disse para comprar roupas casuais! — Ela estava usando roupas extravagantes outra vez, e pareciam especificamente quentes.

— Para de reclamar... — Ela se moveu para um lado e para o outro.

Ela parecia estar ficando sóbria.

— Tome um banho, vou procurar roupas quentes para você! — Eu a empurrei em direção ao banheiro, e fui até o quarto dela, procurando por roupas frescas.

(Eu disse a ela para comprar roupas casuais...)

No final, ela não havia comprado nenhuma roupa para o calor, não sei o que estava pensando. Decidi mandar comprar roupas novas para ela, e voltei para o quarto, quando...

Eu fiquei sem palavras por alguns segundos, ela estava usando uma das minhas camisas.

— Você não lavou o cabelo?

— Eu fiz isso ontem...

— Você parece já estar sóbria...

— Apenas estou com a cabeça doendo um pouco, eu estou começando a me acostumar com a bebida! Ontem eu pesquisei como melhorar a minha resistência à bebida, acho que funcionou um pouco!

Ela se jogou na minha cama.

— Mosquinha, o que está fazendo?

— Do que você está falando?

— Esqueceu que esse é o meu quarto?

— Não esqueci, na verdade, eu gostei dele, sabe... acho que vou dormir aqui. — Ela se virou, fechando os olhos.

(O que ela tem na cabeça? Eu ainda sou um homem...)

— Não tem medo que eu faça algo com você? — Me aproximei lentamente.

Ela ainda estava de olhos fechados e virada.

— Você disse que não vai me matar ainda, então por que eu deveria ter medo?

(Tão despreocupada, acho que ela não entendeu o que eu quis dizer...)

— Dahlia, você deveria ter medo de outras coisas, acha que eu também não tenho desejos? — Eu fiquei por cima dela, e então, ela se virou, olhando para mim.

— Eu deveria ter medo? Eu sei que não sou o tipo de mulher que você gosta, então por que me preocupar? — Ela estava completamente séria sobre isso.

— Haha, mosquinha, o que você viu sobre mim?

— Que você saiu com algumas modelos, filhas de empresários, e por aí vai... Igor me disse, então eu pesquisei um pouco.

— Dahlia, eu não ligo para essas coisas, quando eu quero alguém, não importa de onde venha, ou quem seja, eu simplesmente consigo tudo o que eu quero!

— Uau, você não é um urso, mas sim um leão!

— Então era sobre isso?

— Eu percebi que eu estava dizendo coisas vergonhosas, sinto muito... — Ela cobriu o rosto.

— Haha, você mordeu o meu peito, sabia?

— O que?

— Foi por cima da roupa, mas eu consegui sentir bem... — Eu provoquei.

Ela estava surpresa.

— Eu... não, eu não...

Peguei a mão dela e coloquei sobre o meu peito.

— Isso não parece familiar? Você estava me acariciando tanto...

Ela ficou completamente vermelha.

— Dahlia, vamos fazer um contrato...

— Qual?

— Você será minha namorada de aluguel, mas... será apenas minha, ok? Não deve nem mesmo ajudar seu amigo...

— E por que isso tão de repente?

— É para sua proteção! — Eu beijei o pescoço dela, pude perceber que ela se arrepiou.

— O — Olha... eu meio que, não acho que isso seja bom por enquanto, sabe...?

— O que? O contrato?

— Er... quanto você vai me pagar?

— Você pode escolher o valor, pago quanto você quiser! — Eu continuei a beijando, e então, fiz uma marca nela.

— A partir de hoje, você é a minha mulher, então saiba que não pode se envolver com os outros, minha reputação é importante, sabe? — Eu a olhei maliciosamente.

— Eu não disse que aceitava...

— Você recusaria dinheiro?

— Você me pegou nessa parte... eu aceito, mas você pode se afastar de mim agora? Serei sua namorada de aluguel, e não de verdade...

— O que foi? Está com medo de que eu te devore e não assuma?

— Olha, sinceramente isso não me preocupa em nada, é só que eu...

— Só que o que?

— Eu... não tenho experiência nessas coisas! Então por favor, se afaste!

(Então ela é virgem? Isso é bom...)

Eu sorri sem perceber, por alguma razão, saber daquilo me deixou feliz.

— Tudo bem, eu não me importo com isso.

Então, tomado pelos meus impulsos, eu a beijei, tão ferozmente que eu sentia que podia devora-la de uma vez, como se eu fosse uma fera.

— Você... droga, por que você é tão bom nisso? — Ela disse, olhando para os meus lábios.

— É engraçado, você não sabia beijar, certo? No começo foi desajeitada, mas depois... — Eu lambi os meus lábios.

— Dá para calar a boca?

— Acho melhor você fazer isso por mim...

Por um segundo, quase perdi a minha sanidade, mas fiz o possível para me controlar. Ao invés de mim, parecia que ela estava me consumindo por completo... eu estava perdido naquele momento, uma sensação que nunca senti antes, por que com a outras não foram assim? Apenas a beijei, mas meu corpo está prestes a pegar fogo.

— Mosquinha... eu já cheguei no meu limite, então se quiser parar, diga de uma vez, pois eu não vou parar mesmo que me implore depois que começar! — Eu desabotoei a minha camisa.

Ela estava olhando para o meu corpo, parecia estar gostando do que via, mas mesmo assim tentou disfarçar.

— Está... está bem, continue... — A expressão dela parecia dizer algo como "eu realmente disse isso?".

Eu me aproximei dela outra vez que estava apenas com a minha camisa. Passei a mão por baixo dela, tocando os seus seios, ela estremeceu na mesma hora.

— Aak... Aaah... — Os sons que ela estava fazendo me deixaram ainda mais louco.

(Droga, não posso mais parar...)

Então, meu telefone tocou.

— Você não vai atender? — Ela não olhou para mim enquanto disse.

— Não, seja quem for, eu acabo com essa pessoa amanhã!

— Mas e se for urgente?

— Dahlia, o que eu havia te dito? — Eu a puxei, fazendo-a olhar para mim.

— Quando eu começo algo, não paro mais! — Então, eu beijei novamente.

Meu celular tocou mais duas vezes, e eu ignorei completamente, deixando-o de lado. As ligações cessaram depois disso.

(Sério, mosquinha, acho que agora não há forma que eu te deixe ir!)

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