Compre o que quiser

Quando Dahlia e Cassius entraram no carro, dois homens invadiram a casa dela.

— Ei, o que aquele pessoal está fazendo na minha casa? — Dahlia apontou.

— Provavelmente estavam lá para te matar, por isso, vamos sair antes que nos vejam.

— Mas eles tentariam me matar com você por perto? — Ela estava tranquila porque sabia que ninguém a mataria, por agora.

— Provavelmente.

— Quê? Você não disse que ia me ajudar?

— Estou apenas brincando... — Ele começou a dirigir.

— Que brincadeira mais sem graça...

Cassius não respondeu. Ele não levou Dahlia para casa logo, mas foram direto comprar roupas.

— Ei, eu posso comprar tudo que eu quiser, né? — Ela o olhou com expectativa.

— Não sendo o tipo de roupa que você usava antes...

— O que tem com o meu estilo?

— Talvez o fato de você misturar duas estampas floridas seja o suficiente para mostrar que o seu gosto não é bom!

— Mas foi você que pediu um estilo bem colorido.

— Eu?

— Sim, olhe só... — Dahlia pegou o celular e percebeu que tinha cinco mensagens do cliente perguntando onde ela está.

— Você me enganou, não foi? Por acaso fuçou o meu celular antigo? — Ela pensou rápido.

— Sinceramente, eu achava que você era mais burrinha... Mas enfim, demorou um pouco para perceber, não acha?

— Por sua culpa vou ter que devolver o dinheiro para ele...

— Devolva o dele, e te pagarei o valor.

— Sério? Ah, espera, só aceito se for o dobro!

— Você não perde tempo, hein? Eu poderia te chamar de interesseira.

— Interesseira não, apenas sei aproveitar as oportunidades!

— Sim, devolva o dinheiro para ele logo.

Dahlia fez a transferência, e depois parou ele no meio da loja.

— Passe o meu dinheiro agora! Você é mafioso, não posso confiar.

— Ah... — Ele puxou um cartão de débito.

— Tem mais do que eu vou te dar, vamos sacar daqui a pouco, ok?

— Bom, já que você soltou esse cartão na minha mão, agora é meu, certo?

— Tudo bem, fique com ele.

— Você vai me dar ele mesmo?

— Sim, isso vai cobrir seus gastos. Eu normalmente recebo transferências de alguns negócios específicos nesse cartão, então vai ter bastante dinheiro.

— Uau, eu que não vou perder uma oportunidade dessas! — Mas então Dahlia pensou direito. — Esse dinheiro vem de negócios sujos?

— Fique tranquila, pelo menos esse, as transferências são coisas da empresa.

— Ainda bem...

— Por que?

— Vai que a polícia descobre e vem atrás de mim, pensando que sou sua cúmplice por gastar esse dinheiro.

— Normalmente uma pessoa nessa situação não diria que não quer esse dinheiro por ser coisas ilegais? Coisas que prejudicam a saúde de outras pessoas?

— Sabe, quem devia pensar nisso é você, o que eu posso fazer? Você não vai deixar de fazer isso apenas por escutar essas palavras de mim, certo? Eu sei que nós também devemos querer fazer a diferença, mas eu já não tenho expectativa nenhuma com o mundo, então posso dizer que eu não me importo com mais nada além de viver...

— Você é tão estranha...

— Eu sei que eu aparento ser alguém normal, mas eu também tenho coisas que não gosto de falar. Um passado, você também tem, e eu não gosto de lembrar do meu...

— Você? Normal? Acho que você usou as palavras erradas.

— Eu sou completamente normal, ok? — Ela se irritou, e saiu pegando várias roupas pela frente.

— Prepare-se para ver o meu desfile! Vai ver que o meu estilo é maravilhoso!

Dahlia pegou as melhores roupas, e as mais caras. O estilo dela realmente era de uma pessoa rica, afinal ela sempre quis isso.

— Acho melhor você pegar algumas coisas básicas também.

— Por que?

— As pessoas vão pensar que você é exageradamente extravagante.

— Deixem eles pensarem, não são eles quem estão pagando!

— E muito menos você…

— Não precisa jogar na cara...

— Você liga?

— Nenhum pouco! O que importa é ser rica, mesmo que de mentira!

— Mosquinha, você não é nada normal...

— Ah, você pode conseguir um trabalho para mim?

— Você quer trabalhar?

— Por mais que eu adorasse ficar em casa o dia todo, apenas comprando coisas online, eu também preciso trabalhar, certo? Eu cresci tentando sobreviver sozinha, então pensar que não preciso mais trabalhar para isso, é estranho... e também, graças a você, não posso mais voltar para a cafeteria...

— Não seja boba... apenas viva do jeito que quiser, aproveite uns dias de folga para se resolver, se decidir que realmente quer trabalhar, deixarei que trabalhe na empresa. — Ele bagunçou o cabelo dela.

(Mafiosos normalmente são frios, e ele é também, mas não está demonstrando agora, isso é bom, eu acho...)

Dahlia pensou.

— Vamos? — Ele encheu o carro de sacolas.

— Espera, já quero usar uma das roupas, vou me trocar! — Dahlia correu para o vestiário.

Cassius ficou esperando por ela na frente da loja, e um dos seus capangas veio falar com ele.

— Chefe, eles já sabem que a garota está com você...

— Tão rápido?

— Parece que havia alguém te seguindo recentemente, mas já acabamos com a pessoa.

— Eu disse para não deixar ninguém me seguir, mas vocês falharam. Irei punir todos os envolvidos mais tarde, estejam preparados!

— Sim, chefe... — Ele abaixou a cabeça e depois saiu.

— Ei, não seja tão rigoroso, eles serão mais leais se você for um bom chefe... — Dahlia apareceu.

— O que você entende disso? Eu estou nisso há bastante tempo.

— É só um conselho, sabe... normalmente as pessoas traem quem as causam medo... é como um meio de escapar disso.

— Fala por experiência própria?

— Talvez, mas você não precisa saber da minha vida, o que é necessário já deve estar no seu relatório sobre mim, certo?

— Por que você sabe tanto?

— Eu não sou uma idiota, você não é mal comigo, agora, mas ainda continua sendo uma daquelas pessoas...

— Está certa, nunca confie em pessoas como eu, Dahlia! — Ele disse em um tom sério.

(Ele não me chamou de mosquinha...)

Ela ficou impressionada, mas sabia que era por estar falando sério.

— Vamos agora.

Dahlia e Cassius foram direto para a casa dele depois disso, ele deixou o quarto de Dahlia perto do dele, para estar mais segura caso alguém invadisse.

— Espalhe um rumor de que ela é minha garota, assim os Lombardia não poderão tocá-la por um tempo! — Cassius deu a ordem.

— Farei agora, chefe!

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