Dinheiro e dinheiro

Dahlia voltou para casa naquele dia, enquanto Cassius pediu o relatório sobre ela.

— Está mesmo tudo bem deixar ela ir embora assim, chefe?

— Você acha mesmo que aquela garota tem como fugir daqui? Eu irei buscá-la depois, por enquanto, vou aproveitar o meu momento de paz, já que tenho o pressentimento que ela vai me dar trabalho.

— Entendo, aqui está todas as informações que consegui, não é muito…

— Ela não morava aqui?

— Bom, quando o diretor do orfanato morreu, alguém a levou para outro. Não houve um relatório sobre a transferência dela, apenas foi levada e dada como desaparecida.

— Como ninguém a encontrou?

— Parece que não a chamavam pelo nome lá, e também não havia uma ficha dela. Inclusive, ninguém tentou a adotar, pelo que soube, ela não era uma opção.

— Então, ela deve realmente ser da família Lombardia, mas o diretor do orfanato foi realmente burro em deixá-la ter esse sobrenome.

— Talvez ele quisesse chamar a atenção de alguém, mas não conseguiu, e tentou vender as informações que tinha quando não deu certo.

— Continue investigando, quero saber quem são os pais dela!

— Na família Lombardia, não tem ninguém que teve um filho na mesma época em que a menina nasceu.

— Eles podem ter escondido isso.

— Talvez, mas a última gravidez que ocorreu, foi da filha mais nova dos Lombardia, Marina.

— Quando foi?

— Dois anos depois de Dahlia nascer.

— Entendo. Ainda acho que ela é a mais provável em ser a mãe dela.

— Chefe, acha que ela vai ser útil?

— Sim, se uma pessoa da família Lombardia, que aceita até mesmo filhos ilegítimos, foi abandonada, significa que o pai dessa criança é alguém muito importante. Resumindo, deve ter algo muito importante por trás disso tudo!

Por isso, até confirmar toda a história, Dahlia estaria temporariamente segura das mãos de Cassius, mas ele sabia que se ela realmente for da família deles, era uma questão de tempo até alguém ir atrás dela.

— Quando ela voltou a morar aqui?

— Tem uns dois anos, quando saiu do orfanato. Até onde eu sei, ela não fazia muitas coisas, então viveu silenciosamente, mas trabalhando como namorada de aluguel. Como ela usa outro nome, os seus clientes não sabem a sua verdadeira identidade, mas ela está fazendo faculdade, então provavelmente logo saberão dela.

— Então, realmente preciso trazê-la logo.

— Eu tenho o endereço dela.

— Não, deixe, tenho uma ideia melhor, quero ver a reação da mosquinha…

Cassius ainda estava com o celular de Dahlia, e olhou o usuário dela, esperando que ela fizesse login em breve. Depois de dois dias, ela retornou o acesso.

— Dahlia, você vai realmente aceitar mais um trabalho? Você disse que ia parar. — Igor estava preocupado.

— Eu juro, vai ser o último!

— Você não aprendeu nada depois disso?

— Igor, eu preciso de dinheiro para fugir da cidade!

— Então por que comprou um celular e não foi embora?

— Tenho assuntos pendentes, e também, você sabe que eu perco a hora de tudo, não tenho despertador!

— Isso me parece desculpas.

— Sim, é isso mesmo. Você sabe que eu não teria uma casa para morar! Eu tive sorte de conseguir comprar essa pequena que eu tenho por um preço baixo!

— Dahlia, você vai trabalhar no café, então fique tranquila.

— Você vai me pagar um bom salário?

— Vou pagar o tempo que você trabalhar.

— Quer dizer que vou receber por hora?

— Sim.

— Ótimo, me pague cem reais por cada hora!

— Você quer me deixar pobre...

— Se você fizer isso, eu paro de aceitar trabalhos de namorada de aluguel!

— Eu sei que você não vai parar, se alguém te oferecer um bom dinheiro, você ainda vai!

— Oh, não fale assim, ok?

— É a verdade, Dahlia!

— Olha, eu vou começar o trabalho amanhã, certo? Prefiro o turno da noite, então você vai me pagar cem reais por hora!

— Com uma "amiga" dessas, quem precisa de inimigos?

— Igor, fica na sua!

Dahlia pegou o celular e olhou as propostas para ela, mas decidiu não aceitar nenhuma temporariamente.

Durante três dias, tudo foi pacífico, ela começou o trabalho, e pareceu se adaptar bem.

— Uau, esse trabalho é incrível!

— Incrível? Ah, você trabalha apenas um turno, isso realmente dá para pagar as contas do mês?

— Bom, eu apreciaria se recebesse um aumento, mas se eu pedir, é capaz que eu tome um chute no bumbum.

— Ah? Quem faria isso?

— Ninguém não... — Dahlia riu.

Dahlia trabalhava das sete até às onze da noite, ela estava ganhando muito mais do que quando trabalhava como namorada de aluguel.

No dia seguinte, na faculdade:

— Você parece feliz, mas como não ficar, você me faz ter tantos gastos!

— Ei, não reclame de mim! Eu já te ajudei muito nas suas atividades. Sem contar que eu te ajudei quando você namorava uma das professoras, encobri todos os seus encontros.

— Será que você pode parar de lembrar disso?

— Bom, eu tenho meu preço para ficar calada!

— Dahlia, se você não parar, eu mesmo procuro aquele mafioso e te entrego para ele!

Igor, ainda no primeiro ano da faculdade, namorava uma das professoras. Por ser filho da diretora, ele não podia ser pego, Dahlia o ajudou, já que ele usava o nome dela, dizendo que estava com ela quando se encontrava com a professora.

O celular de Dahlia apitou.

— De novo?

— Fica quieto, Igor!

Era uma boa oferta, mais do que o da última vez.

— Igor, me desculpe...

— Dahlia, você não vai fazer o que eu estou pensando, certo?

— Fui!

— Ei, a aula ainda não acabou!

Dahlia saiu correndo feito doida, seguiu em direção até a sua casa, e foi se arrumar.

Ela mandou uma mensagem dizendo que se atrasaria para o trabalho a noite, mais ou menos uma hora.

— O que eu não faço por dinheiro? Queria apenas ser rica de uma vez, assim eu poderia ir morar fora, e viver tranquilamente sem precisar fazer nada da vida! É, mas isso é apenas sonho, pobre vive todo dia de luta, então vou para a minha luta outra vez!

(Igor não vai me demitir de qualquer forma...)

Dahlia pensou.

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