Minha namorada por uma hora

Ponto de vista — Cassius:

Enquanto eu estava esperando o momento certo, resolvi alguns problemas da minha empresa.

— Quem desviou fundos da empresa? — Bati na mesa com toda força.

Eu já sabia quem era, mas ver a sua reação desesperada tentando se esconder, era divertido.

— Nenhum de nós faria isso! Somos de total confiança, trabalhávamos para o seu pai antes! — Mas, esse desvio de fundos já acontecia a anos, mas discretamente, por isso o meu pai não percebeu quando estava vivo.

— Então está me dizendo que o dinheiro simplesmente saiu da conta da empresa sozinho?

Não houve uma resposta. É claro, nenhum deles sabia dos meus negócios dentro da máfia, mas se soubessem, não ousariam tentar me roubar.

— Isso acontece já faz mais ou menos cinco anos, está certo que não sabe de nada? A conta está em nome de uma das suas filhas, Silvan. — Eu direcionei o olhar para ele.

— Não! Alguém fez isso para incriminar a minha família! Sou de confiança, trabalho há bastante tempo aqui, claro que teriam inveja de mim!

A mentira era óbvia, todos o olharam, sabendo que só poderia ter sido ele.

— Está acusando um de nós de ter feito isso? — Patrício, um dos gerentes respondeu Silvan.

— Claro! Eu jamais faria algo assim...

Eu fiquei em silêncio, olhando para a expressão aterrorizada dele.

— As provas estão aqui, nessa ficha que será entregue a todos! — Os funcionários entregaram, e havia vários relatórios de transferências bancárias para a filha dele, e um histórico de retirada no banco recente, onde a filha dele sacou a maior parte do dinheiro.

Ele ficou mais pálido, sem reação.

— Ainda pretende esconder? Todos já sabem a verdade, as provas estão aqui!

— N—Não... eu fiz tudo... direitinho...

— Já que sabemos quem é o culpado, encerrarei essa reunião! Você e eu temos assuntos a resolver! — Eu apontei para ele.

Eu saí da empresa mais cedo, mais ou menos umas quatro horas. Quando Silvan saiu da empresa com as suas coisas, um dos meus subordinados o trouxe até mim.

— Olá, achou que as coisas se resolveriam fácil assim? — Eu trouxe-o à minha casa.

— Chefe... eu fiz no momento em que estava precisando muito…

— Precisando muito? Durante cinco anos não conseguiu se estabelecer? Justamente quando roubava meu dinheiro, já deveria estar vivendo uma vida de luxo, já que a quantidade foi exuberante!

— Eu juro que não foi com más intenções!

Toda essa baboseira, sempre os mesmos discursos. Eu odiava isso, ninguém tinha algo plausível para dizer, imploravam por sua vida de forma miserável, jogavam a culpa em outras pessoas, ou se fingiam de inocentes até o final.

Matar, eu já estava tão acostumado com isso, nunca deixei ninguém passar com vida se fizesse algo que não me agradasse. Bom, aquela garota foi a única, mas a razão é que ela parece ser necessária, pelo menos por enquanto. No final, vou me livrar dela como fiz com os outros, nada mais me interessa se não o poder.

— Eu já matei muitas pessoas, tanto da empresa, quanto por fora…

— M-Matar? Você...? — Claro, eu sempre aparentava o chefe perfeito e frio, ninguém desconfiaria de mim, a não ser se já soubesse quem eu era.

— Quero que devolva cada centavo que você me roubou! Tem apenas três dias, se não, você morre!

Decidi ameaçar a família dele, normalmente só uso isso em casos extremos, afinal, o culpado de tudo isso é ele mesmo.

— Se abrir o bico e contar para alguém, ou sequer tentar fugir, exterminarei completamente tudo o que você ama! Não gosto de ameaçar famílias, mas saiba que se acontecer algo com eles, a culpa será sua!

— É muito dinheiro para três dias!

— Não me importa, venda tudo o que comprou! Você gastou o dinheiro, então deve conseguir de volta!

Mandei alguém tirá-lo da minha frente e jogar na rua, esse tipo de pessoa não vale a pena.

O celular daquela garota estava vibrando muito, então decidi ver o que estava lá.

— Oh, você vai trabalhar hoje... acho que devo fazer companhia, certo?

Peguei o endereço que estava no aplicativo, e me arrumei para chegar lá antes do cliente dela.Ele descreveu o tipo de roupas que estaria usando, então me vesti de acordo e sai.

— Esse cara tem um péssimo gosto... — Eu esperei perto de uma loja de roupas, virado para que ela não fugisse ao me ver de longe.

Ela ainda conseguiu chegar atrasada, e acabei pensando em que boa profissional ela é.

— Arthur, certo? Meu nome é Lia, e eu serei sua namorada durante uma hora! — Me virei, a vendo de mão estendida.

(Por que ela fechou os olhos?)

Como alguém se apresenta para outra pessoa e fecha os olhos? Tudo nessa garota me parecia estranho.

— Tudo bem, "minha namorada". — Ao ouvir a minha voz, ela congelou.

— Oi, Meu Senhor, sou eu de novo... deixe eu abrir os olhos e não ser quem eu estou pensando... — Ela permaneceu de olhos fechados.

Ela se virou, ainda de olhos fechados, e ia correr, mas eu a segurei.

— Ei, você disse que seria minha namorada por uma hora, então onde pensa que vai?

— Moço, você veio me matar?

— Pfft, ainda não... por que não vamos conversar um pouco primeiro?

— É que você me assusta...

— Te assusto? E mesmo assim tentou me beijar?

— Se você continuar falando isso, vou pensar que você está tentando me "tarar".

— Tarar?

— Sim!

— Você não parece com medo agora...

— Isso se chama bipolaridade, meu amigo!

Sim, essa daí é completamente doida.

— Então, vamos? — Eu a puxei, já que esses assuntos dela me confundiam demais.

— Jura que não vai me matar?

— Juro, mas você sabe que as pessoas que juram mentem?

— Quê? Então por que você jurou?

— Se você não viver agora, vou ter que usar a força.

— Bater em mulheres é crime!

— Quem disse que eu vou bater em você? Há outras formas de usar a força... — Eu a peguei no colo, e ela começou a se debater.

— Me solta! SOCORRO! — Ela gritou.

As pessoas passavam observando, e eu ri.

— Querida, eu já disse que você não pode continuar agindo assim em público!

— Ei, não escutem esse doido! Me ajuda, ele é um criminoso e pervertido!

— Querida, não acha que deveria deixar esses assuntos somente entre quatro paredes? Não é algo que deva ir a público. — Eu brinquei.

Ela ficou completamente vermelha.

— Seu louco! Bastardo! — Ela parou de se debater.

Eu vi um café aberto, e a levei para dentro ainda no meu colo.

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